A gravidez e a chegada de um filho são momentos esperados e desejados para toda mulher. Desde meninas elas brincam de cuidar de bebês e, mais tarde, suspiram ao ver suas amigas se tornarem mães. No entanto, quando chega a sua hora, inúmeros desafios batem de frente com os belos sonhos. E mesmo quando já é o segundo ou terceiro filho, as mães são surpreendidas por uma avalanche de novas e diferentes demandas. Nunca estamos realmente preparadas para todas as reviravoltas que a chegada de mais um bebê opera em nossa família!

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Diante destes prazerosos desafios, como a família e a igreja podem se dispor a ajudar? Como podemos ser bênção para estas recentes mamães ao invés de atrapalharmos ou, simplesmente, assistirmos suas lutas de longe? Este texto se propõe a levar as mulheres a pensar no bem- estar e nas necessidades de nossas irmãs, colocando-se como servas, num momento crucial da vida das recentes mamães.

Disponha-se a ajudar

É uma imensa tranquilidade para a futura mamãe saber que está cercada de pessoas que a amam e que estão, deliberadamente, comprometidas em ajudá-la. Isso a encorajará a planejar melhor seus primeiros dias com o bebê em casa. Então, se você pretende ajudar, diga isso a ela. Faça-a saber de sua disponibilidade de tempo e de como pretende fazê-lo.

Quer você seja membro da mesma igreja, quer seja parente ou amiga da mamãe, o “protocolo” deve ser o mesmo: dizer que pretende ajudar, informar o tempo que disporá para isso e descobrir como ELA QUER SER AJUDADA. Isto é extremamente importante! Muitas vezes estamos pensando no que é prático aos nossos olhos, ou no que era importante para nós quando tivemos nossos bebês. Mas, se queremos servir, precisamos saber quais são as necessidades delas e não as que foram importantes para nós.

Talvez sua prioridade, quando foi mãe, tenha sido manter a casa limpa; mas a jovem da sua igreja pode desejar sua ajuda para dormir algumas horas. Para você, passar as roupinhas do bebê pode ter tido uma importância enorme; ela, talvez, prefira um banheiro lavado.

Por isso, a comunicação e a sensibilidade para com as necessidades da nova mamãe são prioritárias. Não devemos ajudar como nós achamos importante ou como nós queremos, mas como a mamãe precisa e deseja. Esse princípio é fundamental. Eu sei que nós, as senhoras mais velhas e experientes, muitas vezes temos caminhos mais práticos e rápidos. Mas é importante sabermos respeitar a nova mamãe e deixá-la, por vezes, descobrir sozinha estes caminhos.

Cuidado com o excesso de palpites e com a soberba

Este é um problema difícil de administrar. As mulheres mais velhas correm o risco de se intrometer demais, como se a sua maneira de lidar com os filhos e suas técnicas de fazê-los dormir ou de aliviar as cólicas fossem as únicas viáveis. Elas devem cuidar para não se excederem, querendo que as mais jovens façam tudo como elas fizeram.

Por outro lado, as mulheres mais novas, muitas vezes, são orgulhosas e não admitem ser inexperientes e carecentes de bons conselhos sobre coisas básicas do dia-a-dia do bebê. Escutar as mulheres mais velhas de sua igreja ao invés de buscar informações e conselhos em redes sociais é uma demonstração de humildade e sabedoria das mais jovens.

Esta pode ser uma relação riquíssima de troca entre as gerações. Basta bom sendo e humildade, de ambas as partes, para que todas saiam ganhando!

Mobilize as mulheres de sua igreja

Esta é uma prática muito comum nas igrejas dos Estados Unidos. Acompanhando algumas amigas que tiveram bebês enquanto moravam naquele país, eu e algumas moças de nossa igreja começamos a imitá-las há alguns anos. Tem sido extremamente abençoador para nós e para as recentes mamães.

A cada grávida que aparece na igreja, nos mobilizamos. Uma das mulheres toma para si a responsabilidade de conversar com a futura mamãe para saber em qual período ela mais precisará de nossa ajuda. Por vezes, nas primeiras semanas, ela tem muita ajuda da família e ocasionalmente não necessita do suporte da igreja. Por isso, é extremamente importante deliberar sobre as necessidades dela!

