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Os pais erram

“Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos ? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade” Hebreus 12:9,10 (Grifo nosso)

A única disciplina perfeita é a do Senhor Deus, mas é a disciplina que os pais exercem sobre os filhos que irá capacitá-los a receber, mais tarde, a disciplina perfeita do Senhor.

Entretanto isso não deve servir de desculpa para nós. A despeito de nossas falhas, precisamos estar cientes de que somos instrumentos, os meios pelos quais Deus quer imprimir seu caráter em nossas crianças. Por isso, não podemos desanimar diante de nossos próprios pecados ao corrigi-los. Pelo contrário! Assim como é nobre o objetivo da disciplina, assim também deverá ser nosso empenho em ajustar o foco e o alvo de nosso coração ao aplicar a correção. Na medida em que reconhecemos que estamos lidando com almas das quais prestaremos contas, mais afinco teremos para fazer isso de forma santa, visando o porvir. Tendo isso em mente, sempre olharemos além do comportamento. Olharemos sempre para o coração. O nosso e o de nossos filhos.

A disciplina que produz fruto pacífico, fruto de justiça

Este fruto pacífico a que o autor de Hebreus se refere, é a santificação e a salvação da alma daquele filho que é corrigido por Deus. A correção do Pai consola e protege da morte eterna! A correção que aplicamos aos nossos filhos devem prepará-los para receberem de bom grado as varadas do seu verdadeiro Pai.

Este objetivo não pode ser alcançado se não nos lançarmos de corpo e alma nesta tarefa. Como disse certo Puritano, te pareceria justo que, nós pais, sendo o meio pelo qual nossas crianças nasceram manchadas pelo pecado, não lutássemos bravamente por sua salvação? Quem de nós poderia dormir tranquilo enquanto a alma de nossos filhos corre perigo eterno? Isso me parece insano! Joel Beeke insiste que deveríamos lutar pelas almas de nossos filhos COMO SE a salvação deles dependesse de nós. Não depende. A salvação é um dom de Deus dado aos eleitos, mas qual é o meio usado para que Deus salve os filhos da Aliança? A instrumentalidade dos pais. Este foi o meio que o próprio Deus escolheu para trazer a si seus cordeirinhos. Portanto, não saia do seu posto! Não se deixe vencer pelo cansaço, pelos seus próprios pecados ou por sentimentos egoístas. Cristo foi até as últimas consequências para nos resgatar. Não podemos desistir de nossos filhos e largá-los no pecado! Persista mais um pouco. Repita a disciplina. Certifique-se que o está fazendo de forma correta e bíblica, pelos motivos corretos s e bíblicos.

Ao invés de se preocupar apenas com seus sentimentos de ira ou vergonha quando não é obedecida, olhe para sua criança como aquela ovelha que está prestes a ser devorada por um lobo. Veja seu filho, por menor que ele seja, como seu discípulo, como alguém que ainda não conhece ao Senhor e que precisa ser conduzido a Ele.

Identifique pecados específicos que precisam ser abandonados e invista nisso. Trabalhe pesado em falhas de caráter que venha a identificar, para que ele não seja conhecido por tal pecado. Algumas crianças são exigentes, outras mentirosas. Há também aquelas que se deixam levar pelo temor de homens ou que são desobedientes e pirracentas. Cada um destes pecados devem ser tratados com atenção especial. É um ato de amor livrar nossos filhos destes vícios. Quando nos irritamos e não os corrigimos biblicamente, não alcançamos este objetivo!

A disciplina forja filhos ensináveis

Assim como é conosco, a disciplina que imprimimos nas nossas crianças visa torná-las ensináveis. Eles não se tornarão perfeitos. Não estamos criando seres impecáveis. A grande diferença que a disciplina bíblica faz, além de ensinar a criança a evitar o pecado e suas consequências dolorosas, é que quando ela pecar (e ela vai pecar), ela estará acostumada a se dobrar. Se lembram do rei Davi? Que terríveis pecados ele cometeu! Mas quando foi advertido pelo profeta Natan, ele não se ensoberbeceu, não se irritou, não se justificou. Ele simplesmente admitiu seu pecado e se dobrou à disciplina que o Senhor imprimiu sobe ele. Seu filho pequeno foi morto, seu reino tomado por Absalão, a espada jamais se afastou de sua casa, mas em momento nenhum ele reclamou. Ele sabia que estava sendo surrado pelas mãos de um Pai amoroso, que tencionava ganhar seu coração! Que belo exemplo! Que o Senhor nos dê graça para criarmos filhos que entendam a gravidade do pecado e que se arrependam sob a pesada mão do Senhor quando pecarem. Faremos bem se os treinarmos para isso desde cedo!

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simone* Simone Quaresma é casada há 25 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas, Israel, Davi e Júlia. Ela trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.