Imagem: “A leiteira” – Johannes Vermeer

INTRODUÇÃO

Há algumas semanas, uma irmã da igreja estava organizando um chá de cozinha surpresa e à distância (por causa da pandemia) para uma das moças da nossa igreja que se casará em breve. Ela me pediu que eu gravasse um vídeo dando um conselho para a noivinha. Na hora brinquei e disse que falaria para ela nunca se render aos copos de requeijão, porque seria um caminho sem volta… 

Mas depois fiquei por quase uma semana pensando sobre que conselho eu daria, e nada me veio à mente porque eu não queria falar nada óbvio ou algo que ela já tivesse ouvido. Mas aí está, noivinha: provavelmente você já sabe, na teoria, o que deve ser feito, bem como os caminhos que deve seguir nessa nova etapa da vida. 

Claro que haverá muitas surpresas – e elas variam de pessoa para pessoa. Mas os princípios estão arraigados no seu coração, e o nosso Senhor te capacitará a ser a coroa do seu marido como diz Provérbios 12.4a “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido”.

Eu diria que a maior dificuldade reside no praticar toda essa bagagem teórica. 

Conforme o tempo for passando, você verá como seu coração irá amadurecer no casamento, através de seus erros e acertos, através dos dias extremamente felizes, e naqueles em que nada está bem (sim, eles existem comtodos os casais)! Então, lá vão algumas alegrias e algunsdesafios que já passamos nessa deliciosa aventura a dois!

DESAFIOS

1) Deixar pai e mãe

Acredito que aí esteja um dos maiores desafios. No início do casamento, mesmo sem perceber, muitas vezes você se sentirá tentada a buscar uma espécie de “aprovação” dos seus pais para tudo quanto irá fazer. Porém, você se lembra o que o livro de Gênesis nos ensina desde que a terra existe? “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.24)

Caberá a você entender que a sua prestação de contas, mudou de destinatário.  É bem difícil virar a “chavinha” de um dia para o outro. E eu bem sei que é difícil confiar plenamente na liderança de um homem, que a pouco tempo atrás, provavelmente você sequer sabia da existência. 

Mas lá vem a boa notícia: com o passar do tempo, com a intimidade adquirida pela convivência no mesmo lar, com atitudes de amor e sacrifícios feitas por você, seu coração entenderá de forma clara e natural, quem é seu líder agora – e isso encherá seu coração de alegria e gratidão a Deus pelo presente precioso que Ele te concedeu nesta caminhada. Você entenderá que agora, formam um novo núcleo familiar. 

Seu marido é um instrumento nas mãos do Senhor para cuidar de você, e o fato de você buscar suas orientações, bem como confiar em suas decisões, fará com que ele queira cada dia mais ser digno dessa confiança. Não tenha dúvidas de que ele se empenhará cada vez mais em ser um melhor marido à medida que você der credibilidade à liderança dele. 

Para que isso aconteça você deverá descansar nos cuidados do Pai Celeste, que suprirá suas necessidades físicas e emocionais. Lembre-se sempre, de que foi o próprio Deus quem cuidou de você até aqui. 

Todavia, isso não quer dizer que você e seu marido não devam buscar conselhos dos seus pais. Muito pelo contrário, estou certa de que eles são uns de seus melhores amigos. Mas lembre-se sempre de que há uma grande diferença entre buscar autorização e buscar conselhos.

 2) O tom do lar – Refrigério e Aconchego

Nosso lar é o lugar que temos mais influência direta. E às vezes, dar o “tom” da casa pode ser um desafio. Trata-sede tornar seu lar receptivo e alegre. Quando estou animada e mais satisfeita, essa alegria e contentamento se transferem para meu lar. Um exemplo claro é quando meu marido chega em casa do trabalho um pouco mais cansado ou calado. Na maioria das vezes, o motivo tem nome, e é fome (Risos). Mas quando esse não é o motivo, e o tom da casa é de aconchego e alegria, logo após o jantar, ele compartilha algo sobre o trabalho ou deixa as preocupações para o próximo dia e aproveita o tempo em nosso lar. 

Mas não são todos os dias em que meu humor e disposição estão nas alturas para dar o tom de aconchego e alegria. São nesses dias que posso me lembrar do que Carolyn Mahaney escreveu em seu livro As Setes Virtudes da Mulher: “[nossa casa] pode ser um ambiente que transpire aconchego e que sirva de refrigério (grifo meu) para o marido e os filhos”. 

Dar o “tom” do lar, não tem necessariamente a ver com nossas circunstâncias do dia, e sim com nossa motivação e disposição do coração. Alegria, longanimidade, bondade, mansidão, domínio próprio, fazem parte do fruto do espírito (Gálatas 5. 22-23). Não podemos acreditar na mentira que dependendo do período do mês, eu posso ser mais ríspida com meu marido ou por estar irritada com algo que deu errado, todos precisam sofrer as consequências da minha irritação ou que isso faça parte da minha personalidade. Inverter esses pensamentos enganosos para pensamentos sobre o que Deus requer de nós, que temos a responsabilidade de cultivar, é um ótimo exercício diário. 

Não estou anulando os momentos difíceis que passamos no dia a dia. Mas podemos nos exercitar em primeiro receber nossos maridos com um sorriso alegre e grato ao vê-los chegar do trabalho, para depois do jantar, compartilhar as dificuldades do dia. Que nossos lares não dependam do nosso humor instável, mas sejam constantes na Alegria que temos em Cristo, para servir de refrigério e aconchego aos nossos maridos.

CONTINUA…

Camila e Juliane são amigas a cerca de 10 anos.

(À direita na foto): Camila Fernandes tem 27 anos, é casada há 1 ano com  Felipe Fernandes. Congregam na Igreja Presbiteriana de Poá-SP.  Exerce a profissão de Arquiteta. 

(À esquerda na foto): Juliane Oliveira tem 27 anos, é casada há 4 anos com o Wellington. Congregam na Igreja Presbiteriana de Poá-SP, onde é professora das crianças na Escola Dominical. Exerce a profissão de advogada, e de cozinheira amadora no tempo livre.