child-kneels-in-prayer-at-its-mother-s-kneeTodas as noites, minhas filhas querem que eu ore com elas e por elas. Se eu não cobri-las à noite ou se eu esquecer de orar quando as cubro, posso ter a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, vou ouvir pés descendo as escadas e, em seguida, a pergunta: “Papai, você vai orar conosco?” Às vezes, eu acho que elas estão expressando um desejo bom e genuíno e outras vezes acho que elas estão sendo meramente supersticiosas, como se fossem ter pesadelos e cada sombra as assustaria se eu não orar. De qualquer modo, eu nunca recuso.

Numa noite dessas, eu deixei de orar com elas. Era o fim de um longo dia, tinha cumprido meus deveres paternos, já tinha passado da hora e eu queria um tempo para mim. E, em seguida, eu ouvi os passos na escada. Eu gemi por dentro. “Papai, você não orou conosco!”

Então eu as chamei e orei com elas. Foi uma oração negligente. Faltava entusiasmo, alegria e confiança. Tinha mostrado mais interesse em levar o lixo para fora. Mandei-as para a cama e voltei ao que estava fazendo. Era apenas outro pequeno momento na vida de uma família normal.

Na manhã segunte, eu acordei e passei algum tempo lendo a Palavra de Deus. Minha devocional me levou a Filipenses, em que, logo no começo da carta, Paulo diz àquela igreja como e porquê ele está orando por ela. Paulo deliberadamente compartilha sua vida de oração com o objetivo de ensinar aquela igreja como ela deve orar. Em seu comentário, Dennis Johnson escreve que “Como podemos aprender a orar? Instrução ajuda, mais o exemplo é a chave.” Aprendemos a orar ao ouvirmos a oração de outras pessoas.

Após investir alguns minutos naquela passagem, fui caminhar. E enquanto eu caminhava e orava, e orava e caminhava, este pensamento me golpeou: “Quando você ora com suas filhas, você está ensinando a elas como orar.” Quando minhas meninas desceram as escadas na noite anterior, elas me deram a oportunidade de ensiná-las. E eu as ensinei. Ensinei que a oração pode ser monótona e feita de forma rápida, desinteressada e negligente. Ensinei a elas que a oração é mais dever do que prazer. Nem todas as lições eram ruins. Ensinei que elas podem e devem, confiar seus cuidados à Deus e que Ele é o Provedor das nossas necessidades. Ainda assim, se aquela oração era uma oportunidade de ensino, foi uma que aproveitei mal e da qual me arrependo.

Se minhas meninas tivessem me pedido uma instrução formal, se ela tivessem dito “Papai, nos ensine a orar. “, eu teria ensinado algo muito diferente do que fiz naquela noite. Eu teria dito a elas para se aproximarem de Deus com ousadia e confiança, confiando na obra acabada de Jesus Cristo. Teria dito a elas para se aproximarem de Deus com entusiamo. Teria alertado elas sobre o perigo das orações negligentes que logo se transformam em orações supersticiosas. Teria alertado sobre as coisas que eu mesmo fiz.

Hoje a noite elas virão até mim novamente, se eu não for até elas antes. E, novamente, eu terei a oportunidade de orar com elas e por elas. Mas agora eu sei que que este não é um momento para cumprir um dever ou riscar algo da minha lista. Quando eu oro com minhas filhas, estou ensinando a elas como devem orar.

2014-10-27

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tim challies 2* Esse texto foi postado originalmente no www.challies.com Republicado mediante permissão.

** Tim Challies serve como pastor da  Grace Fellowship Church in Toronto, Ontario. Ele é casado com Aileen e pai de 3 filhos com idades entre 7 to 13 anos.

 

Tradução: Vivian Junqueira