sad[Nota da tradutora: Há alguns meses atrás eu tive a oportunidade de conhecer Mary VerWys. Eu pude ir na Casa “Omega”, sede do ministério Jardim da Esperança que é vizinha de porta da clínica de aborto aqui em Grand Rapids, eu pude ver o estacionamento da clinica pelo baixo muro que separa os dois edifícios, de onde os conselheiros chamam as pessoas que estão entrando na clinica para conversar e tentar convencer do contrário, eu pude ouvir um pouco de sua experiência como conselheira de rua contra o aborto. Foi assustador e impactante ouvir os seus relatos. Ela nos informou que é muito comum ver “crentes” atuantes na igreja – não afastadas – entrando pelas portas da clínica para matar os seus bebês, a maioria delas têm medo de serem julgadas pela congregação, não querem passar pela vergonha de assumir publicamente que caíram no 7o. mandamento, e não querem que os seus pais saibam que estão em pecado, praticando sexo antes do casamento. Que triste realidade! Por isso, esse assunto é mais importante para nós cristãs do que talvez nós possamos ter percebido até hoje, por isso pedimos que ela escrevesse para nós, mulheres cristãs brasileiras. A legalização do aborto em nosso país pode ter um impacto maior em nossas vidas e na vida da igreja do que imaginamos. Lutemos contra isso.
Com amor.
Flávia Silveira]

É muito fácil encontrar estatísticas online envolvendo a questão do aborto: quantos abortos são feitos a cada ano, onde eles são feitos, e o que as mulheres buscam ao fazer o aborto. Meu interesse não é estatístico. Meu interesse é informar a você, através do ponto de vista de uma testumunha ocular, a verdadeira natureza do aborto. Por vinte cinco anos eu tenho ido todas as semanas ficar em pé há pouco mais de meio metro de distância de uma das maiores clínicas de aborto do meu Estado. Lá eu ofereço a minha ajuda educacional, financeira e emocional. No último momento, eu quero que elas saibam que ajuda e esperança estão disponíveis. Raramente elas param ou escutam.

Sendo uma mulher madura que está envolvida nisso há muito tempo, eu não consigo deixar de perceber que, tragicamente, a noção da gravidade da situação tem decaído de forma drástica. A grosso modo, mulheres vêm para essa clínica para pagar alguém para matar seus bebês. Essa é a verdadeira definição de aborto. Intencionalmente, ou seja, de propósito, mulheres entregam grandes quantias de dinheiro para destruir a vida que existe dentro delas. Assustador. Terrível. Adjetivos não são suficientes para expressar.

Alguns irão dizer: “Se pelo menos você soubesse quais são as minhas circunstâncias!” Eu ouvi várias desculpas, e nenhuma, francamente, justifica essa decisão de acabar com uma vida. Elas explicam: “Meu namorado quer que eu faça”, “Eu não quero ficar gorda”, “Eu sou divorciada e não quero que meu marido saiba que eu tive um caso”, “Eu não quero entristecer os meus pais”, “Meu namorado é de uma raça diferente”, “Eu estou sem dinheiro e não quero pedir ajuda”, “Eu tenho um novo emprego e quero ser promovida”, “Eu já tenho um menino e uma menina e não preciso de outro filho”, “Eu sinto enjôo toda manhã e quero me livrar desse mal-estar”, “Pode ser que tenha alguma coisa errada com o bebê”. Eu ouvi pessoalmente, das mulheres que vão à clínica de aborto onde eu ofereco ajuda, todas essas desculpas.

É possível que há 40 anos atrás nos Estados Unidos alguém realmente pensasse que o aborto era uma boa idéia. Eu não consigo nem imaginar quão cego era esse decreto, transformado em lei nesse País. Talvez alguns tenham pensado que apenas poucas mulheres iriam de fato escolher o aborto. Hoje, mais de 50 milhões de bebês foram mortos nos Estados Unidos. 50 milhões? Quem pode compreender isso?  Na nossa cidade, os bebês são jogados nos tonéis de lixo. Bebês pequenininhos e bebês bem grandes. A enfermeira, cujo trabalho era jogar as crianças fora, foi instruída a aguardar que os clientes deixassem o local para que eles não ouvissem o barulho da máquina estraçalhando os bebês de 6 meses de gestação.

Insensato. Maligno. Um pesadelo. Cruel. Perigoso. Eu sempre busco por uma palavra para tentar descrever o que eu vejo semana após semana. Uma palavra que eu tenho absoluta certeza de que está no âmago da questão é: Egoísmo. Eu diria que a vasta maioria das mulheres têm apenas uma coisa em seus pensamentos quando se dirigem, conscientemente, para esse lugar de execução: elas mesmas.

Nossa cidade está cheia de lugares e pessoas dispostas a ajudar mulheres grávidas em crise. Apenas uma ligação telefônica traria vários homens e mulheres preparados para ajudá-la nessa situação dificil. Por muitos anos o nosso País declarava que o aborto era um “Triste, mas necessário procedimento”. Ninguém acredita mais nisso. Aborto é um ato hediondo contra um ser indefeso que precisa morrer simplesmente porque a sua mãe assim decidiu. 

