[Continuação]

3. Reconhecendo nossas falhas passadas, corrigindo nossos atos futuros

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Quando penso em restauração e arrependimento, imediatamente me lembro de Apocalipse 2.5, que diz assim: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras.” Como cristãos, temos a graça do perdão de Deus e a certeza de que ele nos transforma e molda aos padrões de Cristo continuamente. Por alguma razão, ao longo da vida, acabamos excluindo algumas áreas de nossa vida dessa análise que deveria ser diária. A maneira como criamos nossos filhos é uma delas.

Se você faz parte do grupo de pais cristãos que sofre por não ter criado seus filhos “na disciplina e admoestação do Senhor,” você precisa reconhecer o seu pecado, a sua falha. Não digo isso para que a culpa venha te consumir e você se sinta péssimo, mas para que você se lembre de onde caiu, arrependa-se e volte à prática das primeiras obras. Nosso Deus é gracioso o suficiente para nos perdoar, e amável o suficiente para nos guiar e abençoar quando nos disponibilizamos a mudar de curso.

Uma das marcas do arrependimento é o pedido de perdão. Primeiramente, nos arrependemos diante de Deus, que é sempre o maior ofendido quando pecamos. Em segundo lugar, nos arrependemos e pedimos perdão para as pessoas a quem ofendemos ou, de alguma forma, prejudicamos. Porque somos falhos e pecadores, precisamos nos humilhar e reconhecer nossos erros, inclusive, diante dos nossos filhos. Quantas e quantas vezes tive que me desculpar com meus filhos por ter agido com mais rigor do que deveria ou por ter feito algum julgamento precipitado! Algumas vezes, a disciplina não foi administrada em amor e, mais vezes do que eu gostaria de admitir, não guiou meus filhos ao arrependimento diante do Senhor. Por todos esses erros, precisei me humilhar e pedir perdão a Deus e, sim, pedir perdão para meus filhos. Quando reconhecemos nossos erros como pais diante de nossos filhos, estamos automaticamente reconhecendo que estamos dispostos a mudar, a melhorar e, claro, que os ofendemos e falhamos.

Talvez você esteja pensando que não tem mais influência na vida de seus filhos porque eles não são mais pequeninos. Queridos, mesmo quando seus filhos são pequeninos, eles precisam do Espírito Santo de Deus para limitar o pecado de seu coração! A diferença, agora, com filhos adolescentes e jovens, é que você perdeu a oportunidade de fazer parte desse processo, direcionando-os da maneira como a Palavra de Deus comanda. No entanto, o mesmo Espírito que agia quando seus filhos eram pequeninos, está agindo agora, quando já estão clamando por independência. O coração do seu filho pertence ao Senhor (Provérbios 21.1). O coração do seu filho nunca te pertenceu para ser mudado. Se a graça transformadora do Senhor não alcançar o coraçãozinho do seu bebê, não há nada que você possa fazer para livrá-lo da perdição. Nós cremos, porém, num Deus da aliança, num Deus que promete bênçãos para nós e para nossos filhos.

Não é tarde demais.

Procure seu filho e peça perdão por todas as vezes que você não o disciplinou em amor,

por todas as vezes que você não o disciplinou quando ele deveria ter sido disciplinado, por todas as vezes que você errou ao julgá-lo, por não ter colocado limites, por ter sido negligente no seu papel de pai ou mãe. Explique que você está disposto a mudar e que, com a ajuda do Senhor, vai tomar as rédeas desse relacionamento como deveria ter sido feito desde o início. Mostre para seu filho que você reconhece seus erros, mas que, ao mesmo tempo, você vai corrigi-lo da maneira correta, à luz das Escrituras, para que eles sejam abençoados e sintam-se seguros.

