Nosso Pai nos tece no ventre de nossas mães de uma maneira única que nunca foi duplicada em toda a história. Um novo ser humano é criado quando o esperma fertiliza o óvulo e depois dessa combinação dos cromossomos masculino e feminino não há maiores acréscimos. O esperma e o óvulo não podem existir ou desenvolverem-se por si mesmos, mas uma vez unidos esse novo humano simplesmente requererá o ambiente e a nutrição correta para crescer e continuar a se desenvolver através de vários estágios de dependência e independência através de sua vida útil. Deus criou e dirige esse processo maravilhoso para que então outra pessoa seja feita à Sua imagem, para Seu propósito e para viver para O glorificar e gozar.
SOBRE O QUE ESSE ARTIGO NÃO É
Quando Deus coloca esse privilégio em nossas vidas também devemos agir com responsabilidade. Muitos cristãos têm usado a pílula anticoncepcional com a intenção de planejar suas famílias sob o governo de Deus. Suas intenções eram e são de agradar a Deus com suas famílias e viver de maneira responsável em Seu reino. Há muitas controvérsias sobre os muitos métodos contraceptivos e alguns têm questionado o uso de quaisquer contraceptivos, pensando se eles estão sendo usados em uma tentativa imprópria de “brincar de Deus”. Mas esse não será um tópico tratado no corpo desse artigo.
Ao invés disso, a pílula anticoncepcional será examinada a fundo para determinar se há ou não quaisquer outras razões pelas quais os cristão deveriam questionar esse método contraceptivo em particular no planejamento familiar.
ABORTIVO OU CONTRACEPTIVO?
Tem sido sugerido hoje em dia que a pílula seja abortiva e não contraceptiva. A diferença é significante: abortivos, na verdade, tiram a vida de uma criança não nascida em algum momento entre o momento da fertilização e o nascimento, enquanto contraceptivos previnem que o esperma de fato encontre o óvulo e o fertilize.
As pílulas contraceptivas mudaram ao longo dos anos. No início, elas eram produzidas como uma “pílula só de progestógeno” (POP). Era uma alta dose de progesterona que podia alterar o muco cervical e interferir também na implantação do óvulo fertilizado no ventre da mãe. Elas são agora amplamente conhecidas como pílulas abortivas porque elas interferem na implantação de qualquer óvulo fertilizado e assim resultando diretamente na interrupção da vida daquele humano em estado de zigoto. Agora elas raramente são usadas por causa dos efeitos colaterais perigosos para as mulheres. Na verdade, elas são comercializadas como a “pílula do dia seguinte”, porque sua alta dose de progesterona serve para prevenir que o novo ser humano formado recebe sua conexão nutritiva vital da mãe através do endométrio (o tecido que reveste o útero).
Hoje em dia, a vasta maioria das pílulas contraceptivas prescritas são a “combinação oral de contraceptivos” (COP), uma combinação de progesterona e estrogênio. Embora essas sejam mais seguras para as mulheres que as usam, elas são menos efetivas na prevenção da ovulação, e assim prevenção da fertilização, porque têm uma dose mais baixa. Portanto os COP’s trabalham em três níveis (como afirmado pela Physicians Desk Reference from the Food and Drug Administration [Secretaria de Referência Médica da Administração de Alimentos e Medicamentos]):1. inibição da ovulação (o mecanismo primário)2. engrossamento do muco cervical, deste modo, dificultando que o esperma encontre o óvulo3. afinamento do tecido endometriótico para que o óvulo fertilizado seja menos capaz ou fique incapacitado de ser implantado no ventre.
É nesse terceiro nível que o efeito da pílula é abortivo.
MAS ESSE TERCEIRO NÍVEL ACONTECE?
Isso tem sido fervorosamente debatido por não-cristãos e cristãos no mundo médico. Alguns dizem que pelo fato de que a chance de esse último método ocorrer é tão infinitesimalmente pequena ela, não é significante. Alguns têm alegado que se a ovulação e então a fertilização ocorrerem em uma pessoa que usa a pílula, a produção hormonal subsequente no corpo da mãe rejuvenescerá o endométrio, permitindo assim a implantação e que nenhum aborto não intencional ocorra. Eles também afirmam que não há evidência médica suficiente para provar que o endométrio de fato será hostil à implantação de um óvulo fertilizado pois há um intervalo de sete dias entre a concepção e a implantação, tempo suficiente para o endométrio se recuperar. Eles afirmam que essa é a razão para que algumas mulheres ainda tenham sido capazes de engravidar enquanto usavam a pílula.
Em oposição, tem sido dito que não há evidência médica disponível para sugerir que o endométrio se recupera. Na verdade, estudos feitos sobre o uso da pílula e avanço da ovulação sugerem o oposto, que o endométrio ainda está fino e incapaz de sustentar vida. É percebido também que os estudos médicos mostraram claramente que o revestimento endometrial tem 1,1mm de espessura nas mulheres com a pílula, enquanto 5-13mm de espessura sejam necessários para sustentar a gravidez. Normalmente leva alguns ciclos regulares enquanto a mulher não está tomando a pílula para que o revestimento endometrial restaure sua espessura total.
ALTERNATIVAS
Há também aqueles que dizem que pelo fato de as mulheres que usam a pílula não terem a intenção de causar um aborto, então elas não podem ser culpadas. Contudo, cristãos especialistas em ética têm sugerido que as intenções tornariam isso válido se, de fato, não houvesse outras opções viáveis para o planejamento familiar (assumindo também que o planejamento familiar está de acordo com a vontade de Deus).
Há, de fato, outras opções de planejamento familiar disponíveis para os cristãos que, sabendo que a pílula pode ser abortiva, não a usarão. Há técnicas naturais de planejamento familiar disponíveis, como o método NaPro’ e o Método de Ovulação Billings. Estudos comprovam que esses são mais efetivos do que a pílula anticoncepcional no planejamento de gravidez e também foi mostrado que melhoram a qualidade do relacionamento entre marido e esposa através de estudos qualitativos.
É necessário mais pesquisa sobre os efeitos abortivos da pílula anticoncepcional porque nesse ponto ninguém pode argumentar quantitativamente que a pílula anticoncepcional causa “x” casos de aborto. É pouco provável, no entanto, que esses estudos necessariamente ocorrerão porque a indústrias farmacêuticas estariam pouco dispostas a financiá-las. Além disso, elas poderiam logo tornarem-se antiéticas como qualquer estudo que envolvesse a vida de uma criança e a tentativa de controlar e reproduzir as causas de morte na vida daquela criança.
CONCLUSÃO
Como sempre, devemos considerar em oração esse assunto. Não podemos ser ignorantes a respeito dos fatos em torno da pílula anticoncepcional e ainda que muitos de nós preferisse não ser confrontado com isso, devemos, como filhos de Deus, consagrar a vida que Ele nos deu e a de todos ao nosso redor. Para mais informações e para acessar as fontes desse artigo, por favor consulte:
Randy Alcorn’s book Does the Birth Control Pill Cause Abortions? which can be downloaded for free here ● Dr. Walter Larimore’s article The Growing Debate About the Abortifacient Effect of the Birth Control Pill and the Principle of the Double Effect● The Canadian Physicians for Life● ProLife Physicians’ A Declaration of Life
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*Esse texto foi originalmente publicado no blog Reformed Perspective e traduzido com permissão do autor.
**Tradução: Juliana Fontoura. Revisão: Rebeca Martins Di Pri