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Muitas dúvidas surgem no meio do caminho enquanto criamos nossos filhos. Por este motivo, fizemos este último post com perguntas e respostas frequentes. Esperamos que seja de grande valia!

1. Com que idade devo começar a disciplinar meu filho?

Assim que você perceber resistência por parte de seu bebê em te obedecer, você deve começar a falar seriamente com ele. Os bebês entendem mais sobre o tom da voz do que imaginamos. Em breve, porém, você terá que começar a dar leves tapinhas no seu bumbum ou na sua mãozinha para que ele vá associando o que ele está fazendo de errado. Logo logo, porém, já será a hora de partir para o uso da vara propriamente dita. Sua sensibilidade de mãe é fundamental para perceber que sua coisinha fofa já está te enfrentando, se jogando pra trás, deixando o corpinho duro na hora de trocar a fralda ou encolhendo as perninhas para não ir para o chão! Se eu pudesse resumir, a resposta a esta pergunta em duas dicas seria: Não subestime o pecado que existe dentro de seu bebê e não subestime a inteligência dele e capacidade de entender o que você diz.

2. Até que idade devo usar a vara?

Esta é outra dúvida muito comum. Meu marido sempre dizia que enquanto nossos filhos morassem conosco e estivessem debaixo da nossa autoridade, se precisassem de vara, teriam! É claro que com o passar do tempo, e com o uso correto e persistente da disciplina, eles vão sendo cada vez menos corrigidos fisicamente. Muito antes de meus filhos entrarem na adolescência, o uso da vara aqui em casa já era algo raríssimo. O motivo? Não havia mais necessidade. Mas quando havia, o pai assumia este encargo.

3. E se eu estiver irada?

Trate primeiramente o seu coração. Postergue a disciplina até que você se acalme, o prejuízo de uma correção quando você está exaltada é muito grande.

4. E se meu filho se arrepender antes de eu corrigi-lo?

Muitas vezes nosso coração de mãe se derrete quando nosso pequeno confessa seu erro. Não há como saber se o arrependimento é real ou apenas uma estratégia bem articulada para escapar da correção (pois é, eles fazem isso…). Na verdade, o que você deve ter em mente é que as consequências sempre chegam, independentemente se há arrependimento ou não; precisamos ensinar isso às crianças. Na nossa vida é assim, se pecamos contra Deus e pedimos seu perdão, Ele nos perdoa sempre, mas isto não quer dizer que Ele irá reter as consequências advindas dos nossos atos. Lembre- se de Davi e seu pecado com Bate Seba. Até o fim da vida Davi colheu dolorosos frutos deste pecado, embora tenha sido perdoado.

5. Meu filho diz que não foi ele. E se ele estiver mentindo?

Se você não tem certeza de que foi seu filho, e ele nega, prefira acreditar na palavra dele. Se ele está mentindo para você, mentirá de novo em outras oportunidades, e, então, você poderá corrigi-lo.

6. E quando percebo que meu filho realmente não está conseguindo vencer um pecado?

Algumas vezes você estará diante deste tipo de situação! Você perguntará a seu filho porque ele não conseguiu se controlar e bateu no irmãozinho, e ele lhe responderá sinceramente que não consegue lidar com a ira. Sim, ele precisa ser disciplinado, mas também ser pastoreado. Precisa aprender a recorrer à cruz de Cristo. Um dos lindos ensinamentos de Tedd Tripp é que devemos nos colocar ao lado de nossos filhos e mostrar-lhes que também padecemos do mesmo mal: “o bem que eu quero esse não faço, mas o mal está sempre diante de mim”. Devemos nos condoer com sua luta e contar as nossas para ele. Somos dois pecadores no mesmo barco! Não somos melhores do que nossos filhos, e eles precisam ouvir isso.

7. E se eu me exceder?

Se algum dia você falar com seu filho de forma não piedosa, se vier a corrigi-lo de maneira grosseira, se gritar com ele ou chamar rudemente sua atenção na frente dos outros, o que fazer? Aquilo que a Bíblia nos manda fazer quando ofendemos um irmão. Vá até ele e peça perdão, confesse o seu pecado a Deus e a seu filho.