Há muitos anos, se achava que quando uma mulher visse o desenvolvimento do seu neném na ultra-sonografia isso a faria escolher pela vida do bebê. Eu não acredito mais que isso seja verdade na maioria dos casos. Com informações online e outros recursos, poucas mulheres podem usar a desculpa de que não tinham idéia do que estava se formando dentro delas.

Eu conheci uma mulher que fez a ultra-sonografia, viu a bebezinha chupando o dedo, deu um nome a ela e… poucos minutos depois fez o aborto. Ela estava com aproximadamente 6 meses de gestação. A maioria das mulheres tem consciência do desenvolvimento do bebê, mas o que mais importa pra elas é: “Como esse bebê irá impactar a MIM?”

Aborto não é nobre. É uma das marcas mais feias da sociedade. Declarar o contrario mostra grande ignorância e total falta de honestidade intelectual.

Até agora eu nem sequer mencionei a visão de Deus sobre tudo isso. E tão obviamente doloroso que é quase desnecessário falar sobre isso para alguém que conhece a Sua Palavra. Ele é o Autor da Vida. Ele nos formou de forma intencional, especial e única, para expressar Seu propósito e desígnio. Ele soprou vida em Adão: de forma pessoal, terna e física. Nós somos feitos à Sua Imagem: Inacreditável, Inexplicável, Inimaginável! Ele odeia o assassinato. Ele considera deplorável a maldade para com os fracos. Ele suplica para que sejamos pessoas misericordiosas. Ele exige que respeitemos a todos. O que nós fazemos contra o menor deles, nós fazemos contra Deus.

As consequências do aborto na vida de uma mulher são quase dolorosas demais para se expressar. Ouvimos uma mulher “miando como um gatinho ferido” no estacionamento da clínica de aborto após ter matado o seu bebê. Eu vejo mulheres tão desvastadas que elas nem sequer conseguem entrar no carro sem ajuda. Eu vejo homens em pranto porquê eles não têm o direito de impedir as mulheres. Eu conversei com algumas mulheres décadas depois de fazerem aborto e elas estão assustadas, com almas devastadas, incapazes de seguir uma vida normal. Sim, Deus perdoa se houver verdadeiro arrependimento, e isso pode trazer cura, mas aquele bebê específico que foi sacrificado no altar do egoísmo não voltará mais. Elas podem ter vários outros filhos, se elas não estiverem fisicamente tão devastadas, mas não AQUELA criança… a quem elas precisam desesperadamente segurar e implorar por perdão; não AQUELA que elas nunca seguraram, ninaram e para a qual elas nunca cantaram.

O seu País está à beira da prática mais vergonhosa e desumana que a humanidade já permitiu que exista [Nota da tradutora: A legalização do aborto por escolha é uma das prioridades do Ministério da Saúde]. O que você deve fazer? TUDO O QUE O SENHOR LEVÁ-LA A FAZER! Não tenha medo! Seja corajosa! Pesquise sobre lugares e Países que se mantiveram firmes em frente ao precipício, à beira do desastre em que vocês estão agora. Procure saber como eles tem continuado a deter a legalização do aborto. Peça a Deus que a conduza a outros individuos que pensam como você e que ficariam igualmente horrorizados em ver essa maldição no seu País. Seja sábia e diligente. Esteja preparada para trabalhar incansavelmente nessa batalha. Tudo está em jogo aqui. Os Estados Unidos perderam milhões e milhões de bebês, e tudo começou com uma “simples lei” que se tornou o catalisador de um pesadelo nacional tão profundo e do qual eu não creio ser possível um dia nos recuperar.

Que Deus tenha misericordia das nossas almas.

[Que Deus tenha misericordia do Brasil.]

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Mary sentada na calçada em frente à clinica de aborto. Atrás dela está o prédio da Heritage Clinic para Mulheres (a clínica de aborto)

Mary sentada na calçada onde tenta evitar abortos todas as quarta-feiras. Atrás dela está o prédio da Heritage Clinic para Mulheres (a clínica de aborto) em Grand Rapids, MI, USA

* Esse artigo foi escrito especialmente para as leitoras do blog Mulheres Piedosas.

** Mary VerWys, é membro da Primeira Igreja Cristã Reformada em Byron Center, Michigan. Ela oferece aconselhamento na calçada de uma Clínica de Aborto em Grand Rapids, Michigan, abordando pessoas que estão entrando na clinica para terminar suas gestações. Há mais de 25 anos, ela tem atuado na luta para resgatar homens, mulheres e bebês da decisão irreversível do aborto. Mary e seu marido Bill, estão envolvidos no ministério pós-aborto, O Jardim da Esperança. O jardim, localizado ao lado da clínica de aborto, oferece um lugar de esperança e cura para os homens e mulheres que passaram pela experiência do aborto.
Mary escreveu o livro Wednesday Mourning, um diário em que conta algumas situações que enfrentou nas manhãs de quarta-feira, dia de aborto na clínica.

*** Saiba mais sobre a campanha do governo pela legalização do aborto AQUI

**** Tradução: Daniela Costa e Flávia Silveira