Screen Shot 2014-12-22 at 12.27.44 PMEu não gosto de estar longe de meus filhos, sob praticamente nenhuma circunstância. Em um verão, meus pais os levaram para acampar enquanto eu fiquei com os meus avós. “Você está preocupada com eles, não está?”, Perguntou a minha avó. Eu balancei a cabeça concordando. “Bem, você já orou sobre isso?” “Claro!” “Bem, então por que você ainda está preocupada? Você poderia muito bem não orar!”

Sentindo que eu iria protestar, ela continuou: “Tô falando sério. Você pode sentar lá e se preocupar com eles o tempo todo ou você pode pedir a Deus para mantê-los seguros e desfrutar do seu tempo livre. Não há nenhum sentido em pedir ao Senhor para lidar com isso, se você vai sentar aqui e se preocupar. ”

Talvez ela tenha concluído isso naturalmente. Talvez crescer sob a ocupação nazista a fez entender isso. Talvez mais de oito décadas de vida traga a maturidade espiritual que eu tenho que alcançar.

Independentemente disso, ela estava certa. Eu tinha pedido a Deus para proteger os meus filhos (que estavam em um país pacífico com avós amorosos e responsáveis, divertindo-se muito). Mas então eu me preocupei caso Ele não fizesse isso. A imaginação fértil de uma mãe pode chegar a cenários infinitos: acidentes de carro, sequestros, ossos quebrados, picadas de cobra, incêndios florestais, guaxinins raivosos, guardas florestais do parque bêbados, ursos, queda de penhascos, afogamentos, insolações, queimaduras, intoxicação alimentar, etc. A lista é limitada por uma das duas coisas: a) cansaço ou b) fé.

Minha avó não estava afim de me ver sentada em seu sofá, me desgastando ao ponderar todas as possibilidades terríveis. (Ela tem zero de tolerância para mal humor, especialmente em sua sala de estar). Então, ela me apontou para a solução das Escrituras: a fé em um Deus soberano.

Sentimentos de preocupação podem – e devem! – ser tratados pela oração. Um amigo meu diz: “Transforme a preocupação em oração”. Eu estava preocupada e não permitia que a oração mudasse  isso.

Minha avó não estava me dizendo para não orar. Ela estava me dizendo para orar de verdade. Eu estava pedindo a Deus que guiasse vida dos meus filhos, mas não estava confiando-lhes a Ele. Minha avó me dizia para me lembrar de que eu tinha tomado todas as precauções que eu podia e necessitava para realmente deixar o bem-estar dos meus filhos nas mãos de Deus. Afinal, Ele podia vê-los, eu não podia. Ele poderia cuidar deles, eu não podia.

O problema não era que eu amava meus filhos demais; era que eu não estava acreditando que Deus é um pai amoroso e poderoso e que mesmo que uma das minhas imaginações acontecesse, não seria fora de seu controle, e não seria para o nosso mal. Seria parte de Seu sábio plano para as nossas vidas. Amar meus filhos significava realmente confiá-los a um cuidado mais amoroso que o meu. Orar por meus filhos significava realmente deixar a sua viagem nas mãos de Deus, juntamente com a preocupação.

Porque se vamos orar e nos manter preocupadas, então a minha avó está certa: poderíamos muito bem não orar. Não porque a oração não funciona, mas porque não estamos orando de verdade quando pedimos a Deus para cuidar de algo e depois nos preocupamos que Ele não cuide. Isso não quer dizer que orar e não se preocupar seja algo instantâneo ou fácil. Isso quer dizer que é o certo. Se Deus veste os lírios no jardim da minha avó, Ele vai cuidar de seu povo também, não é?

2014-12-22

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Este post é uma tradução de um artigo de Rebecca VanDoodewaard publicado originalmente no Blog “The Christian Pundit” traduzido e re-publicado com permissão da autora.

*Rebecca VanDoodewaard é dona de casa, editora free-lancer e escritora. Ela é esposa do Dr. William VanDoodewaard, ministro da Associate Reformed Presbyterian Church e professor de História da Igreja no Puritan Reformed Theological Seminary, com quem tem 3 filhos. O casal bloga no “The Christian Pundit”

** Tradução: Bruna Farias Bugana