Mother&DaughterBaking“Sendo uma jovem mulher, ao deitar-me à noite, muitas vezes me perguntei sobre meu futuro. Olhei fortemente para a escuridão, como se Deus tivesse colocado as respostas lá. Eu tinha um desejo de fazer grandes coisas para Deus. Imaginei-me como missionária em outro país, talvez até mesmo uma enfermeira (presumi que minha tendência a desmaiar ante a visão de sangue não seria um problema). Vi-me falando a multidões de mulheres, levando muitas ao evangelho.

O que eu ainda não compreendia era que o plano de Deus para mim era maior do que a minha imaginação poderia sonhar. Foi também muito diferente do que eu imaginara.

E você? Quais são os seus sonhos e aspirações para o futuro? Como você responde aos adultos bem-intencionados que perguntam sobre seus planos após o ensino médio?

Vocês podem surpreender-se ao saber que na Bíblia Deus já deu um vislumbre do futuro de vocês. Como mulheres, somos todas designadas guardiãs do lar (Pv 31:10-31; 1Tm 5:14, Tt 2:5). Algum dia você pode ser chamada para amar um marido, educar filhos e construir um lar para eles. Ou, sendo solteira, você pode ser incumbida de uma casa a partir da qual ofereça, à sua igreja e à comunidade, serviços essenciais e hospitalidade. Apesar de poder exercer em toda a sua vida muitas outras tarefas ou ocupações que honrem a Deus, você também é chamada para ser uma dona de casa.

Esse é o nosso propósito na vida, o que John Angell James chama de ‘A missão da mulher’- ‘afetar a sociedade por meio da influência da família’. Sabe, ser feminina não é apenas o que somos, também é o que fazemos. Nossa identidade feminina vem com uma tarefa singular: mudar o mundo, dedicando-nos à vida doméstica.

Ora, isso não significa que a Bíblia confine as mulheres e garotas às suas casas. A mulher de provérbios 31 – a dona de casa ideal – envida esforços fora do lar, para o bem de sua família. E, é claro, as mulheres solteiras terão carreiras que vão exigir delas que trabalhem fora de casa. Mas as Escrituras, sem apologias, estabelece a alta prioridade do lar para toda e qualquer mulher.

Embora seja essa a nossa clara missão recebida de Deus, nos dias de hoje muitas mulheres jovens não aspiram a ser donas de casa. Embora haja muitas outras carreiras dignas em que as jovens podem pensar, não é comum que afazeres domésticos estejam na lista de opções desejáveis.

No entanto, não faz muito tempo que as mulheres pensavam de maneira diferente sobre o lar. Como Danielle Crittenden salienta: ‘que se trate de prazer em ser uma esposa ou de criar filhos ou de cuidar de uma casa – até anteontem,[essas] foram consideradas as coisas mais naturais do mundo’. Hoje a coisa mais natural do mundo é as jovens pensarem em qualquer carreira, exceto na carreira de dona de casa. Então o que aconteceu? Quando foi que cuidar da casa desapareceu do radar para mulheres jovens?

Para encurtar uma longa história, há quarenta anos uma revolução conhecida como movimento feminista começou a ‘liberar’ a geração das nossas mães de serem condicionadas ao lar. E parte integrante da mensagem feminista era ‘um desdém por assuntos domésticos e um desprezo por donas de casa’.

E talvez não haja maior medida de sucesso do feminismo do que o fato de que a nossa geração já não considera que dona de casa seja uma carreira viável. Como escreveu minha mãe: ‘A filosofia feminista tornou-se completamente integrada aos valores da sociedade dominante – tanto assim, que tem sido absorvida e aplicada pela maioria das mulheres, mesmo muitas das que não se consideram feministas’. A revolução feminista não é mais uma revolução, ela é, simplesmente, um modo de vida.

Embora o assunto maternidade tenha voltado à baila nos últimos tempos – e apenas como um interlúdio digno numa outra forma de carreira bem-sucedida – cuidar do lar, em toda a sua abrangência, permanece impopular.

Assim, você pode não ter pensado outrora nas donas de casa (termo normalmente empregado com desprezo contra alguém) como pessoas que podem mudar o mundo. Porém, as aparências enganam. A verdadeira grandeza não é sempre ofuscante ou chamativa quando entra em cena. Eu também não percebi isso em um primeiro momento.

Minha mãe é dona de casa. Cresci tendo um modelo vivo de uma mulher que utilizou toda a sua inteligência, criatividade e energia, para criar uma casa e cuidar de seu marido e filhos. Mas nem sempre apreciei plenamente o verdadeiro significado da escolha de carreira feita por minha mãe.

Claro, que eu queria casar e ter filhos um dia e ter uma casinha minha, no entanto, eu não tinha uma compreensão bíblica e visão da importância e prioridade do meu chamado futuro. No entanto, minha mãe não me permitiu permanecer ignorante por muito tempo. Através das Escrituras, horas de conversas, e livros úteis, ela me apresentou a nobre vocação de uma dona de casa e seu efeito poderoso no mundo.

Aprendi que, como John Angell James escreveu, citando Adolphe Monod, ‘a maior influência sobre a terra, seja para o bem ou para o mal, cabe à mulher’. Nos dias atuais, o pastor John MacArthur faz repercutir seu sentimento:
‘A família pode sobreviver aos problemas com os filhos e pais-maridos se as mulheres no papel de esposas e mães forem fiéis à sua vocação divina. Sua influência é tão forte e penetrante em casa, que pode mitigar as outras influências … quando cumpre o dever que Deus lhe deu, uma esposa e mãe age como barreira contra a desonra a Deus e a sua Palavra, no seio de sua família’.”*

Continua…

2015-04-29

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nicole*  Este texto foi retirado do livro Papo de Garota (páginas 183-186 ), traduzido e publicado em português pela Editora Monergismo.

** Nicole Whitacre é esposa e mãe de quatro filhos. Ela é filha de C.J. e Carolyn Mahaney e é co-autora dos livros Girl Talk (publicado em português pela Editora Monergismo sob o título Papo de Garota), Shopping for Time e True Beauty. Ela tem um blog com sua mãe e irmãs no GirlTalk, um blog sobre a feminilidade bíblica.