The Bridges Family 1804 by John Constable 1776-1837“Mas tendes chegado ao Monte Sião… E a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão…”- Hebreus 12:18-24 Se há uma coisa que eu gostaria de ter sabido sobre criar nossos filhos desde o inicio é como lhes dar graça. Durante os primeiros anos do nosso casamento, eu não era uma crente. Minha esposa e eu éramos cristãos por educação e profissão; eu ainda era professor de uma escola cristã e diretor durante vários anos. Mas na realidade eu era um moralista, e ensinei aos meus alunos e filhos dessa forma. Já que eu não compreendia que o caminho de Deus de acordo com o evangelho está no Senhor Jesus Cristo apenas, eu não podia viver isso ou ensinar as nossas crianças sobre isso. Então eu trouxe nossas crianças para o Monte Sinai ao invés do Monte Sião. Eu sabia que nós como pais e filhos não poderíamos ganhar o favor de Deus por nossas obras, mas ainda em muitas maneiras sutis nós prosseguimos nesse caminho. O principal problema em prosseguir nesse pensamento é que nós podemos ensinar tudo sobre o evangelho na teoria para nossas crianças, mas na pratica nós as ensinamos a “serem boas”. Quando a sua filha se comporta bem, você a elogia e diz a ela que ela tem “sido boa”. Por outro lado, quando seu filho não se comporta bem, nós o dizemos que ele não deveria ser “mau”. Não demora muito para as crianças compreenderem como elas pensam sobre os outros e sobre si mesmas. Todas as duas crianças necessitam de graça. A criança “má” precisa de graça para entender que ela não apenas tem sido má para você ou para os seus irmãos mas também para o Senhor. Ele deve ser ensinado primeiramente a confessar todos os seus pecados e implorar por perdão, para com você e para com Deus, e então confiar na suficiência do sangue de Cristo e no poder do Espírito Santo para a purificação. Tendo feito isso ele pode ser assegurado por Deus em sua Palavra que há perdão com Deus para que o temam (Sl. 130). Se tratado dessa forma, tanto nós quanto nossa criança, seremos humilhados pela bondade e graça de Deus em nos perdoar, e então desejaremos servi-lo juntos e com sinceridade e gratidão. A criança “boa” também precisa de graça – graça para entender que ela não tem crédito com Deus, mas sim um débito ou uma divida com Deus, porque ela deve o seu bom comportamento à bondade de Deus. Embora nós como pais podemos e devemos ser gratos pelo seu bom comportamento e expressar isso para ela, nós não devemos fazer isso sem ver a graça de Deus em ter feito qualquer coisa boa. Se tratada dessa forma, nós e nossa criança seremos humilhados pela bondade de Deus e graça em nos impedir de cair em pecado, e assim desejar novamente servi-lo juntos e com sincera gratidão. Na parábola do filho pródigo, os dois filhos careciam de graça. O Senhor Jesus tinha claramente o “bom” filho em mente nesta parábola. Em outras palavras, nós e nossas crianças sempre precisamos de graça, e é sempre a bondade de Deus que nos leva ao arrependimento (Rm. 2:4). Então, enquanto estamos todo domingo de manhã aos pés do Monte Sinai,todos nos apresentamos culpados por todos os mandamentos de Deus; mas graças sejam dadas a Deus, a leitura da Lei Sagrada de Deus, depois seguida pela pregação do evangelho, nos leva ao Monte Sião, Gólgota, e ao sangue do Cordeiro de Deus. Quanto mais nós começarmos a ver como Deus arca conosco, pais, enquanto pecadores por natureza e ainda enquanto santos por graça em e pelo Senhor Jesus Cristo, mais nós vamos aguentar os pecados e deficiências dos nossos filhos. Isto não significa desculpas para qualquer pecado neles ou em nós, mas colocar tudo na perspectiva realista e graciosa de 1 João 1:9-2:2: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis.Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.” Enquanto Deus como nosso Pai Celestial se dirige a nós como “filhinhos”, assim também nós como pais e mães devemos abordar os nossos filhos. Nós usamos uma linguagem firme enquanto os alertamos a não pecar, ainda quando eles não pecam (não se eles pecarem), nós imediatamente dizemos para não desesperar, mas fugir para Cristo com os seus pecados, confiando que Ele irá perdoá-los, como faz com a gente. Esta maravilhosa graça que o Senhor estende aos pecadores que se arrependem de seus pecados, mesmo em suas melhores obras, e acreditam no Salvador, vai produzir um desejo sincero e guiado pelo Espirito de amar e servir a Ele. Então, isto será observado por nossos filhos, tanto na forma como lidamos com nossos próprios pecados, bem como os deles. Mesmo assim, quanto mais nós e nossos filhos fizermos o que é certo, mais nós seremos cheios de gratidão por Sua graça no trabalho em nós. Assim, podemos encontrar-nos crescendo “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pedro 3:18).

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foppe vanderzwagg*Esse artigo foi originalmente publicado na revista The Banner of Sovereign Grace Truth (Edição online de Setembro/2013) , traduzido com permissão do editor. **Foppe VanderZwaag é pastor da Heritage Reformed Congregation (HRC). Ele e sua esposa Elina têm 9 filhos, de 14 a 30 anos.   Tradução: Giulia Almeida