Fonte da Imagem: Harry Anderson Artwork

Já há algum tempo a Igreja vem sofrendo de um mal: extrair do mundo, e não da Bíblia, a forma de levar a vida. Buscar conselhos em especialistas sobre como criar os filhos, como salvar o casamento, como gerir o tempo. Não vou dizer que os profissionais de cada uma destas áreas não podem cooperar conosco; de jeito nenhum. O problema reside em darmos ouvidos a eles quando contrariam o Evangelho, não nos lembrando de que suas filosofias e concepções provêm de corações corruptos, vivendo num mundo caído. Não esqueça nunca disso!


… o mundo inteiro jaz no Maligno. I João 5.19

Isso quer dizer, segundo Matthew Henry, que:

A humanidade está dividida em dois grandes partidos ou domínios, um que pertence a Deus e um que pertence à maldade ou ao maligno.

Ele descreve isso como “estar nas mandíbulas ou nas entranhas do maligno”. Argumenta que Satanás está “implacavelmente inflamado contra o Todo-poderoso e contra tudo que lhe interessa.” Por isso Satanás é chamado em II Coríntios 4.4 de “deus desse século”, que cega o entendimento dos incrédulos. Aqueles que não conhecem a luz do Evangelho, portanto, têm seu entendimento entorpecido e ofuscado. Desta forma, toda ideologia que procede deles deve ser verificada cuidadosamente à luz das Escrituras.

Quis fazer este preâmbulo para deixar claro que não desprezo a opinião de especialistas em suas áreas de estudo, mas devemos ter um filtro muito ativo, para separar o que é ciência, e o que é a interpretação de um coração pecaminoso sobre a ciência!

Ultimamente tem-se falado muito nas redes sociais sobre educação de filhos. São cursos, livros, vídeo aulas e palestras. Peritos de várias áreas do conhecimento, mães de primeira viagem e artistas fazem questão de registrar suas opiniões e concepções em textos e vídeos direcionados a pais desesperados, que não sabem como educar seus filhos. Os educadores se multiplicam na internet, e aí surge a preocupação: crentes que deixam de buscar a Palavra de Deus e o conselho de seus pastores e passam a confiar em mestres que não entendem o princípio bíblico da criação de filhos e da pecaminosidade do coração humano.

Vemos muito teóricos que sequer têm filhos e que não fazem ideia de que a Bíblia possui um corpo de doutrinas muito robusto no que tange à educação dos filhos da Aliança. Portanto, embora alguns de seus pressupostos possam ser coerentes, a base e a estrutura estão corrompidas! Seu ponto de partida não é o que Deus diz que o homem é e precisa, mas, suas próprias teorias e conjecturas. Como nós, mães crentes, temos lidado com esses novos métodos? De que maneira recebemos esta enxurrada de informações de todas as matizes? Quais têm sido nossos livros de cabeceira e quem são nossos “gurus” do Instagram e YouTube? No que eles creem?

Táticas para fazê-los obedecer?

Vendo uma dessas aulas no YouTube, me assustei quando a educadora disse que uma das técnicas muito em voga hoje, visava “extrair o que nosso filho tem de melhor”. Se partirmos do pressuposto de que somos maus, veremos que fica difícil se guiar por esta teoria. Se nos lembrarmos que precisamos buscar virtudes em Cristo e não em nós mesmas, precisaremos desistir de acreditar nos efeitos deste tipo de educação.

 Outra consideração feita é que precisávamos conhecer o temperamento de nossos filhos para tratá-los de forma a que eles respondam bem ao ritmo que estamos tentando implementar ou às ordens que damos. Ela chegou a dizer que nossos filhos talvez estejam tendo um mal comportamento porque não estão sendo devidamente encorajados e estimulados. Como o mundo  sobreviveu até hoje sem conhecer esta teoria? Como nossos antepassados criavam seus filhos sem dar importância aos vários tipos de temperamentos ou sem saber que isso existia?

Mas, peraí! Será mesmo que cada temperamento tem que ter um tratamento diferente, ou isso não passa de manipulação para obter da criança aquilo que queremos, sem ter que “bater de frente” com ela? A ideia é:

Se meu filho tem esse tal temperamento, não devo dar uma ordem direta a ele. Preciso mostrar a ele como é importante fazer ou deixar de fazer aquilo, convencê-lo a fazer o que quero, sem que ele perceba.

Cuidado com caminhos novos! Olhe para as veredas antigas! Olhe para as Escrituras. Elas nos ensinam sobre autoridade, respeito aos mais velhos, honra aos superiores designados por Deus para conduzir um grupo. Não consigo ver como o jeito de ser do meu filho pode livrá-lo de ser disciplinado, pois “é o jeito dele”, “ele tem dificuldades em ouvir e atender ordens diretas”, “é melhor eu convencê-lo a obedecer”. O livro de Provérbios tem ordens claras acerca de filhos desobedientes:

Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo. Pv 19.18

Não temos que ter táticas e palavras certas para influenciar o coração de nossos filhos quando damos uma ordem. Precisamos dar as ordens. Elas precisam ser claras, lógicas e devem ser obedecidas imediatamente. Não posso ter medo de dizer o que ele tem que fazer e ficar estudando como darei estas ordens. Não posso depender do humor ou das inclinações naturais destes pequenos exemplares de Adão.

 Note que não estou dizendo que podemos falar de qualquer jeito! Não! Temos que falar em amor, de forma doce e firme, sem ira, sem agressões, visando sim ganhá-lo! Mas ganhá-lo da forma correta, confrontando seus ídolos e desejos mais secretos e subjugando-os ao escrutínio da Palavra de Deus.

Continua…

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Simone Quaresma é casada há 28 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia, no Cachambi, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas, casado com Ana Talitha; Israel, casado com Larissa e pais da linda Elisa; Davi e Júlia. Trabalha com aconselhamento e Palestras para mulheres e é autora dos livros: “O que toda mãe gostaria de saber sobre disciplina bíblica” e “A mulher piedosa e a quebra do 9º mandamento”. Livros disponíveis no site: www.simonequaresma.com.br