Uma vez que tenha feito isso, explique para ele como as coisas mudarão daqui para frente. Use a autoridade da Palavra de Deus e, também, a autoridade dada a você por Deus para explicar a razão da necessidade de disciplina (Provérbios 3.12; 5.22,23; 6.23,24; 12.1; 13.24; 15.32; 22.15; 23.13; 29.15). Não abra mão desse papel que Deus mesmo confiou a você como pai, como mãe, e retorne à prática das primeiras obras.

Ore constantemente para que o Espírito Santo aja no seu coração, mantendo-o firme na resolução de obedecer ao Senhor na criação de seus filhos, e no coração de seus filhos, que precisam de transformação. Converse constantemente com seus filhos, explique suas ações e use a autoridade vinda da Palavra do Senhor para os convencer do pecado, da justiça e do juízo.

4. Rompendo com os discursos do mundo

Sabemos que o Espírito Santo transforma continuamente o coração dos nossos filhos adolescentes e o nosso próprio coração; por que, então, tantos pais cristãos têm cedido ao discurso do mundo no que diz respeito à criação de seus filhos adolescentes, como se já fosse tarde demais, como se fosse normal conviver com filhos desobedientes e desrespeitosos?

Se você é cristão e também já repetiu ou até concordou com alguma das frases que escrevi no início do artigo, afirmo sem medo de errar que você está errado.

Não é normal que filhos briguem entre si, não é normal que o adolescente não tenha domínio próprio, não é normal que os pais não tenham nenhuma influência sobre a vida do filho adolescente, não é normal que os pais sejam tão impotentes sobre a maneira como os filhos adolescentes agem, não é normal, sobretudo, que pais cristãos adotem para si as posturas de famílias que não têm a Palavra de Deus como regra de fé e prática e que não acreditam que existe um Deus que está sempre trabalhando em nós e através de nós para que sejamos mais e

mais parecidos com seu Filho, nosso Senhor Jesus.

Pense seriamente onde os erros começaram. Será que tudo começou porque você, naquele domingo chuvoso, decidiu que ir à igreja para adorar ao Senhor não era uma prioridade? Ou, ainda, decidiu que fazer culto doméstico todos os dias era muito difícil porque, afinal, quem tem tempo para isso nessa vida corrida? Talvez você tenha deixado de disciplinar seu filho quando ele fazia coisas “bobas” como contar uma mentirinha? Quem sabe a Palavra de Deus nunca fez parte da maneira como você disciplinava seus filhos e eles nunca foram levados ao verdadeiro arrependimento? Talvez você tenha feito “vista grossa” para aquela amizade que, no fundo, você sabia não ser positiva na vida do seu filho? Quem sabe você simplesmente decidiu que conversar sobre isso ou aquilo era muito trabalhoso e você não tinha tempo? Talvez você seja parte daquele grupo de cristãos que se recusa a disciplinar biblicamente (com a vara) porque “não funciona?” Eu poderia continuar com essa lista por muito tempo, mas vou parar por aqui e te exorto com todo o amor do meu coração a pensar em como agiu com seus filhos desde que eram bebês, identificar quando o problema começou, se arrepender e tomar uma atitude para a glória de Deus.

O mundo nunca vai ter uma resposta para problemas de relacionamentos entre pais e filhos porque o mundo não reconhece o problema principal do homem: o pecado. Por isso, precisamos da Palavra de Deus como bússola, precisamos de amigos piedosos e crentes dispostos a nos aconselhar e apoiar e, finalmente e mais importante, precisamos nos humilhar diante da presença santa do Senhor, pedindo por sua misericórdia, graça e perdão na criação dos nossos filhos.

Finalmente, queridos, “não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

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Casada com Charles, mãe homescholler de Pedro (21) , Laura (16) e Davi (12), representante de área para o Classical Conversations em Westchester, NY, esposa de pastor, membro da Westchester Orthodox Presbyterian Church, tutora do programa Challenge A do CC, coach de debate e discurso para adolescentes e líder do Clube de Debate “The Murphy’s Law”.