Captura de Tela 2013-11-30 às 8.51.06 PMGarotas não deveriam estudar muito… é algo que eu nunca disse, nem acredito, mas frequentemente se presume tal posicionamento a meu respeito, pois eu advogo em prol do lar e do papel da mãe que fica em casa.

Regularmente, recebo e-mails e comentários de pessoas preocupadas com a possibilidade de eu estar propagando a idéia de que meninas precisam apenas da escolaridade suficiente para exercerem os papéis de esposa e mãe. Combine essa falsa suposição com minha real decepção com as universidades seculares e o efeito que elas têm nas mulheres, e você pensará que eu estou fazendo apologia a práticas discriminatórias contra o meu próprio gênero.

Todos os dias, recebo cartas de mães sérias, sinceras e bem instruídas que dizem o seguinte:

“Sinto-me tão sobrecarregada! Você tem dicas de como manter tudo sob controle? Minha casa sempre se parece com um desastre e eu simplemesmente não consigo me organizar…”

“O que você faz quando seu marido quer começar um novo negócio? Estou nervosa por causa da idéia e há tensão no nosso casamento. Sei que ele deve ser o líder e eu devo me submeter. Como lidar com esse tipo de situação?”

“Você sabe de algum lanche saudável para crianças pequenas? Não sou muito habilidosa na cozinha, mas sei que o açúcar não é bom para ele, e eu estava me perguntando se você teria alguma recomendação…”

Sempre me surpreendo ao descobrir que essas perguntas vêm de mulheres graduadas; professoras, enfermeiras e outras que se tornaram donas de casa. Elas trocaram seu diploma pelo seu papel de esposa e mãe, acreditando (assim como eu) que o lugar mais importante para uma mãe é no lar. Enfrentando a oposição cultural, elas vêem o valor da dona de casa e entendem sua importância à luz das Escrituras.

Todavia, elas se sentem perdidas e sobrecarregadas. Elas pensaram que esse era um papel que elas poderiam simplemente exercer quando a hora chegasse, mas agora que estão neste momento, elas se perguntam porquê investiram todos aqueles anos e dinheiro num diploma que parece inútil.

Por quê ninguém jamais as encorajou a aprenderem como ser uma boa esposa e mãe? Não deveria ser algo natural? Se cuidar de uma casa não exige muito empenho e planejamento, então por quê este sentimento de ser pega desprevinida? Como é possivel que a coisa mais difícil que elas se propuseram a fazer não requeira estudo ou preparação intencional? Por quê não se oferecem graduações em como cuidar de um lar? Há muito material para estudar aqui!

Como é a submissão? Se meu marido faz algo com o qual não concordo, como reagir? Que sistema devo usar para não me deixar sucumbir no meio da roupa suja? Como decido qual o melhor método de educação para meus filhos? Meu marido ama bife e batata, mas eu nunca grelhei nada antes. Como sei que a carne está pronta?

Nossa cultura diz às nossas meninas que elas precisam ter uma graduação para que elas possam ser independentes e capazes de prover para si (nenhum desses conceitos são bíblicos). “Nem todas vão casar”, eles alertam, “e nem todas podem ter filhos”.

Nós as encorajamos a investirem sua energia em uma carreira ao invés de recomendar que elas estudem todas.  Nós as preparamos para a solteirice ao invés do plano normativo de Deus para as mulheres: serem esposas (amarem seus maridos), mães (amarem seus filhos) e donas de casa (“boas donas de casa… para que a palavra de Deus não seja difamada.” Tito 2:5)

Depois, elas casam. Elas querem ser esposas piedosas, mas depois de anos e anos sendo treinadas para pensar de forma independente ao invés de uma co-dependente, elas não sabem como. Elas têm filhos, mas não têm ideia de como criá-los. Elas têm uma casa para governar, mas estão perdidas na logística disso tudo.

Cuidar de uma casa rapidamente se torna um fardo e uma frustração. Esta simples ocupação que não demanda nenhuma inteligência e da qual o feminismo tentou protegê-las é mais desafiadora do que elas pensaram. Ao contrário da ideologia popular, é necessária muita inteligência e bom senso para ser uma dona de casa gloriosa

Quantos casamentos infelizes, lares despedaçados, esposas tristes e desesperadas e crianças rebeldes serão necessárias até que venhamos a admitir que  preparar nossas filhas de forma intencional para cuidarem de seus lares não é somente “uma boa ideia”, mas algo necessário? Harvey Bluedorn em Teaching the Trivium (Ensinando o Trivium) escreve:

