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Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (2 Coríntios 4.7)

Hoje, as mulheres fiéis precisam muito de encorajamento, assim como sempre precisaram. Não há época, passado, presente ou futuro, no qual nós não precisamos que nossa fé seja despertada e nossa esperança fixa em Cristo, não importa quais são nossos problemas e desafios particulares. Esse versículo acima pode nos conduzir a ver que a maneira que enxergamos nossos problemas é, na realidade, uma grande parte desse encorajamento.

O tesouro em um vaso de barro

A qual tesouro o apóstolo Paulo se refere aqui? Se olharmos um pouco antes em 2 Coríntios 4.4, veremos que é “a luz do evangelho da glória de Cristo” que brilha em nossos corações. Paulo explica que assim como Deus apenas disse e a luz veio a existência em Gênesis 1.3, Ele falou com o mesmo poder criativo para trazer a luz aos nossos corações em trevas (2 Coríntios 4.6). Esse é o tesouro inestimável do “evangelho da glória de Cristo.

Onde nosso bom e grande Deus guarda esse tesouro extraordinário? Ele colocou em potes comuns – em vasos de barro – nos corações de seu povo que eram, assim como Adão, feitos de pó. Um vaso de barro é uma metáfora adequada para nós, pois fomos feitos de barro e queimados na fornalha para sermos pequenos e humildes recipientes para guardar tesouros. Não um vaso de ouro, nem mármore, cristal ou prata esterlina, mas um pote de barro.

Mas, porque Deus colocaria seu precioso tesouro em vasos tão indignos? Paulo nos responde: “para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Coríntios 4.7). O maravilhoso poder de sua bondade brilha com mais glória quando é colocado em vasos de barro. E quando esse tesouro brilha com mais intensidade? Se seguirmos Paulo por 2 Coríntios, veremos que esse tesouro brilha particularmente quando esse vaso de barro está em um amontoado de problemas.

O apóstolo Paulo foi separado para sofrer. Quando Deus enviou Ananias para impor as mãos sobre Paulo, o Senhor disse: “porque este é para mim um instrumento escolhido… eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15-16). E, de fato, Paulo sofreu muitas coisas por Cristo. É por isso que ele pode nos dar, em primeira mão, encorajamento sobre como devemos encarar nossos próprios problemas. Assim como os problemas de Paulo, nossos problemas são os de um vaso de barro.

Problemas de um vaso de barro

O versículo seguinte do texto inicial nos diz que Paulo era como está descrito: “atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos” (2 Coríntios 4.8-9). Aparentemente, vasos de barro não têm momentos fáceis. Externamente, eles estão cercados por todos os lados de problemas; estão perplexos, são perseguidos e abatidos. Mas internamente, onde o tesouro está, não estão aflitos, nem em desespero, nem desamparados, nem destruídos.

Como temos a propensão de manter nossos olhos no que é visível (os problemas), podemos perder o que está acontecendo dentro do vaso de barro, onde o tesouro está. Essas coisas invisíveis são o que devemos ver pela fé, como Paulo fez. Pois no meio de todos esses problemas de vasos de barro, Paulo diz: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.” (2 Coríntios 4.16). Então, conforme caminhamos na fé, veremos nosso homem exterior desmoronar (até mesmo, desaparecer), mas nosso homem interior pode ver a glória agora, e a que está vindo.

Alguns capítulos depois (2 Coríntios 6.4-10), Paulo nos dá outro relato sobre seus problemas nesta famosa passagem: “em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos e, entretanto, bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e, contudo, eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, mas sempre alegres. Pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.”

E, no entanto, esses problemas são apresentados em um tremendo contraste com o tesouro interno: na pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, sendo verdadeiros, bem conhecidos, como vivos, não mortos, sempre alegres, possuindo tudo.

Eu espero que você enxergue isso nas aflições mais difíceis – a bondade de Deus, força e graça brilham ainda mais. Mas a coisa mais impressionante ainda está por vir. Depois, Paulo menciona que ele pediu a Deus três vezes que tirasse seu espinho na carne (2 Coríntios 12.7-8). Mas Deus disse a ele “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12.9).

Então, qual a conclusão de Paulo? Ele diz: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12.9-10).

Você entendeu isso? A força de Jesus é feita perfeita em nossa fraqueza. A graça dele é suficiente. Então, Paulo vai se regozijar de suas aflições, porque ele sabe que elas desencadeiam o poder de Cristo em seu vaso de barro. De fato, isso é surpreendente – Paulo se regozija nessas coisas! Ele se regozija em enfermidades (fraqueza física); em reprovações (quando outros o culpam ou insultam); em todos os tipos de necessidades (físicas, emocionais, espirituais); na perseguição (quando ele está sendo preso ou espancado); e em dificuldades (quando ele precisa enviar um SOS).

Regozije-se em suas fraquezas

Considere suas próprias enfermidades, doenças, fraquezas, necessidades e angústias. Você pode se regozijar nisso? Você pode ter prazer nisso? Certamente não, se você está olhando para o seu vaso de barro para encontrar forças, você não encontrará ajuda lá. Mas e se você abordar isso pela perspectiva da fé? Se você começar a enxergar cada problema como uma oportunidade de ouro para mostrar a glória de Deus? Quando começamos  a ter prazer em nossos problemas por amor a Cristo, eles perdem o poder sobre nós. Em Cristo somos livres para ver o trabalho de Deus.

Tome as suas fraquezas dadas por Deus e peça a Ele para mostrar Seu poder e força nelas. Tome suas enfermidades dadas por Deus e regozije-se nelas. Sinta prazer nessas coisas. Não porque eles são bons em si mesmos, mas porque são problemas de vasos de barro. Quanto mais o vaso de barro é amassado, mais da bondade e glória de Deus repousa sobre o humilde vaso de barro. E, finalmente, quando vemos a excelência do poder que vem de Deus, e não de nós, nossa fé cresce.

*Nancy Wilson é esposa e dona de casa de um pastor em Moscou, Idaho, que escreveu vários livros, incluindo The Silver Lining: Um Guia Prático para Avós Cristãs e Aprendizagem do Contentamento. Ela e o marido, Douglas, têm três filhos e dezessete netos.

**Traduzido por: Carolina Crepaldi Hito / Revisado por: Ana Carolina Oliveira