Eu não fui criada em lar cristão. Embora o meu pai tenha nascido em berço batista, e tenha chegado até mesmo a manifestar o desejo de ir ao ministério; ao casar com a minha mãe, ele já havia há muito abandonado a fé de seus pais, engajando-se no Espiritismo Kardecista. O único contato que tinha com pessoas “evangélicas” ocorria quando íamos visitar a minha avó paterna. Nessas ocasiões, em respeito a ela, meu pai me obrigada a tirar todos os apetrechos comuns ao misticismo baiano: fitinha do Senhor do Bonfim, figas e outros acessórios do gênero.

Ele não queria que ela soubesse, mas a verdade é que eu, assim como toda a nossa familia, caminhava longe do Senhor, me deleitando nos prazeres que o mundo oferece. Foi aos 17 anos que conheci o Evangelho. Um grande e amado amigo se empenhou por anos em me evangelizar, testemunhando uma vida nova e completamente diferente de tudo o que eu conhecia, orando por mim e me falando sobre Cristo com lágrimas, até o dia em que o Senhor atendeu aos seus clamores alcançando o meu perdido coração e revelando-se a mim. Oh! Que dia Glorioso!!

Após pouco menos de 1 ano professei a fé no meu único e suficiente Salvador Jesus Cristo. No mesmo mês do meu batismo, comecei a namorar Daniel, hoje meu precioso e amado marido . Embora a minha mãe tenha me educado enfatizando importantes valores morais que moldaram a minha personalidade e me preservaram de tantas coisas, quando me converti uma nova realidade se desacortinou diante de mim: uma visão diferente do mundo, das pessoas, dos relacionamentos e de mim mesma. Metanoia!!!

É isso que ocorre com nossa mente e coração no ato da conversão e no processo de santificação: Mudança radical e… contínua! O Senhor me abençoou grandemente, pois fui convertida sob a pregação fiel do Pr. Josafá Vasconcelos, sendo instruida desde os primeiros dias da minha carreira cristã nas profundas e bíblicas doutrinas da Graça de tal modo que aprendi a amar a Fé Reformada. Sempre defendi com todo o meu vigor o Culto simples, a Salmodia Exclusiva, os Puritanos e a nossa necessidade de aprender com eles a amar mais a Cristo e a buscar uma vida mais santa diante Dele… mas… muitas coisas ainda precisavam mudar dentro de mim, e ainda precisam. Eu precisava experimentar essa paixão de tal forma que pudesse VIVÊ-LA.

Todos os projetos que sempre fizeram parte de minha vida, os anseios que desde pequena fui programada educada para buscar deveriam agora ser conduzidos para a GLÓRIA DE DEUS, e deveriam ser submetidos aos PADRÕES BÍBLICOS Desde pequena ouvi o meu pai me dizer, esperançoso, que eu seria uma brilhante juíza. Minha mãe sempre me incentivou a buscar a minha “independência”, pois “homem nenhum gosta de mulher dependente, além do mais, não se sabe o que trará o amanhã“. Assim, eu nunca fui ensinada que deveria me preparar para ser uma boa dona de casa, uma esposa submissa e uma mãe dedicada, mas uma bem sucedida profissional! Modéstia era uma palavra que denotava algo ruim, a ser evitado. Meus pais, como incrédulos que são, me criaram de acordo com os valores de um mundo sem Deus. Há poucos anos atrás, já casada e terminando a minha faculdade de Direito me deparei com essa questão: “O QUE O SENHOR ESPERA DE MIM???”

Eu não poderia achar a resposta em outro lugar senão na Bíblia: Provérbios 31:10-31 é um desafio diário para mim, e sei que ainda estou longe de alcançar esse padrão requerido por Deus, sei também que não estou sozinha. Os valores passados a mim por meus pais tem sido ensinados mesmo em familias cristãs. O mundanismo tem invadido os lares dos crentes de tal forma que nem mesmo temos nos dado conta, mas precisamos acordar, voltar às Escrituras. Percebo que tantas pessoas tem se empenhado em reformar o culto, e glorifico ao Senhor por isso, mas creio que chegou a hora de REFORMAR também AS NOSSAS VIDAS.

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem; Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, A serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.” Tito 2:3-5

Esse é o objetivo desse blog, que possamos meditar juntas sobre o que o Senhor requer de nós como mulheres, esposas, mães e acima de tudo servas de Deus. Que possamos dividir as nossas lutas e angústias, edificando-nos mútuamente tendo sempre como fundamento as Santas Escrituras. A proposta é postar artigos inéditos ou já publicados, escrever sobre as nossas descobertas e aprendizados, assim como convidar mulheres exemplares e experimentadas para nos trazerem suas experiências e pontos de vista, bem como pastores que tenham o que dizer sobre o assunto. Também pretendemos indicar livros, videos e quaisquer materiais que possam nos ser úteis nessa jornada. Quem sabe poderemos até compartilhar algumas receitinhas? Afinal ser prendada na cozinha também é importante para uma mulher virtuosa não é mesmo?
Que o Senhor nos ajude.
Soli Deo Gloria
Flávia Silveira

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Flávia Silveira, 31 anos é casada há 10 com Daniel Silveira e mãe de uma florzinha chamada Isabel, de 3 aninhos e meio. Advogada por formação, é Mãe e Esposa em tempo integral. Flávia é membro da Igreja Presbiteriana da Herança Reformada, Salvador-Bahia, onde Daniel serve como Licenciado. Flávia é uma das criadoras e mantenedoras do blog Mulheres Piedosas.

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