The_Duties_of_Parents__85509_zoomClique AQUI para ver todos os posts dessa série. Este é um objeto digno de todo o nosso labor. Hábito algum, eu suspeito, tem maior influência em nossas vidas do que este. Pais, sejam determinados em fazer com que os seus filhos lhes obedeçam, ainda que isso lhe custe o maior dos problemas, e cause a eles muitas lágrimas. Que não venha a haver nenhum questionamento, ou discussão, ou disputa, ou demora, ou constantes repetições. Quando você lhes dá uma ordem, deixe-os perceber claramente que você fará com que ela seja cumprida. A obediência

é a única realidade. Ela é a fé visível, a fé em ação, e a fé encarnada. Ela é o teste de verdadeiro discipulado entre o povo do Senhor: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando” (João 15:14). Esta deve ser a marca de filhos bem treinados, que eles fazem aquilo que os seus pais ordenam. Onde, de fato, está a honra que o quinto mandamento ordena, se os pais e mães não são obedecidos alegremente, sinceramente e sem demora? Esta obediência desde cedo tem toda a Escritura ao seu lado. Ela está presente na honra conferida a Abraão: não somente ele treinará a sua família, mas “ele ordenará a seus filhos e a sua casa depois dele” (Gen. 18:19). E nos é dito sobre o próprio Senhor Jesus Cristo que, quando jovem, “ele lhes era submisso” [a Maria e José] (Lucas 2:51). Observe o quão implicitamente José obedeceu à ordem do seu pai Jacó (Gen. 37:13). Veja como Isaías diz que será algo tão terrível quando “o menino se atreverá contra o ancião…” (Isa. 3:5). Note como o apóstolo Paulo aponta para a desobediência aos pais como um dos maus sinais dos últimos tempos (2 Tim. 3:2). Veja como ele destaca a graça de requerer a obediência dos seus filhos como sendo uma das marcas que deve adornar um ministro cristão: “que governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito”. E novamente: “que o diácono… governe bem os seus filhos e a própria casa” (1 Tim. 3:4,12). E ainda, ele diz que o presbítero deve ter: “filhos crentes, que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados” (Tito 1: 6). Pais, vocês desejam ver os seus filhos felizes? Cuide, então, para que você os treine a obedecerem quando uma ordem lhes é dada, a fazerem o que é requerido deles. Creia em mim, nós não fomos criados para sermos totalmente independentes – nós não somos capazes disso. Até mesmo aqueles que possuem liberdade em Cristo ainda usam um jugo: eles servem ao Senhor Jesus Cristo (Col. 3:24). Nunca será cedo demais para as crianças aprenderem que, neste mundo, nem todos são destinados a governar, e que nós nunca estaremos em nosso correto lugar até que aprendamos a como obedecer aos nossos superiores. Ensine-os a obedecer enquanto são jovens, ou eles se irritarão contra Deus por toda a sua vida, e se desgastarão com a vã ideia de serem independentes do Seu controle. Leitor, este conselho não poderia ser mais necessário. Você verá muitos pais, em nossos dias, permitindo que os seus filhos pensem e escolham por si mesmos muito antes de serem capazes de fazê-lo, de modo que até arranjam desculpas para a desobediência deles, como se eles não fossem culpados disso. Aos meus olhos, um pai que sempre cede, e uma criança que sempre tem tudo do seu próprio jeito é uma cena muito dolorosa – dolorosa, pois eu vejo a ordem de Deus para as coisas sendo invertida e virada de cabeça para baixo; e dolorosa, porque eu tenho certeza de que a consequência para o caráter daquela criança, no final, será a vontade própria, o orgulho e a arrogância. Você não deve estranhar que os homens recusem a obedecer ao seu Pai celestial, se você os permite, enquanto são crianças, que desobedeçam ao seu pai terreno. Pais, se você ama aos seus filhos, faça com que a obediência seja a palavra-chave e o lema contínuo diante dos seus olhos. 2014-08-05

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j-c-ryle-profile2* Esse artigo foi publicado em português originalmente no blog Maçãs de Ouro e re-publicado com autorização da tradutora. Trata-se da tradução de um capítulo do livro “Os Deveres do Pais”. Observação: Esse livro foi publicado em português pela Editora Letras, porém esse texto não foi tirado da edição em português, é uma tradução independente.

** John Charles Ryle, comumente referido com J.C.Ryle foi um clérigo inglês, e o primeiro bispo da diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool. Ele foi espiritualmente despertado em 1838 enquanto ouvia a leitura de Efésios 2 na igreja e foi ordenado em Winchester em 1842. Ryle ficou muito conhecido por defender a doutrina evangélica da Igreja da Inglaterra contrária ao Anglo catolicismo, por meio de diversos tratados e livretos, chegando a ser reconhecido como um dos lideres da chamada “Baixa Igreja” da Inglaterra. Alem desses tratados, Ryle procurou sempre escrever material para que o povo pudesse compreender as doutrinas cristãs evangélicas, e escrever diversos livros práticos, como “Santidade” , e os “Comentários aos Evangelhos”.

*** Tradução: Anna Layse Anglada Davis