8. Se meus dois filhos estão brigando pela bola, não seria melhor guardá-la?

Precisamos encarar os conflitos que surgem no lar como uma oportunidade dada por Deus para trabalharmos o caráter cristão das crianças! Guardar a bola é o caminho mais fácil. Guardar a bola, desligar o vídeo game, mandá-los para a cama mais cedo, colocar as crianças para brincar em cômodos separados. Todas estas atitudes podem até te garantir alguns instantes de sossego, mas não resolverão o problema. Conscientize-se disso: depois que virou mãe, você também virou conciliadora, advogada e juíza. Terá que mediar a relação de seus filhos o tempo todo, terá de ensinar-lhes a se relacionar. Esta é a primeira e mais importante escola da vida! Se seus filhos aprenderem a forma correta de lidar com o pecado e com as tensões dos relacionamentos dentro de casa, terão relacionamentos santos fora de casa!

9. Meu filho é persistente, já o disciplinei por este motivo…

Se olharmos para nós, saberemos porque nossos filhos são tão resistentes para fazer a coisa certa! Nós somos assim. Lembro-me de telefonar aos prantos para minha mãe, enquanto tinha apenas dois filhos, dizendo a ela que eu achava que não estava adiantando nada a disciplina que estávamos empreendendo. E as palavras que ouvi foram encorajadoras: “Paciência minha filha, é assim mesmo. Continue investindo.” Educar filhos no caminho do Senhor não tem nada parecido com as facilidades e rapidez tão cultuadas na nossa cultura. Não é com o toque de um botão, o deslizar dos dedos numa tela, com um simples telefonema. Eles não têm um botãozinho para colocarmos no modo “obediente”. Discipliná-los é um trabalho de tempo integral, que exige de nós tempo, disposição, repetição, paciência e fé. Certamente você terá que disciplinar seu filho várias vezes pelo mesmo motivo, ele estará numa luta para tentar te vencer pelo cansaço. Não desanime, olhe para o alvo final, que é apresentá-los a Cristo como homens piedosos, e siga em frente.

Espero em Deus que estas experiências e princípios compartilhados aqui sejam de grande ajuda para as famílias da aliança. Se tivermos famílias fortes, com filhos obedientes e tementes a Deus, teremos uma Igreja forte. Não é apenas a sua vida familiar saudável que deve ser o alvo da disciplina de filhos. O alvo supremo de criar filhos nos caminhos do Senhor é  a Sua própria glória e o desenvolvimento do Seu Reino nesta terra!

10. Será que é tarde demais para começar?

Talvez seus filhos já estejam crescidinhos, e você se questione o que pode fazer a esta altura. Nunca é tarde para começar a obedecer a Deus, nunca é tarde para ser fiel ao chamado de Deus. Mesmo que seus filhos já tenham certa idade, e você não tenha exercido a disciplina bíblica na vida dele, vale à pena começar a investir. Meus pais descobriram a disciplina bíblica quando eu já tinha catorze anos, ao tomarem conhecimento do que a Bíblia exige dos pais, resolveram aplicar esse ensino a qualquer custo. Não foi fácil, eu não aceitava aquela mudança repentina de direção em minha trajetória, mas eles insistiram, creram nas promessas que a Bíblia traz para aqueles que a obedecem. No devido tempo, embora com maiores dificuldades, eles colheram frutos.

É claro que o processo precisa ser devidamente explicado. Você terá que dizer a seus filhos que deveria ter feito isto por eles antes, mas não tinha luz sobre o assunto, e agora que tem, deve obedecer a Deus. As dificuldades serão grandes, talvez você tenha de enfrentar a rebeldia de seu filho, mas não desista! Deus honrará seus esforços e te dará graça para executar esta dura tarefa.

Minha oração é para que, ao final desta série, você esteja animada com as promessas feitas pela Palavra de Deus e sinta seu coração arder de amor e compaixão por seus filhos a ponto de negar a si mesma, negar seus próprios pensamentos e abraçar com todas as forças o ensino que poderá mudar a vida de sua família! Invista, insista, ore com eles e por eles, repita, persevere. Não baixe a guarda, não guarde as armas, não descanse enquanto não vir seus filhos demonstrando frutos de conversão genuína, enquanto não vir o caráter de Cristo forjado em suas crianças!

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* Simone Quaresma é casada há 23 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Icaraí e da Congregação Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (21 anos), Israel (19 anos), Davi (17 anos) e Júlia (15 anos). Ela mantém o blog Se Eu Gostasse de Ler…  de leituras diárias para os jovens da Congregação pastoreada por meu marido; é professora da classe de jovens e trabalha com a SAF da Igreja onde ele é pastor auxiliar.