“Nancy Wilson descreve o papel e a responsabilidade da mulher Cristã de uma forma simples e direta. Num mundo que vem progressivamente abandonando a verdade de Deus quanto ao casamento e à família, as verdades e princípios bíblicos expostos neste livro servem como um chamado radical, encorajando a mulher Cristã a abraçar quem ela é em Cristo.” Kenneth Wieske

Eis um livro fluido, gostoso e fácil de ler! Porém, não se engane: você será muito admoestada por meio destas poucas páginas (112 ao total)! Eu levei vários benditos “puxões de orelha” durante a leitura dele que realizei junto com uma amiga da igreja. A cada página, éramos surpreendidas pela maneira direta e profunda como Nancy abordou diversos temas concernentes à feminilidade bíblica em alguns detalhes que não são muito frequentemente explorados.

Para que você conheça um pouco dos assuntos abordados, seguem os títulos de cada capítulo:

  • Capítulo 1: Uma mulher orientada ao casamento
  • Capítulo 2: Andando com Deus
  • Capítulo 3: Respeito
  • Capítulo 4: Princípios e Métodos
  • Capítulo 5: Contentamento
  • Capítulo 6: Deveres do lar
  • Capítulo 7: Vida conjugal
  • Capítulo 8: Diversos

Nancy começa o livro com a passagem de 2Timóteo 3:1-7, em que Paulo dá o alerta quanto a existência de pessoas no meio cristão que são completamente irreverentes. Dentre as tais, estão as que o apóstolo denominou de “mulherinhas” que são “sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade” (versos 6 e 7). Ela faz um paralelo com a típica mulher moderna, escravizada por mentiras do feminismo e por todas as ilusões vendidas massivamente pelo mundo – ideologias absolutamente contrárias e hostis à Palavra.

Estas mulheres ao se casarem, formarem suas famílias e se tornarem mães, não possuem a mínima ideia de qual seja a vontade de Deus para sua vida e de como viver de fato a sã doutrina. Por isso, logo em seguida, a autora já fala do cerne do chamado da mulher casada – o relacionamento com seu esposo. Como devemos entender que ele é o nosso cabeça em tudo (com exceção quando por ventura nos peça algo pecaminoso) e tê-lo em mais alta conta, cultivando sempre esta apreciação elevada por ele. A autora faz uma bela ilustração sobre isso: “Comece a ver seu marido como uma macieira em meio à floresta. Ele é único, e Deus preparou uma tarefa especial para que ele execute. Você tem o privilégio de ser a auxiliadora que Deus designou para ele.” (página 17).

Nancy também medita na linda passagem de Tito 2: 3 e 4 falando do verdadeiro ministério das mulheres cristãs centrado no lar. Ela oferece um alerta inclusive às irmãs bastante profícuas na igreja e no meio cristão. Não devemos perder de vista que o esposo, os filhos e a ordem no lar sempre serão nossas prioridades. Inclusive no trabalho para a igreja e o Reino, devemos apoiar e complementar o trabalho de nosso esposo.

Sobre o Respeito ao marido, assunto central do livro, ela menciona o seguinte num trecho que está na página 31: “A gratidão dissipa o descontentamento, e o respeito e a honra edificam o marido.”

Gostaria de destacar ainda mais duas passagens que falam diretamente sobre este tema:

“Esposa cristã, nunca menospreze o seu marido perante ninguém – nem perante as amigas durante um chá, nem perante seus filhos, nem perante seus pais, e, é claro, nem perante seu próprio marido.” (página 33)

“Respeito é um comportamento que deve caracterizar as esposas em toda a sua conduta para com o marido e em toda a sua comunicação com ou sobre ele – isso significa cortesia  no lar, onde o marido é tratado com honra (…) Isso pode significar atender prontamente quando seu marido lhe pede algo, ao invés de deixar aquilo para o fim da lista de tarefas.” (página 46)

Veja se esta não é a conduta coerente com a mulher descrita em Provérbios 31.11 e 12: “O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.” E como isto está totalmente na contramão do que é ditado pelo feminismo e em nosso coração corrupto e enganoso! Como esta esposa impacta o meio em que vive e demostra a forte luz de Cristo!

O respeito ao esposo é exigido de todas as mulheres casadas, inclusive às esposas de homens descrentes. Esse não é um mandamento condicional! Ao se referir à passagem de 1Pedro 3. 1 e 2, Nancy comenta: “… as esposas devem ser submissas a despeito da situação espiritual do marido (…) mulheres cujos maridos não obedecem à Palavra podem ser tentadas a uma relação de submissão a alguém que seja mais espiritual. Isso é desobediência e algo perigoso!” E acrescenta: “Se você está buscando por um ‘cabeça’ além do que você já tem, você está em um relacionamento espiritualmente adúltero e precisa se arrepender imediatamente.” (páginas 52 e 53)… Uau!

