Dia 8 de março se comemorou o Dia Internacional da Mulher. Para a grande maioria dos brasileiros, apenas mais uma data convencionada pelo mundo ocidental. Já para o comércio, um ótima oportunidade de bons negócios devido a expectativa de boas vendas. Contudo, para o movimento feminista, uma data histórica de uma antiga luta por direitos iguais entre homens e mulheres; um marco da resistência de um ideal libertador, igualitário, comunista, porém utópico. – Você disse comunista? Isso mesmo. Poucos conhecem a história, mas o Dia Internacional da Mulher possue profundas raízes históricas ligadas aos ideais revolucionários socialistas.
O primeiro “Dia da Mulher” (“Woman’s Day”) aconteceu em 1908 em Chicago, com a presença de 1500 mulheres. Foi um dia dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão contra as mulheres, defendendo a igualdade entre os sexos e a autonomia do lado feminino, incluindo o direito ao voto. Entretanto, foi na Alemanha, que Clara Zetkin, propôs na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, o Dia Internacional da Mulher, que a partir de 1922 teve o dia 08 de março como data oficial e mundialmente conhecida.
O Lado Feminino da Força
O movimento feminista iniciado no século passado cresceu em influência e permanece sustentando as mesmas reivindicações originais. Bandeiras históricas como a divisão do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência doméstica, a reivindicação de creches para todas as crianças e a defesa da legalização do aborto continuam na ordem prioritária das “viris” feministas.
Conhecendo a história percebemos porque a fábula do Escorpião e o Sapo torna-se perfeitamente aplicável a esse contexto. Deixe-me explicar. É impossível exigir uma postura bíblica de uma sociedade que defende pressupostos visivelmente alienados de Deus e sua Palavra. “Diz o insensato em seu coração: Não há Deus”. (Sl 14.1). Como assim?
Se uma jovem cristã decide hoje casar virgem, contraria o conceito feminista da liberdade sexual. Para que se guardar para um homem se você tem direito sobre seu corpo e é livre para fazer sexo com quem quiser, seja homem ou mulher? Por que sustentar uma gravidez indesejada se você pode decidir abortar na hora e no tempo que quiser, independente do período de gestação? Por que ser tola e ficar em casa cuidando do esposo e dos filhos se você pode conquistar sua liberdade trabalhando fora?
É por essa razão, que os governos, a mídia, escolas e universidades, o homem e a mulher comuns, porque emancipados moral e espiritualmente de Deus sempre defenderão uma visão totalmente distorcida do papel que Deus estabeleceu na Criação para o homem e a mulher. Palavras como submissão, obediência, liderança masculina, auxílio idôneo, defesa à vida, nunca serão aceitas como a Bíblia ensina, mas serão compreendidas, defendidas e substituídas pelo feminismo como uma tentativa machista de escravizar e oprimir as mulheres no mundo.
E a Mulher Cristã, como fica?
Esta é uma boa pergunta, porque alguns elementos da luta das mulheres não são essencialmente perigosos ou ruins. A Bíblia não proíbe que as mulheres estudem e votem nos seus governantes e condena todo e qualquer tipo de violência contra mulher. Como parte mais frágil, seu marido deve amá-la como Cristo amou a sua Igreja. Perceba que este é um padrão extremamente elevado! Outro exemplo interessante é que longe de oprimi-las ou escravizá-las, os homens cristãos devem liderar pastoralmente suas esposas à medida em que elas auxiliam em obediência amorosa seus maridos.
Penso que o grande desafio para a Igreja de Cristo na atualidade é resgatar o papel do homem e da mulher segundo a Palavra de Deus. Estamos sofrendo um processo destrutivo dos padrões e fundamentos da masculinidade e feminilidade bíblica. Homens pensando, falando, andando e se vestindo como mulheres, envolvidos num perigoso processo de feminilização. Enquanto as mulheres vivem travando uma verdadeira disputa contra o sexo oposto em todas as áreas da vida. Um exemplo claro disso ocorre nas igrejas cristãs. O abandono da verdade bíblica pelos ideais feministas abriu espaço para as mulheres assumirem a liderança de igrejas locais negligenciadas pelos homens, como também promoveu a ordenação feminina ao ministério pastoral. Sinceramente, não encontro nenhuma passagem na Bíblia que me ensine que o Pastor deve ser esposa de um só marido.
Se a cosmovisão das mulheres cristãs está sendo moldada pelos pilares de fundação do Dia Internacional da Mulher, receio que não temos muito o que comemorar, antes, pelo contrário, deveríamos corar de vergonha, pois nada tem a ver com a mulher virtuosa de Provérbios 31, que antes de qualquer coisa, tem Jesus Cristo como centro da sua vida, preocupa-se em seguir a Palavra de Deus e molda a sua vida para sua família, não trocando sua missão gloriosa por escritórios, arquivos, emails ou caixas.
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Este post é um artigo do Pr. Alan Kleber publicado originalmente no Blog “E a Bíblia com isso?” e re-publicado com permissão do autor.
* O Rev. Alan Kleber é Pastor Titular da Igreja Presbiteriana de Aracaju-SE desde 2009. Sergipano, é graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife-PE) e mestrando pelo Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper. É casado com Adriana e pai da Ester. Ele também bloga no “E a Bíblia com isso?” e “Verdade para Hoje”.
Li este artigo na época de sua publicação (há 1 ano) e reli agora… é sempre muito bom ler textos elucidativos, claros e bíblicos!
Costumo dizer que o movimento feminista (em sua maior parte) tem oferecido lavagem às mulheres que estão consumindo isso como se fosse um banquete.
E o pior que há mulheres cristãs que se sentem homenageadas quando lembradas nesse dia. Quando descobrimos sua origem, deveríamos nos ofender por ser o marco de uma ideologia que dista tanto do que é maravilhosamente descrito nas Escrituras sobre a mulher.
Tenho medo deste tipo de pensamento conservador e publicação pseudo cristã de sujeitos dominadores que na comodidade se suas casas quentinhas e abastadas sentam-se e em frente ao pc e deixam suas convicções dominarem os teclados. Tenho medo de sujeitos que se intitulam ministros do Senhor e dado a competência de explanar belas palavras subjugam a real situação das mulheres e meninas nesta sociedade brasileira de cultura machista. Tenho medo de sujeitos formadores de opinião que ao contrário de elucidar os direitos sociais e cristãos das mulheres e meninas em geral, em maioria empobrecidas, em situação de prostituição e violência doméstica ( há casos de pais e maridos que chegam a realizar amputação clitoriana e opressão psicossocial) optam por impor suas concepções fundamentalistas. Tenho medo dos sujeitos que por intencionalidades privadas insistem em não ensinar as ovelhas a fazerem leituras das Escrituras de acordo com o processo histórico, mantendo-nos na era medieval das indulgências. Tenho medo do fundamentalismo por trás das retóricas… Sou cristã. Meu trabalho é por a “mão na massa” diariamente com pessoas – crianças, jovens, mulheres, homens, idosos que vivem atrocidades mil e a margem da dignidade humana.
Olá, visitante! Eu li seu comentário, mas ele me pareceu um pouco obscuro biblicamente. Gostaria de saber em quê, biblicamente falando, o texto acima está equivocado ou é mesmo falso, e também que fosse apontado, também biblicamente, os seus argumentos. Obrigada!