Ultimamente, com tantos cursos ensinando a otimizar as tarefas da casa e da cozinha, a mulher cristã pode ter duas grandes tentações: a de menosprezo, achando que a vida no lar se resume a um campo restrito de atividades, sem grandes possibilidades de ações, ou a de aceitação medíocre, cumprindo-se apenas as tarefas essenciais, com o menor esforço, visando somente o tão desejado tempo para “relaxar”. Esse é um problema abordado, entre outros assuntos, no livro sobre feminilidade bíblica “Eva no Exílio”, da Rebekah Merkle, nossa indicação da semana.
A autora começa descrevendo dois fenômenos comuns em relação à expectativa do papel da mulher: o primeiro deseja resgatar a sociedade de culturas antigas, pois considera-se que em épocas passadas havia de fato uma visão bíblica dos papeis feminino e masculino; o segundo, por outro lado, é atraído pela ideia da “realização pessoal”, a qual só poderia ser conquistada fora do lar colocando-se o “eu” antes de tudo e todos. Enquanto o primeiro tenta fugir do mundo por razões puramente saudosistas, o segundo segue uma lógica completamente inversa do Evangelho — afinal, quem deseja salvar sua vida deve perdê-la. A mulher só encontrará satisfação plena quando se entregar e se sacrificar, assim como um dia Cristo fez por nós. Como a autora diz tão brilhantemente:
“Não há ressurreição sem morte. Não há cultivo de flores que não tenha começado com uma semente que caiu no chão e morreu, que se abriu e se rompeu para que vida pudesse brotar dela”.
Após isso, o livro segue com um panorama do feminismo e de suas ondas, mostrando como sua trajetória e métodos sempre foram contrários ao cristianismo. Nos últimos capítulos, por fim, entra de fato a parte prática e mais rica do livro, em que a autora, depois de expor as soluções frustradas do movimento feminista, responderá a pergunta tão esperada: “fomos projetadas para ser o quê?”. A partir daí, é defendido que o papel da mulher, segundo a Palavra de Deus, pode ser explicado por estas quatro categorias: sujeitar, encher, auxiliar e glorificar. Resumidamente, fomos feitas para auxiliar Adão no trabalho de sujeitar e encher o mundo, glorificando a Cristo enquanto retratamos em escala menor a mesma submissão voluntária de Cristo.
É muito valioso ver como a autora busca resgatar a importância do lar, apontando, por exemplo, como Paulo, em Tito 2, está colocando o lar em alta consideração, e não em baixa. Uma vez que Deus coloca essa tarefa como algo tão significativo, é fundamental que esposas e mães procurem aprimorar seu trabalho para a glória de Deus, fazendo-o com o coração grato e buscando o melhor, em vez de agirem apenas como funcionárias medianas. E embora fale da domesticidade, a autora também se dirige a qualquer mulher cristã, seja ela viúva, solteira ou casada, mostrando como todas elas podem lançar a luz do evangelho nesse mundo caído ao cumprirem com excelência seu chamado, se entregando e servindo as pessoas ao seu redor.
Com Amor,
Equipe MP