KONICA MINOLTA DIGITAL CAMERAVocê já leu Porque usamos a vara?

Em alguns casos, a palmada não tem o efeito desejado na instrução do coração da criança. Geralmente, isso pode ser atribuído à aplicação imprópria da vara, da qual existem diversas variedades:

Falta de consistência. Você tem que ser consistente. Bruce Ray diz: “Não é a gravidade da correção que produzirá obediência; é a certeza da correção que trará o resultado desejado. Seja coerente em sua administração de disciplina. Nunca, nunca, nunca emitir um aviso ou uma ordem sem levar até o fim.

Um dia, a mãe de Johnny o ignorou enquanto ele arrastava todos os potes Tupperware para fora do armário da cozinha. Mas, no dia seguinte, ele recebeu uma palmada por isso. Que confuso, irritante e injusto isso é para a criança! Se ela nunca sabe quando você pode atacar, ela passará toda a sua infância pisando em ovos. Nós devemos definir o padrão e ser consistentes em seguir com as consequências quando esse padrão é violado, ou podemos exasperar nossos filhos e provocá-los à ira.

Uma criança que nunca sabe o que deve esperar também pode se tornar insegura. Há uma grande sensação de segurança em saber o que esperar. Que cruel é para elas viverem com medo por não saberem o que pode acontecer a seguir. Que cruel é que a sua disciplina seja baseada no humor, nível de energia ou capricho do pai. Todas as crianças, quer estejam engatinhando ou andando, encontram mais segurança em saber onde seus limites estão. De fato, com limites vem a liberdade. Quando você estabelece limites para seus filhos, está lhes dando a liberdade para determinar quando haverá consequências. Eles são corrigidos por sua própria escolha e não pela emoção ou estado de espírito dos pais. Uma criança segura é uma criança que sabe seus limites e é corrigida de forma consistente quando os ultrapassa.

A vara da correção retorna a criança a um lugar de submissão a seus pais, um lugar onde Deus prometeu bênção. A disciplina lhe permite obter autocontrole. A disciplina a ajuda a respeitar mãe e pai e promove uma atmosfera de proximidade entre os pais e a criança. A mãe que é consistente e não permite que a criança desafie sua autoridade, experimentará intimidade com seu filho. Mas quando lhe é permitido ser rabugento e desobediente, é possível que o afastamento se desenvolva. Não se engane pensando que a palmada dificultará a proximidade. O pai que é consistente em exigir obediência, mantém a relação balanceada. Esse pai desfrutará de um relacionamento próximo e aberto com a criança.

Falta de persistência. Alguns pais usam a vara por alguns dias, tornam-se desanimados quando seus filhos não são transformados durante a noite, e desistem. Eles decidem que a disciplina não é apenas desagradável; mas que também não funciona. Em Hebreus 12.11 lemos que: “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (grifo meu). Você colhe o que planta, colhe mais tarde do que planta, e colhe mais do que planta.

Quando somos persistentes, nossos filhos aprendem a lei da colheita. Tedd Tripp diz: “Quando a desobediência é recebida com consequências dolorosas, eles aprendem que Deus colocou o princípio da semeadura e da colheita em seu mundo”.8 Nós podemos nos desanimar algumas vezes e pensar que não adianta, mas nossa responsabilidade é confiar em Deus e fazer o que ele diz e então deixar os resultados para ele. Provérbios 3.5 diz: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento”. Deus quer que façamos tudo o que ele requer durante o tempo que for preciso. Ele nos desafia em Gálatas 6.9: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”.

Falta de eficácia. O propósito de uma palmada é infligir dor. Se o Joãozinho está vestindo uma fralda extra-acolchoada e correndo em círculos enquanto a mãe, sem entusiasmo, administra a vara, a palmada é ineficaz. Tenha em mente que cada criança é diferente. Algumas têm maior tolerância à dor do que outras. Algumas são naturalmente mais submissas do que outras e mais rápidas em demonstrar arrependimento sincero. Como mãe, você tem que determinar o que é “eficaz” para seu filho. Por favor, note que, se alguma vez você deixar algum hematoma em seu filho, você está batendo muito forte.

Falta de Justiça. Quando a vara é administrada em ira pecaminosa ou com a motivação errada, a criança se ressentirá em vez de se arrepender. As crianças não cederão à correção quando esta for administrada em ira injusta ou se o pai disciplinar por razões egoístas. E Deus não honrará nossos esforços, se forem conduzidos em pecado. Está tudo bem se a criança tiver que esperar em seu quarto enquanto a mãe ora por alguns minutos e acalma seu coração antes de administrar a vara. Verifique se seu motivo para disciplinar seus filhos é justo, e não causado por raiva, porque Tiago 1.20 nos diz que “a ira do homem não produz a justiça de Deus”. Sua motivação não deve ser vingança, mas amor. Deve ser expulsar a estultícia do coração da criança. A disciplina não deve ser uma mentalidade do tipo “eu vou lhe mostrar!” ou “mocinho, agora você vai ver!”, ela deve ser “eu o amo demais para permitir que esse pecado crie raízes em seu coração e cresça”.

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Esse artigo é parte do livro “Não me Faça Contar até Três” (leia a resenha do livro AQUI) de Ginger Plowman. © 2013  publicado pela Editora Fiel. Páginas 144-147. Original: Desculpas que os pais dão para não baterem em seus filhos

* Ginger Plowman, fundadora do ministério Preparing The Way, é autora de vários livros, como Wise Words for Moms e No More Whining, e artigos premiados, publicados em diversos veículos de comunicação nos EUA, como Focus on the Family, Baptist Press, HomeLife Magazine, P31 Woman e Crosswalk.com. Reconhecida em todo o território americano, Ginger ministra em diversos eventos para mulheres e conferências para pais, além de ser frequentemente entrevistada em programas de televisão, como The 700 Club, The Harvest Show e Primary Focus, bem como em programas de rádio, incluindo Family Life Today, Revive Our Hearts e Focus on the Family Weekend Magazine.