en06sep43a_youngAinda não leu a Parte 1? Leia Aqui.

Conforme vimos no texto anterior, o conceito de submissão não envolve questões como quem é melhor do que quem, nem quem é mais inteligente ou capaz. A submissão da esposa ao marido é uma questão de funcionalidade. Deus instituiu o homem como cabeça, representante da família e deu a ele uma auxiliadora que fosse tão capaz quanto ele, para levar à bom termo todas as responsabilidades que o encargo de uma família traz. Portanto, minha irmã, arregace as mangas. Seu marido precisa de você mais do que você possa imaginar. Você é seu apoio, sua auxiliadora. Deus deu a você uma tarefa gloriosa de ajudadora do chefe de sua família. É em você que ele buscará conselhos sábios, com você que ele dividirá as lutas do dia a dia, o trabalho de entregar de volta os filhos a Deus. Sem você, ele não poderá terminar o trabalho que Deus deu a ele: glorificar o Seu nome neste mundo através da família da aliança.

Certa vez ouvi uma pregação do Pastor e professor Paulo Brasil, de Recife, sobre o Salmo 128. Nesta pregação ele dizia que quando você olhasse para uma família e reparasse no quão ajustada esta família era, em como seus filhos eram crentes e tementes a Deus, você deveria olhar com mais cuidado e perceberia que lá dentro daquela casa, estava uma mulher temente ao Senhor, sob a autoridade de um marido crente. O homem sai para ganhar o sustento da família e confere seus bens mais preciosos, a quem? À sua mulher, àquela em quem seu coração confia. É por isso que o texto de Provérbios 18.22 diz que “o que acha uma esposa acha o bem, e alcançou a benevolência do Senhor”

A submissão é um ato de vontade.

Outro aspecto importante que devemos ressaltar é que a submissão não é algo que o marido imponha à sua mulher. Não há um só marido no mundo que seja capaz de fazer sua mulher ser submissa  a ele se ela assim não quiser. A submissão é um ato da vontade, como meu marido sempre diz quando prega sobre o assunto. Note que o texto de Efésios 5 não diz para o homem: submeta sua mulher! O texto diz: ame-a! E para a mulher, o que diz? Seja submissa. Nós precisamos querer ser submissas ao nosso marido, como a Igreja é submissa a Cristo. Esta decisão tem que partir de nós. E lembre-se, o texto de Efésios 5.22 diz que precisamos ser submissas ao nosso marido COMO AO SENHOR! Não adianta querermos ser submissas ao Senhor, sem obedecer a ordem que Ele deu de sermos submissas aos maridos. Esta atitude mostraria que na verdade NÃO somos submissas nem ao Senhor. Das duas uma: ou somos submissas ao Senhor e a nossos maridos, ou não somos submissas a nenhum dos dois.

A luta para ser submissa

Sei bem das dificuldades que encontramos para obedecer a esta ordem. Lutamos contra os conceitos mundanos, a ideologia reinante, contra o nosso adversário, e contra a nossa própria carne. Esta, que talvez seja nossa maior inimiga, John Owen descreve assim: uma espiã que reside em nós, que é aliada de satanás para nos destruir: a nossa própria carne! Nosso pecado de rebelião e rebeldia contra qualquer pessoa que tente nos desagradar ou tente nos privar de fazer o que nosso coração deseja, nos assedia continuamente. Que luta ferrenha! Quanto sangue teremos que derramar até vencermos tantos inimigos! Mas quando estivermos no pior momento da nossa luta contra a rebeldia que habita em nosso coração, devemos nos lembrar o quanto este pecado é grave, assim tomaremos coragem para lutarmos com todas as armas. Você se lembra o que a Palavra de Deus diz acerca do pecado da rebelião? “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. PORQUE A REBELIÃO É COMO O PECADO DE FEITIÇARIA, E A OBSTINAÇÃO É COMO A IDOLATRIA…” I Samuel 15.22 e 23 (Grifo meu). Você pode perceber a gravidade da situação? Pode agora entender porque precisamos viver em obediência a Deus? Não adianta dizermos que amamos ao Senhor e queremos fazer a sua vontade, se não obedecemos a sua Palavra. E a sua Palavra diz que precisamos ser submissas.