“Não podemos prepará-las para todas as possibilidades do futuro. O dia tem apenas 24 horas. Como uma jovem pode investir o seu tempo da melhor forma? Deveríamos passar tanto tempo preparando-as para a possibilidade de morrerem num acidente de carro? Claro que não… A carreira independente de uma mulher não deveria ser o ideal ou a norma. Emergências podem requerer que uma mulher assuma tarefas que comumente deveriam ser atribuídas ao chamado do homem, mas uma boa educação e treinamento em todas as habilidades de uma família normal irão preparar uma mulher para quase toda emergência. Por outro lado, se preparamos nossas filhas para casarem – para ter um espírito submisso, a se importarem com os outros e governarem suas casas – então seremos surpreendidas se elas se tornarem esposas amorosas e mães com lares organizados e tranquilos? Se nossas filhas nunca casarem, que mal virá de aprenderem a ter um espírito submisso, a se importarem com os outros e a governarem seus lares? Antes, que melhor virá disso!” (cap. 15, p. 438) (grifo da autora)

Será que uma menina deveria ter um alto grau de instrução?

Sim, sim, SIM!

Deixe-a estudar a arte culinária para que ela possa grelhar uma boa carne e fazer pão caseiro para sua família.

Deixe-a ler, escrever e praticar a oratória para que ela possa ensinar seus filhos com confiança e excelência.

Deixe-a aprender tudo que ela puder sobre medicina, ervas e vacinas para que ela possa tomar decisões acertadas sobre a saúde de sua família.

Deixe-a estudar desenvolvimento infantil e técnicas sobre a maternidade.

Deixe-a explorar sobre planejamento familiar e obstetricía para que ela possa dar a luz aos seus filhos sem medo.

Deixe-a aprender contabilidade para que ela possa gerir os livros e controlar o orçamento.

Se ela aprender bem todas essas coisas, ela ingressará na maternidade bem preparada e se ela nunca casar, ela terá mais ferramentas do que o necessário para “dar conta de si”.

Uma dona de casa piedosa é vital para uma família saudável, que é o fundamento de toda a sociedade. Sem famílias fortes, tudo desmorona. Se queremos realmente começar a reformar nossa cultura, temos que:

  • Parar de dizer às nossas meninas que o propósito de sua educação é sua futura carreira;
  • Parar de supor que elas serão a exceção do chamado normativo de Deus para as mulheres (Tito 2:3-5; Provérbios 31; Gênesis 3:16);
  • Parar de insistir que elas deveriam ser capazes de prover para si (I Pe 3:7; I Tm 2:13; Ef 5:23; I Tm 5:1-16);
  • Para de encorajá-las a estudarem de forma e em lugares que a desviam do alvo final;
  • Parar de menosprezar meninas que escolhem investir na sua educação domiciliar sob a proteção de seus pais;
  • Parar de ter tanta fé em graduações ao invés de habilidades da vida real e experiência;
  • Parar de dizer coisas como:

“Desculpe, mas… O que é isso, querida? Você quer ser mãe quando crescer? Bom, você não precisa ter filhos, sabia? Você pode ser o que quiser, como uma médica importante ou mesmo uma astronauta!”

“É adorável que você queira ser mãe, mas não é realista. Hoje em dia, você precisa de uma graduação se você quiser ser capaz de prover para si (o que não é necessariamente verdade).”

“É tão fofo que ela queira ser mãe. Isso mudará logo que ela perceber o trabalho que dá!”

Imagine se esposas virtuosas não fossem tão difíceis de encontrar! Meninos teriam que ser homens e nossa cultura, pela graça de Deus, deixaria de ser uma terra inculta onde o feminismo governa para se transformer em um cenário de belos casamentos e lares saudáveis que retratam o amor entre Cristo e Sua Noiva.

Nunca é tarde para preparar nossas filhas para o glorioso futuro que Deus tem reservado para elas!

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Jacinda Vandenberg* Este post foi publicado originalmente no blog  “Growing Home” , traduzido e re-publicado com permissão da autora.
** Jacinda Vandenberg é casada com Brad há 5 anos com quem tem 3 filhos,  Charity Sofia, de 4 anos, Judah Paul, de 2 anos e Anna Grace de 8 meses. Eles moram no Canadá onde frequentam a Maranatha Free Reformed Church em Hamilton, Ontário. Ela já escreveu dois livros: “How to Design Your own Blog for FREE (Como fazer o design de seu blog de Graça)” e “How To Grow Your Blog and Manage Your Home (Como fazer o seu blog crescer e Adminstrar o seu Lar)“. Ela também é co-autora de Homeschooling Day by Day (Educação no Lar no Dia a Dia)”. Jacinda bloga no “Growing Home” onde escreve com uma abordagem holística sobre a economia doméstica centrada no Evangelho.

*** Tradução: Vivian Junqueira Viviani