Imagem: Wikiart

Vivemos dias maus. Ninguém pode negar! Não ousaria dizer que este é o pior período pelo qual a humanidade já passou, no que se refere ao pecado. Não. O homem, depois da queda, sempre foi mau e propenso a todo tipo de iniqüidade. O combustível para qualquer tipo de pecado está ali, quietinho em nossos corações, apenas esperando uma fagulha para pôr em chamas tudo que estiver de pé. A grande diferença dos nossos dias é que o acesso ao pecado é vertiginosamente maior! Cenas de nudez e pornografia explícita estão a dois cliques dos dedos, em seu celular, no quarto das crianças, no carro, na quadra de futebol. As propagandas, as novelas, os filmes e seriados e até os desenhos infantis estão apinhados de apelos. Roupas sensuais, nudez feminina e masculina, beijos afogueados, cenas de sexo. Quantas vezes por dias nossa mente é embebida por informações como essas? É evidente que vivemos uma era de superexposição à libertinagem e à devassidão. Então, constatado este fato, a pergunta é: Como podemos guardar a nossa mente e ajudar nosso marido e nossos filhos a permanecerem puros em meio a tanta podridão moral? Será que temos que ser vítimas passivas da enxurrada de dissolução que nos assalta todos os dias, ou podemos reagir, nos prevenir? Como viver de forma santa e pura, mesmo nos dias de hoje?

Gostaria de começar este artigo falando um pouco sobre pornografia e como os crentes têm se enredado nesse mar de lama. Pretendo também analisar como fomos parar num padrão tão distante do padrão bíblico e o que podemos fazer para voltar às antigas veredas.

Os alarmantes números da pornografia

Os números são desesperadores. Ouvi recentemente um pastor americano que trabalha conscientizando as igrejas sobre o assunto. Os dados que passarei aqui foram anotados por mim, durante sua palestra. Não vou citar seu nome, pois não concordo com alguns de seus métodos para convencimento ao abandono da pornografia, e não gostaria de expor as irmãs ao seu material. Ele e sua equipe divulgam vídeos alertando contra a pornografia, dramatizando as cenas de forma absolutamente sensuais e provocativas, o que é um completo absurdo. Falarei um pouco sobre isso mais tarde.

Apesar de discordar veementemente deste método, não posso negar que a seriedade das pesquisas que ele realiza e o alto custo delas, me persuadem a crer na veracidade dos números. Como não vou citar a fonte, você tem todo o direito de não acreditar nelas. Este não é um trabalho científico, portanto, me sinto à vontade para compartilhar com vocês estes dados, sem ter que comprová-los. A pesquisa refere-se ao ano de 2012 e foi feita nos Estados Unidos da América:

– 1 em cada 4 buscas na internet é por pornografia.
– A cada segundo, 30.000 pessoas estão envolvidas em pornografia.
– O uso da pornografia aumenta as chances de adultério em 300%.
– Em 56% dos divórcios, um dos cônjuges era obcecado em pornografia.
– Brasil, EUAs e Holanda são os maiores produtores de pornografia do mundo.
– 68% de quem vê pornografia tem menos de 25 anos de idade.
– Neste assunto, não há diferença entre crentes e ímpios, estatisticamente falando.
– 69% das pessoas pesquisadas já viram sexo na internet.
– 92% destes, assistiram pornografia antes dos 18 anos.
– 80% dos adolescentes entre 15 e 17 anos assistem pornografia explícita na internet.
– 78% dos novos convertidos ainda estão envolvidos com pornografia.
– 78% dos pastores entrevistados, admitiram ter contato com a pornografia.
– 90% dos pastores de jovens.
– Entre mulheres o índice também é alto. 1 em cada 3 confessou ver pornografia (para manter o marido ou namorado satisfeito)

Se estes dados não são suficientes para nos deixar chocadas, não sei mais o que poderia nos alertar!

