Nesses dias de pandemia, um assunto que tem sido reanimado pelos cristãos é o do culto doméstico. Talvez ainda mais do que antes, pastores têm procurado incentivar essa prática tão vital para o seio familiar cristão. Muitos inclusive têm fornecido um guia, com sugestão de leitura e hinos, para os homens da casa conduzirem a família nesse momento. Se, por um lado, a retomada dessa prática é algo a se apreciar, por outro, deveríamos ter em mente que o culto doméstico é algo que pode e deve ser realizado sempre, mesmo após o retorno da adoração coletiva. É sobre essa prática de extrema importância que o pastor e autor Jason Helopoulos abordará em seu excelente livro “Culto em Família: Uma Bênção à sua Espera”, da editora Vida Nova.

         O autor, logo no começo do livro, separará a adoração em três esferas: a particular, a coletiva e a familiar. As duas primeiras são as mais comuns e as mais praticadas, porém é a terceira que, como ele mesmo diz, se comporta, nos dias de hoje, como um “animal em extinção”. Jason partirá, então, para salientar a importância do resgate desse momento, uma vez que a Bíblia nos diz que devemos ensinar aos nossos filhos a ler a Palavra e a orar, justamente os componentes integrais da adoração familiar. Ele defenderá também como essa deveria ser uma responsabilidade feliz de nossas casas, algo pelo qual ansiamos, e não um fardo ou obrigação.

         Além de dar um fundamento bíblico e histórico para o culto familiar, o autor também trará algumas razões práticas, isto é, alguns benefícios que esse momento traz para nossa família, como o estímulo do caráter cristão em nossos filhos e a preparação deles para o culto coletivo. Até aqui o livro faz um excelente trabalho em nos motivar e nos alertar para a importância do resgate do culto familiar, sempre de forma bíblica e muito elucidativa.

         Após essas considerações, Jason entrará na parte realmente “prática” e instrutiva do livro, nos dando dicas valiosas de como efetivamente conduzir esse momento em nossas casas. Afinal, nós podemos saber intelectualmente a importância do culto, mas o realmente difícil é pô-lo em prática. Aprendemos com ele que, embora o culto não deva ser tratado levianamente, como apenas mais um “momento em família”, também não é necessário complicarmos: o cerne é a leitura das Escrituras, a oração e o louvor. A partir daí podemos, por exemplo, acrescentar o catecismo ou a memorização de versículos. O autor também ressaltará a importância da busca por regularidade e constância e como deve ser a disposição do nosso coração.        

         Como sabemos, são justamente a constância e a regularidade nossos maiores desafios. Talvez com isso em mente, o autor lista alguns pontos que podem nos auxiliar nessa questão. Reservar o mesmo horário e o mesmo local, por exemplo, são atitudes simples, mas que nos ajudam a estabelecer uma rotina. O autor cita vários outros pontos e também aborda algumas dificuldades particulares, respondendo a perguntas como: “O que fazer com meus filhos pequenos? E se eu tiver filhos em idades diferentes?”. 

         Esse é um livro pequeno, mas muito esclarecedor. Certamente o seu diferencial é a quantidade de dicas práticas, que nos norteiam realmente como um manual para conduzir esse momento em nossas casas. Vale a pena manter um caderno ao lado para anotar tudo. Espero que para você, assim como foi para mim e para minha casa, esse livro resgate o amor pelo culto familiar e a ajude a ter comunhão com Deus em mais essa esfera da adoração, tão vital para o bom andamento de um lar cristão.

Rebeca Falavinha

Autor do Livro: Jason Helopoulos serve como Pastor Sênior na University Reformed Church (PCA) em East Lansing, Michigan, nos Estados Unidos. Ele é autor de quatro livros, incluindo “Let the Children Worship” [Deixem as Crianças Adorar]. Jason mora em Michigan com sua esposa, Leah, e seus dois filhos.

Resenha por : Rebeca Falavinha, 24 anos, cristã protestante reformada, esposa do Victor, mãe da Helena (1 ano e meio) e da Laura (no ventre). Formada em Letras – Português/Linguística. Congrega na Igreja Presbiteriana de Ribeirão Preto, em São Paulo.