A história do nascimento de Moisés sempre foi uma das minhas preferidas desde a infância. Sempre amei como a mãe de Moisés o colocou numa cesta, de onde ele foi resgatado por uma princesa e foi levado a morar num palácio. Mas só recentemente eu comecei a pensar na complexidade do início da vida de Moisés pela perspectiva de um outro personagem – a mãe de Moisés, Joquebede. Eu comecei a ver Joquebede como uma das melhores mães da Bíblia, e uma que tem muito a nos ensinar sobre criação de filhos no século vinte e um.
Joquebede deu à luz um filho numa época em que Faraó havia ordenado a morte de todos os meninos no momento do nascimento (Ex 1:15-22). Ela escondeu o menino o máximo possível, mas eventualmente tomou a difícil decisão de colocá-lo numa cesta e aguardar pelo melhor. Esse bebê foi resgatado pela filha do Faraó. Ele se tornou um grande líder do povo de Israel bem depois de sua mãe adotiva ter dado a ele o nome de Moisés. Até aqui nada de novo. Mas você já considerou que Joquebede foi mãe numa época hostil à maternidade? Na verdade, ela valorizou a maternidade acima da sua própria segurança, bem-estar e reputação. Eu não sei se você percebeu, mas o clima na nossa cultura não é muito amigável à maternidade. Tudo bem, ninguém está mandando jogar bebês no Nilo, mas, em geral, a cultura não acredita no grande e santo chamado à maternidade e que isso é digno do tempo, dons e esforços de uma mãe.
O pêndulo pode se mover um pouco, mas de certa forma mães e filhos sempre estiveram em terreno hostil. A autora Rachel Jankovic coloca dessa forma: “Mães cristãs carregam seus filhos em terrenos hostis. Quando você está em público com eles, você está se levantando e defendendo objetos de desaprovação cultural. Você está publicamente testificando que você valoriza o que Deus valoriza, e que você se recusa a valorizar o que o mundo dá valor. Você se levanta em favor dos necessitados e dos que não podem se defender. Você representa tudo o que a cultura odeia, porque você representa alguém que doa sua vida em favor de outrem – e entregar a própria vida em favor de outrem representa o evangelho. Nossa cultura simplesmente tem medo da morte, e entregar a sua vida, de qualquer forma, é aterrorizante.”
Criação de filhos sempre tem um custo. E escolher educá-los nos caminhos que são focados nos padrões de Deus para a sua família e no valor de sacrificar a sua vida pelos seus filhos nem sempre vai trazer uma salva de palmas. Em “Mentiras que as Mulheres Acreditam, Nancy DeMoss nos ajuda a entender como as nossas circunstâncias são semelhantes à de Joquebede:
“Deus é o Criador, Autor e Doador da vida. Não é surpreendente que, como o inimigo jurado de Deus, Satanás odeie a vida. Ele sempre procurou destruí-la. Persuadiu Adão e Eva a comer o fruto proibido, sabendo que, se o fizessem, eles morreriam, como Deus havia prometido. Quando Adão e Eva deram à luz dois filhos, Satanás incitou o mais velho a matar o irmão mais novo. Satanás é o ladrão do qual Jesus falou que
‘vem somente para roubar, matar e destruir’ (João 10:10). Sua intenção e estratégia são precisamente o oposto do plano de Deus, como Jesus afirma no mesmo versículo: ‘Eu vim para que tenham vida, e a tenham com plenitude’. Como o destruidor da vida, Satanás definitivamente não incentiva a procriação. Cada criança que nasce tem o potencial de contrariar seus propósitos ao receber a graça de Deus e tornar-se um súdito do reino de Deus. Desse modo, qualquer coisa que impeça ou desencoraje as mulheres de exercer o seu chamado dado por Deus de serem portadoras e doadoras da vida promove os esforços de Satanás.” “O aborto, o infanticídio e a homossexualidade são exemplos de práticas destruidoras da vida que se tornaram amplamente toleradas por nossa cultura.” *
Faraó não foi o primeiro a odiar bebês. E aqueles que tentam destruir o valor da maternidade no nossos dias não estão apenas trazendo mudanças na nossa sociedade. O problema é muito maior. Mas nós podemos encontrar grande esperança na história de Joquebede.
Qual foi o resultado da decisão de Joquebede em ser mãe? Deus honrou o seu coração de mãe. Quando a filha do Faraó precisou de uma ama de leite, Joquebede foi a escolhida. Ela teve a chance de conviver com o menino e até mesmo de falar sobre o Deus de Israel para ele.
Deus tem usado a história de Joquebede para me ensinar uma simples lição. Maternidade nem sempre é fácil ou aplaudida. Mas Deus tem grandes planos para a minha família que começa com a minha escolha de cuidar bem dos meus filhos mesmo quando encontro resistência.
Se você é uma mãe ou uma mulher que está envolvida na vida de crianças, deixe-me fazer coro com Joquebede em trazer à sua memória uma verdade simples – o que você faz tem importância. Empregue os seus esforços, seu tempo e sua energia nas cestas das crianças que Deus tem confiado a você, e entregue a Ele os resultados. _____________________ Este post foi publicado originalmente no blog True Women, traduzidos e re-publicados com permissão. * Continuação da citação do Livro da Nancy DeMoss foi inserida por nós. Erin é casada com Jason e é mãe de três meninos: Eli, Noble, e Judah. Erin fundou o Graffiti Ministries e é autora de vários livros sobre beleza, pureza e maternidade. ** Tradução: Roberta Macedo