Continuamente teremos que lutar contra nós mesmas, contra os desejos do nosso coração, contra aquilo que achamos ser o certo, contra a nossa vontade de que tudo seja de acordo com o nosso gosto. As coisas têm que sair exatamente como eu planejei, na hora que eu estipulei, não importando a quem eu precise atropelar para que meus planos não sejam frustrados! Não pense que isso só acontece com você, minha irmã. Esta é uma luta de todas nós, mulheres. Mas quando lemos o texto de  Gálatas 5. 16 e 17, ganhamos alento: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis as concupiscências da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; PARA QUE NÃO FAÇAIS O QUE, PORVENTURA, SEJA DO VOSSO QUERER” (Grifo meu). Veja que coisa incrível! O Espírito Santo nos foi dado para nos ajudar a NÃO fazermos o que queremos! A não fazermos aquilo que a nossa carne deseja. E quando falamos em desejos da carne, pensamos apenas em pecados sexuais. Mas se você perceber, a continuação do texto acima citado, vai dar uma lista de pecados que são obras da carne. E dentre os quinze tipos de pecados contidos nesta lista, só três são pecados morais. Os outros doze se referem a outros pecados tão sérios quanto estes, que nascem da nossa vontade carnal, à saber: idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias (contenda obstinada), ciúmes, iras, discórdias, dissensões (disputa, desavença), facções, invejas, bebedices, glutonarias. Todos estes pecados representam nossos desejos, nossas vontades acima da vontade de Deus. Por isso necessitamos desesperadamente da graça de Deus em nossas vidas diariamente. Precisamos vencer os desejos da carne. E a rebeldia, o não aceitar estar sob a autoridade do marido, se constitui em desejo carnal.

A Mulher foi criada por causa do Homem e não o contrário.

Este é outro aspecto que a faz a submissão da mulher ser melhor entendida. Por submissão, literalmente, entende-se: estar debaixo da missão de alguém. Gênesis 2.18 deixa isto bem claro quando diz: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Deus deu ao homem todas as tarefas referentes ao sustento, ao cuidado do jardim, a dominar a terra, deu a ele a ordem para não comer do fruto, e por fim, deu alguém que fosse capaz para auxiliá-lo a levar à cabo sua missão. Este princípio nos mostra que a forma que Deus criou para que a família funcionasse é diferente do mundo moderno, onde cada um dos dois têm vidas paralelas, que nunca se cruzam. Ele tem sua carreira e se vira para dar conta de tudo sozinho. Ela tem a dela e ainda tem o resto da casa para cuidar. Ela não dá conta de tudo sozinha (alguma novidade???), e quando ele chega do trabalho exausto, ela também está à beira de um ataque de nervos. Quantos casais você conhece que se mudou de cidade por causa da MISSÃO DELA??? Quantas famílias você conhece que reestruturou sua vida para que o marido cuidasse das crianças, enquanto ela, que tem mais gosto pelo estudo ou conseguiu um emprego público, fosse ganhar o sustento da família? Eu conheço várias famílias que inverteram estes papéis, de forma que o marido, agora, é o ajudador o “auxiliador idôneo” da esposa. Parece ridículo colocar as coisas desta forma? Mas repare se não tem sido assim! Não podemos esperar a bênção de Deus sobre nossas famílias quando desestruturamos a ordem que foi colocada pelo Criador, e a substituímos pela “sabedoria humana”.

Estar em submissão ao marido significa estar ao seu lado em todos os momentos, suprindo suas necessidades quer estas sejam físicas, emocionais ou espirituais. É ter a mesma missão que ele. É fazer de tudo para que ele tenha todo tempo livre para desempenhar seu papel da melhor maneira possível. A esposa foi dada ao homem como sua ajudadora, para que ele levasse a família ao alvo que Deus determinou para eles. Marido e mulher são uma equipe. Não estão em lados opostos, competindo e cuidando, cada qual, do seu próprio interesse. Se estamos agindo assim, temos deliberadamente copiado o padrão do mundo e invertido a ordem da criação.

No próximo texto, contarei um pouco da minha experiência e de como é árdua a tarefa de uma moça para se submeter ao seu “recém marido”. Talvez você esteja suspirando: “ah, se mamãe tivesse me ensinado a ser submissa, minha vida seria tão mais fácil…” Mas não desanime, temos em nós o Espírito Santo de Deus, que pode nos capacitar. É claro que, se mamãe não ensinou desde cedo, a batalha será mais árdua, mas Aquele que começou boa obra em nós, há de completá-la! Até o próximo texto!

_______________________

simone* Simone Quaresma é casada há 24 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Congregação Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro.

Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (22 anos), Israel (20 anos), Davi (18 anos) e Júlia (16 anos). Ela mantém o blog Se Eu Gostasse de Ler…  de leituras diárias para os jovens da Congregação pastoreada por meu marido; trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.