Captura de Tela 2013-09-22 às 11.34.43 PMNotem que em 1 Timóteo 2 Paulo vai além de abordar o vestuário de uma mulher. Ele diz que deseja “que as mulheres… se ataviem… com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas).” (2:9,10)

Ele deixa muito claro o que torna atraente uma mulher piedosa. “Boas obras” é o que deve ser mais notável numa mulher que professa piedade. Não o guarda-roupa dela, mas suas boas obras – um estilo de vida notavelmente dedicado a servir os outros. Este é o adorno apropriado para mulheres que professam ser cristãs. E é uma evidência do efeito transformador do evangelho.

Isto pode significar menos tempo passando maquiagem, arrumando o cabelo e escolhendo roupas. Pode significar mais tempo sacrificando-se em nome da sua família e sua igreja local.

Adornar-se com boas obras significa menos tempo fazendo compras e mais tempo servindo.

Então, o que a interessa mais – fazer compras ou boas obras?

Veja bem, esta não é uma crítica categórica a fazer compras. As quatro mulheres em minha vida acham que comprar é um presente de Deus. Provavelmente não é nenhuma surpresa o fato de que eu não seja tão favorável a “fazer compras” quanto elas. Eu diria que fazer compras é, na verdade, uma conseqüência da queda. Mas isso é porque eu sou um homem. E, como homem, não faço compras. Se eu for para o shopping, é para entrar em uma loja e comprar um artigo específico. Eu realmente não “vou ao shopping”; eu não fico entrando e saindo de várias lojas dependendo do que chamou minha atenção. Não. Eu vou com a missão de adquirir um único artigo e sair de lá o mais depressa possível.

Mas para mulheres, o que eu entendo é que, fazer compras pode ser uma experiência relaxante e agradável, um presente de Deus. Mas esse presente, como qualquer presente, pode se tornar um ídolo.

John Piper escreve sobre uma crítica do livro The Body Project de Joan Jacobs Brumberg (1) que ele leu. Este livro mostra extensivamente a importância das mudanças na visão das meninas sobre si mesmas ao longo de um século. Na introdução, o autor contrasta o diário de uma adolescente em 1892 com o de uma menina adolescente, nos anos noventa. A menina em 1892 escreveu isto:

“Resolvi não falar sobre mim mesma ou meus sentimentos. Pensar antes de falar. Trabalhar seriamente. Ser contida em conversação e ações. Não deixar meus pensamentos divagarem. Ser digna. Interessar-me mais por outros.”

A adolescente dos anos 90 escreveu isto:

“Eu tentarei melhorar a mim mesma de toda forma que eu puder com a ajuda do meu orçamento e dinheiro que ganho como babá. Eu perderei peso, adquirirei lentes novas, já consegui um novo corte de cabelo, maquiagem boa, roupas novas e acessórios.”

A contracapa do livro resume o que era verdade há um século:

“O ideal do dia. . . era beleza interna: um foco em boas ações e um coração puro. Em contraste, o ambiente para meninas hoje é “um mundo novo” de liberdade sexual e de consumismo – um mundo no qual o corpo é o projeto primário delas.”

Esta troca cultural – de boas obras para boa aparência – compara a mudança da piedade para o mundanismo. Mulheres que são de fato cristãs devem ser perspicazes o bastante para resistir e rejeitar esta troca.

Então, o que absorve você – suas roupas ou seu caráter? Pelo que você é conhecida – suas boas obras ou sua boa aparência? Se você é uma mãe, o que sua filha está aprendendo com você neste aspecto? Ela está estudando você, com certeza; enquanto ela faz isso, o que ela está aprendendo: a última moda ou boas obras?

Uma vez mais, deixe-me lembrá-la de que a Bíblia não proíbe uma mulher de realçar sua aparência. Mas aqui em 1 Timóteo 2 Paulo não está apenas defendendo modéstia no vestir; ele está insistindo em que mais tempo e energia deveriam ser dedicados ao adorno espiritual na forma de boas obras. E ele está advertindo sobre atenção excessiva dedicada à aparência em detrimento das boas obras.

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(1) Joan Jacobs Brumberg, The Body Project (New York: Random House, 1997).

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cjmahaney*  Este é o sexto de sete trechos extraídos do capítulo sobre modéstia do livro Worldliness: Resisting the Seduction of a Fallen World (Mundanismo: Resistindo à Sedução de um Mundo Caído) – Ed. Crossway, 2008 – de C.J. Mahaney. Publicado originalmente no blog do Sovereign Grace Ministries, traduzido e publicado em português no blog Bom Caminho Mulher, re-publicado aqui conforme autorização expressa no próprio site.

**C.J. Mahaney lidera o ministério chamado Sovereign Grace em sua missão de estabelecer e apoiar igrejas locais. Após pastorear Covenant Life Church in Gaithersburg, Maryland, por 27 anos, C.J. “passou o bastão” para Joshua Harris no dia 18 de Setembro de 2004, e assim pode focar toda a sua atenção nos ministérios da Sovereign Grace. Ele serve no conselho da Alliance of Confessing Evangelicals e na diretoria do The Council on Biblical Manhood and Womanhood.

C.J. e a esposa dele, Carolyn, têm três filhas casadas e um filho. Eles moram em Gaithersburg, Maryland.

*** Tradução: Priscila Bernardi Heyse e Ester Bernardi Marafigo