1850_fashionO que escrevi abaixo é mais uma lista de resoluções para mim mesma do que qualquer outra coisa, pois estou longe de me relacionar com os outros de uma forma consistentemente piedosa. Pode ser tão fácil para nós, jovens cristãs, construir uma aparência de piedade quando as pessoas estão olhando e dissolvermos essa imagem em sussurros e comentários maliciosos quando elas viram as costas. É tentador para nós diminuir os outros de modo que isso nos engrandeça. Parece tão divertido juntar todas as pequenas informações sobre nossos “amigos” para que nos sintamos poderosas, espalhando essas informações como se não houvesse consequências ao desprezarmos as pessoas ao nosso redor. Mas é isso que uma jovem cristã deveria fazer? E se, ao invés de embarcarmos no expresso da fofoca e nos agarrarmos ao caminho que leva ao topo da pirâmide de popularidade, presumíssemos o melhor, exagerássemos o positivo e encontrássemos o que é bonito?

Presuma o melhor

Imagine-se em pé, parada no corredor da escola. O corredor está lotado, as pessoas estão apressadas para chegar na sala de aula, alguns rindo e outros cabisbaixos, como quem precisa resolver os problemas do mundo antes do meio dia. Uma “amiga” passa por você. Você diz “Oi” e ela não responde. Ultimamente, ela anda te ignorando. Você se pergunta o que há de errado. Talvez ela tenha algo contra você. Afinal de contas, ela tem conversado muito com outra menina que você sempre achou que não gosta muito de você por alguma razão… algo sobre roubar o namoradinho dela na 3ª série. Ou, talvez, ela tenha escutado o que você falou sobre ela para outra amiga naquele dia que ela levou o crédito por uma resposta boa que você deu.

Pare. Presuma o melhor. E se ela não te escutou por causa do barulho no corredor? E se, naquele dia, ela estava distraída com seus pensamentos? E se os pais delas tivessem brigado novamente? E se ela estivesse com medo de olhar para cima e começar a chorar? E se ela estivesse com dores crônicas e você não soubesse disso? [Para saber mais como é viver com dores crônicas, visite: oddsnendo.wordpress.com. Minha amiga viveu com uma intensa dor diária por um longo tempo antes de me contar. Houve momentos em que ela ficava facilmente irritada e eu não tinha ideia do por quê. Agora, ela está usando as suas experiências com dores crônicas para advertir as pessoas sobre essa questão.] Você nunca sabe as razões por trás da reação de alguém a não ser que você converse com essa pessoa e ninguém mais. Inocente até que prove o contrário, certo? Por que não tratamos nossos amigos e familiares dessa forma? O momento em que começamos a presumir qualquer coisa negativa sobre as pessoas é o momento em que começamos a duvidar delas e nós mesmas, analisando onde não há análise que precise ser feita e criando uma situação muito pior nas nossas próprias mentes do que sequer existiu de fato.

O amor… não se exaspera, não se ressente do mal;” (1 Coríntios 13:5b)

Exagere nos Aspectos Positivos

Tenho algo para te contar…”
“O que?”
“Eu não deveria te contar…”
“Ah, não! Agora você tem que me contar!”
“Ok, mas você tem que prometer que não vai contar pra ninguém…”

Isso lhe soa familiar? Essa conversa acontece com muita frequência. O diálogo geralmente continua com o a pessoa que está contando a história detalhando algo fascinante sobre outra pessoa, frequentemente pintando a outra pessoa de forma pejorativa e enfatizando todas as partes ruins da história. Fazer a outra pessoa parecer ruim, faz a quem está contando a história se sentir bem, nem que seja por um breve momento. Ter a informação para contar em primeira mão faz a pessoa se sentir poderosa. E quando o “ouvinte” implora ao “contador” por mais detalhes, o “contador” se sente necessário.

Mas por que a conversa acima deve ser associada com histórias ruins? E se nós transformássemos a fofoca ao nosso redor e a usássemos para o bem? E se jovens cristãs começassem a falar sobre as coisas boas que os outros fazem, os belos traços que eles possuem e palavras encorajadoras que eles dizem? E se tivéssemos, de fato, autoconfiança o suficiente de modo que não sentíssemos a necessidade de rebaixar os outros ao nosso nível? E se não implorássemos por todos os detalhes escandalosos? E se contássemos histórias e exagerássemos o que é bom?