Sexo: um jardim secreto

Alguns crentes argumentam que a pornografia não é um mal em si mesmo, que funciona apenas como válvula de escape em momentos difíceis, ou que precisam dela para acender o fogo do desejo em seus casamentos (sim, dizem isso…). Outros, alargam suas fronteiras, considerando pornografia apenas o que é extremamente explícito. Falaremos um pouco mais sobre isso adiante. Não podemos, entretanto, deixar de admitir que a pornografia, seja em que grau for, envolve sexo entre pessoas que não são casadas: você e as pessoas a quem você assiste! Portanto, viola a pureza do sexo conjugal, que deve ser vivido na confidencialidade do “jardim secreto”, que é o casamento. A pornografia descaracteriza esta peculiaridade sine qua non: a sexualidade que Deus planejou e ordenou para o homem, é para ser desfrutada dentro do casamento e apenas entre os cônjuges.

O texto de Provérbios 5 nos descreve a santidade do sexo e a ordenança que o restringe, e nos alerta paro o perigo de extrapolar os limites estabelecidos:

Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra? Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas. (versos 15 a 21).

Se o casamento é o local regulado por Deus para o homem usufruir do sexo e tudo que envolve a sexualidade tem caráter privado e reservado, a pornografia é um atentado certeiro aos preceitos de Deus! Vai contra tudo aquilo que sua Palavra descreve como santo, puro, adequado, sem mácula. Em seu livro, Desintoxicação sexual, Tim Charllies afirma que o pecado da pornografia, além de tudo isso, zomba de Deus:

Quando Deus diz que o propósito do sexo é construir unidade entre marido e mulher, a pornografia diz que seu propósito é preencher qualquer necessidade sentida, com qualquer parceiro, com ou sem o consentimento deste parceiro. Na verdade, a pornografia ensina que o sexo é tudo, menos contato íntimo corpo a corpo, alma a alma, entre cônjuges dispostos a praticá-lo.

Deus afirma que o desejo sexual é bom em um contexto controlado, porque impulsiona o homem a buscar a esposa (e a esposa ao marido). Mas a pornografia diz que o desejo sexual não pode e não deve ser controlado, podendo nos fazer atrair por qualquer pessoa que consideramos atraente. (isso é lascívia!)

Os terríveis prejuízos da pornografia

Aqueles que já foram viciados em pornografia testificam de seus efeitos devastadores. Grande parte deles têm seus casamentos destruídos e travam lutas acirradas diariamente para se verem livres deste fantasma. Eles perdem o interesse pelo sexo ‘normal’, e passam a desejar e a esperar de suas esposas que elas tenham as performances que seus olhos impuros se acostumaram a apreciar. Claro que isso não é uma atitude consciente, principalmente se o homem for convertido e tiver deixado de lado esta prática. De igual forma, a qualidade da intimidade conjugal estará sempre em risco. Vocês se lembram da estatística acima? O uso da pornografia aumenta em 300% as chances de adultério. E não é muito difícil se chegar a esta conclusão. O pecado, principalmente o pecado moral, nunca se satisfaz, busca sempre superar os limites anteriores. Logo logo a pornografia já não satisfará aquela mente aprisionada. Novos e mais licenciosos e pervertidos hábitos virão. Um abismo chamará outro abismo. Tim Charllies resume:

O primeiro vislumbre de pornografia pode ser fugaz- intrigante, mas de curta duração. Um corpo nu é tudo que os olhos precisam, e um vislumbre único fornece combustível suficiente por um tempo. Mas em pouco tempo o coração anseia por mais. O que antes preenchia agora é chato; o que antes era degradante de repente passa a ser desejável. Ao longo do caminho, altera-se toda a percepção sobre o sexo.

Este é um alerta para as pessoas que gostam de dizer que os cuidados com a nudez nas telas é só para aqueles que são mais fracos ou propensos… Nunca subestime o pecado, principalmente o pecado da imoralidade e da luxúria!

Continua…

__________________

simone* Simone Quaresma é casada há 25 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (23 anos), Israel (22 anos), Davi (19 anos) e Júlia (17 anos). Ela trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.