Iniciei o livro depois de tantas indicações feitas por amigas. “Este livro será um divisor de águas”. Realmente foi. Publicado em português pela editora CPAD, Verdade Absoluta traz à tona a realidade de que, como cristãos, perdemos muito da visão bíblica de vida cristã, dicotomizando nossa religião a um nível “superior” totalmente separado da nossa vida “inferior”. A religião, segundo o humanismo, não interfere no trabalho, nos estudos e na ciência.
Altamente influenciada por Francis Schaeffer, Nancy nos lembra que:
“O cristianismo não é uma série de verdades no plural, mas é a Verdade escrita com V maiúsculo. É a Verdade sobre a realidade total, não apenas sobre assuntos religiosos”. Francis Schaffer
O livro é dividido em quatro partes. A primeira parte, intitulada “O que há numa Cosmovisão”, Pearcey explica o que é o conceito de Cosmovisão. Ela faz uma revisão histórica de onde veio o conceito da “mente dividida” passando por pensadores, filósofos e teólogos que moldaram muito da forma como nossa sociedade pensa. Ela também escreve sobre os santos homens que lutaram para que a forma cristã não se amoldasse à cultura vigente.
Pearcey explica como, sutilmente ou escancaradamente, estamos inseridos em um mundo cuja estratégia é redefinir uma vida secular agnóstica como o padrão “neutro” da sociedade e a religião apenas como um apêndice. Entretanto, claramente sabemos que tudo aquilo que não fala sobre Deus, fala de uma forma especial contra Ele, já que traz como conceito embutido que Ele não precisa estar presente em determinadas áreas da vida. “Toda alternativa ao cristianismo é uma religião”.
Na segunda parte do livro, a autora dá foco no ponto de vista científico e sua profunda cosmovisão religiosa baseada na Teoria de Darwin. O Darwinismo contaminou quase todas as áreas cientificas dizendo ser totalmente neutro e confiável cientificamente – desde que você não o questione, é claro! Darwin e seus desdobramentos modernos inseriram, em todas as áreas, desde comportamentais à farmacológicas o conceito de que o homem evoluiu. É sútil e “é precisamente por ser sutil que é mais influente e, portanto, mais perigoso”.
Os Cristãos não devem entregar nenhuma área de estudo aos não crentes de forma livre. Temos de identificar e analisar os ídolos intelectuais dominantes e construir, então, alternativas Bíblicas; não devemos nos contentar se eles “gentilmente” nos deixarem cantar hinos e ler a Bíblia durante os intervalos do trabalho (ou das aulas). Ser cristão, em um mundo de não cristãos, vai além dos intervalos.
“Para defender uma cosmovisão cristã em nossa geração, temos de aprender a desafiar essa “igreja estabelecida” (autora se referindo à Teoria da Evolução). E o primeiro passo crucial é demonstrar precisamente que é uma forma de religião, ou seja, um sistema de crenças ou filosofia pessoal. Muito do que é acondicionado e apresentado sob rótulo de ciência não é ciência de verdade, mas materialismo filosófico”.
Na terceira parte do livro, intitulada “Como Perdemos a Mente Cristã”, Nancy volta a falar, de forma histórica, sobre o papel do homem e da mulher na sociedade e como o cristianismo perdeu da sua firmeza de caráter puritana para um evangelho bem “água com açúcar” dos dias de hoje. Mudamos a visão de evangelho na vida cotidiana, flexibilizando o papel do marido, mulher e filhos dentro do lar (e fora dele) e os papeis de cada um destes na igreja. Perdemos nossa identidade como família, como igreja e como sociedade.
Na parte final do livro intitulada “E Agora? Vivendo intensamente”, Pearcey fala sobre como devemos então, a partir de tantas informações, voltar a viver, baseados na Palavra de Deus. O que deveríamos estar buscando? Quais vitórias e batalhas deveríamos valorizar?
“se os cristãos usam as armas que Deus ordenou – se pomos nossos talentos aos seus pés, morrendo para o orgulho e ambição, obedecendo aos princípios morais bíblicos, sendo capacitados por seu Espírito, guiados pela perspectiva da cosmovisão cristã -, então mesmo que segundo padrões externos pareça que perdemos, na verdade, ganhamos. As pessoas que olham de fora podem concluir que fracassamos. Até amigos e líderes cristãos podem menear a cabeça com desaprovação e nos advertir de um erro que cometemos. Mas se entregamos nossa vida verdadeiramente aos propósitos de Deus e somos conduzidos por Ele, então ganhamos uma batalha no mundo não visto.”
A batalha pela nossa mente e pela mente de nossos filhos não é uma briga boba, querida irmã. É a batalha do século. Precisamos lutar com as armas que Deus nos dá. Precisamos estar atentas às filosofias sutis deste mundo e não nos amoldarmos a elas. Precisamos, seguir Romanos 12: 12 diligentemente: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
“Só o cristianismo, com seu ensino de um Criador pessoal, fornece uma explicação metafisica adequada de nossa experiência irredutível de personalidade. Só ele responde pela matéria-prima da experiência em uma cosmovisão inclusiva. No mundo moderno, com suas instituições gigantescas e impessoais, onde as pessoas são tratadas como cifras de máquina, a mensagem cristã é realmente as boas novas. A realidade suprema não é a máquina; é um Ser pessoal que ama e se relaciona com cada indivíduo de maneira pessoal.”
Que nossa mente esteja sedenta pelo Senhor e seu agir em nossa vida e nossa família.
Com carinho
Ester Ribeiro, equipe Fica a Dica
Nancy Pearcey nasceu em lar Luterano mas só se converteu ao Cristianismo após uma estadia em L’Abri onde estudou com Francis Schaeffer. Atualmente é um dos grandes nomes do movimento Intelligent Design e Scholar de Estudos de Cosmovisão na Philadelphia Biblical University na Pensilvânia. É casada com John Richard Pearcey e tem dois filhos