Achei bem interessante como ela faz aplicação desta passagem da carta de Pedro também às mulheres que têm maridos piedosos dizendo que todas as esposas precisam regularmente de uma boa dose de 1Pedro 3, com enfoque na expressão “sem palavra alguma”… Como mulheres têm dificuldade em fazer algo em silêncio, pelo menos a maioria de nós! Devemos nos concentrar em nosso próprio comportamento, não no dele. Implicâncias, cobranças e murmurações tornam qualquer relacionamento amargo! Não é a toa que no livro de Provérbios há tantas advertências quanto à mulher rixosa!

Agora falando sobre os deveres do lar: A autora destaca como devemos desempenhar nossas tarefas domésticas com alegria, com discernimento de estar cumprindo o que Deus nos chamou para ser e fazer. Por isso, tudo o que realizamos em casa em prol de nossa família deve ser encarado como tarefas consagradas, santificadas, que tem também o propósito de honrar a Deus. E ela exorta que trabalhemos duro e busquemos fazer tudo com primor! Ela diz: “Trabalhar duro é bom para nós. Isso nos fortalece e edifica o caráter. A preguiça é um mal não somente destrutivo, mas que sempre se faz acompanhar por outros pecados. Ela destrói nossas famílias e desonra a Deus. (…) Trabalho duro sempre dá frutos no devido tempo. Filhos que são amados, alimentados e cuidados, e que são ensinados a amar a Deus, crescem para se tornar santos produtivos na casa do Senhor.” (página 77). E assim como Deus abençoa e estabelece padrões para o trabalho, também o faz para o descanso. Trabalho frutífero e descanso bem aproveitado, ambos vêm do Senhor que nos concede toda boa dádiva.

Mudando de tema, destaco aqui um pouco do capítulo que ela aborda sobre a sexualidade em que ela faz analogias com o cultivo de um jardim. Em 1Coríntios 7.1-5, Paulo afirma que um dos propósitos do casamento é a proteção contra a imoralidade sexual. “Deus conhece a nossa estrutura, e estabeleceu o pacto do casamento como uma cerca em volta do relacionamento sexual. Se não há cerca, não deve haver relacionamento” ela afirma num trecho da página 88. Em Cantares de Salomão, a noiva é mencionada como um “jardim fechado” (4.12; 5.1). “Há muitas belas imagens no livro que se referem a esse viçoso e fértil jardim com seus frutos agradáveis. (…) O jardim é um local privado, somente para o marido e a esposa.” (página 89).

E ainda sobre a sexualidade, ela dá um conselho valioso: “A mulher que possui um espírito manso e gentil é muito mais tratável e atraente do que aquela que está cheia de ansiedade e preocupação. (…) Mantenha o seu jardim livre de ira e ressentimento. Essas são ervas daninhas que roubam o seu encanto.” (página 90)

Outros conselhos sábios que Nancy nos fornece é sobre o que ela chamou de a “virtude da indiferença”, falando sobre críticas que possamos receber. Claro que preferimos ser apreciados ao invés de criticados. Mas, quando vivemos vidas frutíferas perante Deus, é provável que seremos criticados e condenados pelo mundo ímpio. Se as críticas que recebemos forem resultado de uma vida piedosa, não devemos nos preocupar. Vergonhoso ao Senhor seria se as críticas fossem decorrentes a procedimento pecaminoso. Sobre isso, Nancy comenta: “Que recebamos as críticas por nossa fidelidade e pelos frutos que produzimos, e consideremos tais críticas como motivo de toda alegria; mas, se recebemos críticas por nossa infidelidade e vida infrutífera, então tudo que estamos recebendo é merecido, e provavelmente mais ainda.” (página 102)

A autora ainda reserva palavras às viúvas e solteiras, mostrando que “o teu Criador é o teu marido” (referente a Isaías 54.5). “Se você é uma filha de Deus, você é parte da Noiva de Cristo. [Ele] é o Cabeça da Igreja, coletivamente, e por consequência o Cabeça ou Marido de seus eleitos. Se você é solteira, você tem um Marido; se você é viúva, você tem um Marido; se você é casada, você tem um marido terreno, alguém que é uma figura do seu Marido celestial.”

Fala também às avós e a honra que devemos dar a estes que agora estão idosos, mas outrora foram instrumentos de preservação da vida e cuidados do Senhor para com as nossas vidas. Nancy conta uma emocionante história ocorrida em sua família com o relato da partida de sua avó materna. Pode ter certeza: Se até aqui você conseguir segurar o nó na garganta, nesta história, muito difícil será conter as lágrimas!

Como já mencionei, nossa irmã Nancy Wilson abordou com maestria assuntos bem diversos da feminilidade bíblica. Assim como dizem que alguns bons perfumes estão contidos em pequenos frascos, digo que preciosidades estão contidas neste pequeno livro!

Recomendo fortemente para o bem de sua alma: Leia-o!

Bom desfrute!

Por Ana Carolina S. Oliveira

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** Nancy Wilson é a esposa do Pr. Douglas Wilson e dona de casa, em Moscow, Idaho. Ela e seu marido tem duas filhas e um filho, todos casados, ​​e quinze netos. Nancy e suas filhas e nora blogam no feminagirls.com. Ela é autora de vários livros para mulheres.