 “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar;” (Provérbios 24:!7)

E se falaram mal de você? E se alguém exagerou seus defeitos e esqueceu de mencionar as suas qualidades? O único conselho que eu posso dar é: não seja rancorosa e não retalie. Pense na graça e, em seguida, conceda graça. Você pode imaginar o que seria se o próprio Deus não olhasse para nossas qualidades através do sangue de Cristo?

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12:21)

Encontre a Beleza

Quando presumimos o melhor e exageramos o bom, encontraremos a beleza das coisas. Toda pessoa é feita à imagem de Deus e há algo único e incrível em cada um.

Imagine-se andando na praia. É cedo pela manhã e a maré está baixa, o sol está nascendo bem devagar por sobre as águas, conchas quebradas, algas e pedaços de madeiras espalhados até onde a sua vista não mais alcança. Você está numa missão, uma bolsa está pendurada no seu braço e seus olhos estão fixos dois pés a frente dos seus passos. Vez ou outra, você para, algo cintilante prende o seu olhar e você se abaixa. Você verifica se há algo bonito naquilo ou não, se é uma concha inteira, cintilante e única. Se a concha é merecedora de fazer parte da sua coleção, você a pega e coloca gentilmente dentro da sua bolsa. Você continua caminhando, procurando pelo próximo pequeno pedaço de beleza. Mais tarde, você irá exibir a beleza numa estante do seu quarto. Isso te lembrará da praia, da natureza e do próprio Deus.

E se exibíssemos a beleza que encontramos nas pessoas da mesma forma? Às vezes, podemos gostar automaticamente de uma pessoa, achamos a beleza facilmente e a apontamos rapidamente para os outros. Mas quando nos sentimos rancorosas ou invejosas, não estamos olhando para a beleza e, assim, não a enxergamos. Olhamos para as algas feias e para os peixes podres que apareceram na costa. Mas olhe um pouco mais além e você verá. A bolacha-do-mar completa. A concha com um revestimento interno perfeitamente rosa claro. Até mesmo a estrela-do-mar. Há algo em cada pessoa que você pode encontrar, amar e destacar para que todos vejam. Há algo em todos que nos lembra do próprio Deus. Feitos à imagem de Deus!! Não olhe com desprezo para a corrupção trazida pelo pecado, olhe para a beleza remanescente. E, em seguida, diga à pessoa. Não há muita coisa melhor do que um elogio inesperado. Estimula a confiança e não nos custa nada.

Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10) 

A Caixa de Sucata

Edgar A. Guest

Meu pai costuma dizer:

“Meu filho, não jogue nada fora;

Você achará uso algum dia.”

Então, numa caixa que guardava coisas,

Pregos tortos, buchas velhas, canos e anéis,

E parafusos e porcas e molas enferrujadas.

Apesar de cada mancha e cada falha,

Algum uso para tudo ele viu;

Com as coisas materiais, isso era lei.

E, frequentemente, quando ele tinha trabalho,

Ele procurava na caixa de sucata,

E encontra velhas coisas tão boas como se fossem novas.

E eu tenho pensado frequentemente desde então,

Que papai fazia o mesmo com os homens;

Ele sabia que precisaria da ajuda deles novamente.

Me parece que ele entendia

Que os homens, tal como o aço e a madeira,

Podem ser quebrados e ainda serem bons.

Apesar dos vícios que ele identificava

Ele nunca jogou um homem fora,

Mas os mantinha ali para um outro dia.

A terra é uma caixa de sucata humana

E nela fomos jogados ao nascer,

Aguardando o dia em que seremos valiosos.

Apesar de tortos e torcidos, personalidade fraca,

Falta de habilidade, cheios de falhas

Algum serviço ainda cada um pode prestar.

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Screen Shot 2014-06-30 at 1.09.56 AM*Esse artigo foi escrito com exclusividade para o blog Mulheres Piedosas.

Esther Beeke tem 21 anos, é formada em administração com ênfase em organizações sem fins lucrativos pela Cornerstone University. Filha do meio de Dr. Joel Beeke e Mary Beeke, ela é noiva e deve se casar em dezembro de 2014. Ela congrega na Heritage Netherlands Reformed Congregation em Grand Rapids, Michigan, onde o seu pai é pastor. Esther trabalha na Reformation Heritage Books e está envolvida no projeto de abertura de uma loja de produtos usados com o objetivo de levantar fundos para as bolsas de estudos para seminaristas do Puritan Reformed Theological Seminary. ( Caso você tenha interesse em ajudar, DOE AQUI, cada centavo é uma grande ajuda. )

** Tradução: Vivian Junqueira Viviani