Meus olhos se reviraram quando recebi este livro de presente do meu esposo; “bem, mais um livro de devocional pra mulheres”, pensei eu. Querida leitora, não me leve a mal, mas já comprei muitas devocionais que não seguiam uma boa doutrina e acabaram por serem abandonados nas primeiras páginas. Ele ficou um tempo na estante, até receber ótimas indicações de algumas irmãs. Ah, como precisava ter lido esse livro antes! – e, se fosse mais sábia, teria recebido de bom grado e lido, afinal, foi um presente do meu maior conselheiro, apoiador e líder.

Publicado em 2017 pela Knox Publicações, “A Mãe no Lar enfatiza a grande importância de criar filhos sob os olhos de Deus, sempre conscientes de Sua presença e submissos à Sua Palavra – as Escrituras Sagradas.”

Esse livro surgiu como um livreto da Sociedade Americana de Panfletos em meados de 1833 e teve sucesso imediato naquela época. Tem uma linguagem rebuscada, mas de fácil compreensão e, alerta, de forma muito direta a importância da responsabilidade materna como instrumento de Deus à condução de seus filhos à uma vida piedosa.

As leitoras mais antigas do Mulheres Piedosas irão se lembrar que essa obra foi postada no blog há alguns anos, capítulo a capítulo – enquanto o livro ainda não tinha sido publicado. Quando o livro foi publicado, o conteúdo foi retirado do ar.

“O objetivo deste livro é a utilidade prática, não o efeito literário. Ele foi escrito para situações normais da vida. Existem muitas mães, em todos os vilarejos do nosso país, que estão buscando avidamente por informação a respeito do governo de seus filhos”

O livro tem dez capítulos e está dividido em 31 semanas, mas pode ser lido em um mês – minha primeira leitura foi em um mês, a segunda leitura estou fazendo ao longo de 31 semanas para degustar com mais intimidade cada uma de suas partes.

Os capítulos trazem temas relevantes a qualquer mãe – e pais também, apesar do título. O primeiro capítulo é mais duro quanto à responsabilidade materna de governar e conduzir seus filhos à obediência, com exemplos verdadeiros da falta de piedade gerada pela violação dessa ordem dada aos pais.

“São poucos pais que pensam nisso como deveriam. Eles não estão conscientes das tremendas consequências que dependem de um governo decisivo e eficiente dos seus filhos”.

John Abbott segue o livro especificando sobre a vital importância de uma maternidade cristã real vivida dentro de casa e quebra filosofias mundanas – muito em voga hoje – que nos levam a estar muito aquém daquilo que Bíblia nos dá como modelo. A autoridade materna é discutida em belos dois capítulos e, confesso, que, como mãe, tive de pedir perdão e misericórdia a Deus muitas vezes; por outro lado, me trouxe encorajamento, sabendo que Deus me incumbiu e irá me capacitar e santificar nessa tarefa.

“Isso – deixar o seu filho decidir por si mesmo, a fim de que ele aprenda a sabedoria pela experiência – deve ser feito muito raramente, e com muito cuidado; ou você irá descobrir que enquanto você estava querendo que ele ficasse enojado com os males do pecado, você acabou fazendo com que ele ficasse familiarizado com o pecado, endurecendo a sua consciência com relação à culpa”.

Os próximos dois capítulos falam sobre dificuldades da mãe, faltas e erros que cometemos quando não somos confrontadas à luz das Escrituras. Quantas vezes, nós como mães, não temos em nossa consciência a grande luta entre o senso de dever e a nossa inclinação natural?

“E essa é a maneira de adquirir força de resolução: praticando-a sempre que necessário. Devemos pronta e imediatamente realizar o nosso dever por mais doloroso que seja”

Já na metade final do livro, Abbott explica a necessidade da condução materna na instrução religiosa e uma vida de piedade, gerando frutos aos pais que sabiamente os plantarem.

“Certamente, será inútil você esperar induzir seus filhos a fixarem as suas afeições no mundo vindouro, enquanto as suas próprias afeições estão fixadas neste mundo”

Esse livro é útil a pais que querem aprender a educar seus filhos nos caminhos do Senhor, e, deixo como últimas palavras um trecho do próprio autor sobre o dever de continuar aprendendo sobre a Educação das Crianças.

“Uma mãe deveria considerar um de seus primeiros deveres se informar sobre esses assuntos o quanto seus recursos a permitirem. A arte de influenciar e guiar uma jovem mente é suscetível a avanços quase ilimitados, e nós somos infiéis a nossos filhos se não nos familiarizarmos com os resultados dos experimentos dos outros. Não devemos estar tropeçando em trevas enquanto a luz está brilhando ao nosso redor.”

Fraternalmente

Equipe MP

John Stevens Cabot Abbott foi pastor, historiador e professor Norte Americano. Ele se formou no Bowdoin College em 1825, e se preparou para o ministério no Andover Theological Seminary. Por causa do sucesso do livreto A Mãe no Lar, ele se devotou a partir de 1844 principalmente à literatura. Escreveu vários livros sobre Ética Cristã e História.