*Fonte: Site www.oztorah.com

Conforme imagens de mulheres abarrotando as ruas preenchiam a tela da TV da nossa sala da família sábado passado, meu marido ficava perguntando: “Por que elas estão protestando? Qual é o propósito?”.
Sem dúvida, as mulheres protestavam por várias razões. Claramente algumas se sentiam ameaçadas. Outras se sentiam ofendidas. Muitas se sentiam ansiosas sobre a direção que viam nosso país tomando.
Enquanto eu assistia a cobertura do evento, eu me lembrei do desejo que o meu próprio coração tem de clamar por respeito e proteção, de saber se o futuro está garantido e se tudo está em paz. E se meu senso de segurança começa a ruir ou algo me faz me sentir ameaçada, não apreciada ou desrespeitada, eu geralmente tenho uma urgência interna de me levantar e marchar — mesmo que seja na minha cozinha.

Minha Marcha na Cozinha
No final do dia, enquanto meu marido esvaziava a lava-louças (Deus o abençoe por isso) e eu comia uma salada noturna, nós conversávamos sobre nossa agenda. Era uma semana cheia, com o lançamento do meu livro, e eu estava empolgada para compartilhar todas as minhas novidades. Mas então descobrimos um conflito na agenda. Ele havia programado um compromisso para nós nos encontrarmos com o orientador profissional do nosso filho exatamente na mesma hora que eu havia programado a entrevista na TV sobre meu novo livro. E, devo adicionar, minha primeiríssima entrevista na TV.

Então, tudo bem… Mesmo que esse programa de TV fosse ao ar somente às 4h da manhã na Romênia, ainda era muito importante para mim. Ele entende isso, né? Mas não. Aparentemente ele não entende isso, porque ele prosseguiu expressando sua grande frustração sobre essa falha na nossa agenda uma vez que ele havia checado meu calendário antes e estava vazio.
Então eu disse, incrédula: “Ok, amor. Você está me pedindo para reagendar a entrevista na TV? É isso que você está me pedindo para fazer? Ok, então. Eu já irei fazer isso!”.

Bem, isso aumentou mais a tensão. Ele começou a pôr os pratos na estante com mais intensidade e com um tom de sarcasmo disse: “Não, não. Está certo. Eu só trabalhei 10 horas hoje. Simplesmente serei o homem que diz “sim” e muda o compromisso”.
E eu disse: “Então espera. Você está dizendo que eu não trabalhei hoje? Eu deveria ser a mulher que diz “sim”??!”
Uma mulher que diz “sim”?

Em meu novo livro, “Control Girl” [Garota Controladora], eu escrevi: “Minha cultura pode vibrar comigo quando sou agressiva, independente, mandona e dominadora, mas quando me viro e levo essas atitudes para meu casamento e outros relacionamentos, eu inevitavelmente crio desentendimentos. Quanto mais controladora eu sou, menos felizes todos nós somos”.

Isso certamente foi verdade ontem à noite. Mesmo depois do meu querido esposo tentar amenizar a situação e sugerir uma solução pacífica, eu persisti com minha atitude arrogante e mandona. Como consequência, os momentos do nosso dia que geralmente são preenchidos com diálogos alegres e conversas significativas foram preenchidos naquela noite com o silêncio entre duas pessoas que saíram com raiva cada uma para um canto.

Num primeiro momento eu me senti bem ao desafiá-lo, ao sentir a frustração e o ressentimento fluírem livremente do meu coração. Com orgulho e resistência, eu estava fazendo minha própria marcha das mulheres. Eu estava fazendo uma demonstração dela na minha própria cozinha. Meu coração ansiava em reprovar meu líder e tomar o controle, em me defender e exigir respeito.

Mas nos momentos quietos que se seguiram, depois de eu me acalmar, eu percebi que minha marcha não trouxe nenhuma satisfação duradoura. Eu não produzi nenhum dos resultados que eu ansiava. Nenhuma paz. Nenhuma alegria. Nenhuma comunhão familiar. Nenhuma conversa divertida entre um marido e sua mulher, curtindo sua casa e sua família juntos. E certamente nenhum senso maior de respeito entre dois companheiros para a vida que se amam.

Entregando o Controle
Mais uma vez, eu fui enganada. Meu coração me tentou a seguir o caminho de uma garota controladora que marcha, e, mais uma vez, eu estava cheia de arrependimentos. Foi uma vida inteira combatendo essa tendência familiar (familiar até demais) que me levou a escrever Control Girl [Garota Controladora]. Nesse livro eu compartilho minha jornada em busca de segurança, esperança e paz — não tomando o controle ou se recusando a desistir, mas se entregando Àquele que realmente está no controle.

Uma mulher que se entrega a Deus sabe que seu futuro é seguro, não importando quem esteja presidindo em Washington, DC, ou o que seu marido coloque na agenda. Ela tem esperança, não porque ela é confiante no futuro que ela pode criar, mas por causa dAquele que sustenta o futuro. Ela tem paz, não porque o mundo está em ordem e calmo, mas porque ela gastou tempo acalmando seu coração perante o Senhor.

Enquanto protestos e marchas pacíficos possam ter seu lugar, as atitudes frequentemente expressas por aqueles que se juntam a eles não têm lugar no coração de uma mulher que clama “Sim, Senhor!”.
Uma mulher que diz “sim” ao Senhor não é uma mulher que se rende à tirania ou se acomoda com maus-tratos ou abusos. Ser complacente com o pecado nunca é a resposta. Mas a mulher que diz “sim” a Deus sabe que não precisa carregar o fardo de tentar controlar tudo por si mesma.

Sim, ela defende a justiça. Sim, ela trabalha para criar paz e unidade. Mas ela acha seu descanso e alívio não em saber e proclamar que ela está no controle, mas, antes, em saber e proclamar que Deus está no controle.

Encontrando Paz
Então, ontem à noite, quando meu marido me chamou e chamou as crianças para a sala da família para nosso culto doméstico, que fazemos toda noite, eu cheguei com um coração pesado. Contei a Ken que estava arrependida pela minha atitude beligerante. Como muitas vezes antes, pedi perdão por ser uma garota controladora. O perdão foi estendido, a graça foi encontrada e a paz foi restaurada — tanto em casa quanto em meu coração.

Amigas, se seu coração está agitado por causa de alguma incerteza que você sente ou porque de alguma maneira você foi ofendida, eu encorajo-a — antes de você se preparar para marchar ou protestar — a primeiro se virar Àquele que sustenta seu futuro e seu coração. Deus está no controle.

Ele sempre esteve e sempre estará.

Não há nada que possa arrancá-Lo de Seu trono. Não há ninguém que possa destruir Seus planos. Sua vontade e Seus propósitos irão permanecer (Is 46:10), e Ele te convida – a filha dEle – para viver conforme essa verdade.

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Esse artigo foi publicado www.reviveourhearts.com/true-woman, traduzido mediante permissão.
**Shannon Popkin é uma palestrante e escritora de Grand Rapids, MI, que gosta de misturar seu amor pelo humor e por contar histórias com sua paixão pela Palavra de Deus. O primeiro livro de Shannon, “Control Girl: Lessons on Surrendering Your Burden of Control From 7 Women of the Bible” [Garota Controladora: Lições sobre Entregar o Seu Fardo de Controle a partir de 7 Mulheres da Bíblia] será lançado em Janeiro de 2017. Shannon é feliz em compartilhar sua vida com Ken, que a faz rir todos os dias. Juntos, eles vivem a vida agitada de serem pais de três adolescentes.

*** Tradução : Rebeca Romero