Depois de definido o melhor período para cooperar, fazemos uma escala com as mulheres que puderam se comprometer com os próximos 3 meses. Cada uma fica responsável por levar comida por uma semana. Normalmente pedimos que elas levem porções diárias, em potes separados, de carne e feijão cozido e temperado. Para facilitar, a mulher que está na escala, leva a comida no domingo para a igreja e alguém a direciona para a mamãe, caso ela ainda esteja de resguardo. Algumas também preparam bolos, mesmo fora da escala.  

Esta é apenas uma ideia para inspirar você e sua igreja a se envolverem de forma ativa e organizada na vida da recém mamãe. Vocês podem também ajudar a limpar a casa, a ficar com o bebê para ela dar um cochilo, fazer escala para passar as roupinhas ou passar no mercado semanalmente. Cada igreja, em cada cidade, dentro da sua realidade, terá necessidades e possibilidades de ajuda diferentes. O importante é que nos despertemos para o envolvimento que precisa haver nesta fase tão delicada da vida da mulher. Faz parte da “fiação” da mulher, como diz Nancy De Moss, a preocupação de nutrir e cuidar de vidas. E só quem já passou pelo puerpério sabe o quanto a ajuda de outras mulheres é imprescindível.

Oportunidade de treinar as solteiras

Se envolver propositalmente com as novas mães de nossa igreja também abre um leque maravilhoso de ajuda: preparar as que nunca foram mães! Como é difícil para as moças que nunca lidaram com os improvisos e tempestades da maternidade dar de cara com o primeiro filho e com todas as demandas desta nova função. No entanto, se ela for treinada para isso, as dificuldades serão amenizadas pela prática. Trocar uma fralda, lidar com o choro do bebê, com as cólicas e com as noites sem dormir pode se tornar um desafio menos gigantesco, se nossas moças estiverem por perto, observando e ajudando as mamães. Criaremos, então, um ambiente de cooperação mútua que facilitará a vida das mulheres de nossa igreja e que criará laços de amizade e gratidão entre elas.

Aproveitando para dar dicas de bons modos!

Também faz parte de nossa função como mulheres mais velhas, ajudar na questão da conveniência das visitas às mamães que acabaram de ter bebês. Algumas não fazem ideia e outras, simplesmente se esqueceram, de regrinhas que precisam ser observadas. Estas regrinhas servem para as mulheres da família também!

  • Pergunte se a mamãe quer ser visitada no hospital. Muitas vezes ela está com dor e tentando amamentar e receber visitas pode não ser uma boa ideia.
  • Se ela já estiver em casa, pergunte se está recebendo visitas e se o horário é apropriado. Lembre-se que nas primeiras semanas a mulher passa a maior parte do tempo de camisola e ter que trocar de roupa e se arrumar para receber visitas é um contratempo pelo qual ela, talvez, não queira passar. Seu horário é que precisa se adaptar ao dela, e não o contrário.
  • Não vá visitar o bebê se estiver doente e evite levar crianças barulhentas.
  • Seja breve. Breve mesmo! A mãe pode estar precisando amamentar, comer ou tirar um cochilo. Pode ser que ela não tenha coragem de dizer que já está na hora da visita acabar, por isso você deve estar com o “desconfiômetro” ligado.
  • Não aceite lanchar ou almoçar na casa da nova mãe. O horário de sua visita pode coincidir com o único horário que a pobre mãe conseguiu se alimentar. Se este for o caso, ela irá te oferecer. Mas lembre-se que tem sido uma luta providenciar o que comer, tendo tantas demandas com o bebê. Não seja você a comer o último pedaço de bolo que estava guardado para a amamentação da madrugada! Seja aquela que leva a comida, não aquela que consome a comida que ainda tem na casa!
  • Antes da visita pergunte se ela está precisando de algumas frutas, ou que você dê um pulinho na farmácia, se há fraldas suficientes…
  • Não pegue o bebê no colo sem pedir aos pais e lave sempre as mãos quando chegar.
  • Aproveite a breve visita para incentivar a família e orar com eles. Algumas palavras de encorajamento podem chegar num momento extremamente delicado, de conflitos e dúvidas e serem como um bálsamo. Dizer que conhece suas lutas, e que este período logo vai passar, pode ser justamente o que a nova mãe precisa ouvir naquele momento.

Agindo com sabedoria e colocando o bem de nossas irmãs como prioridade, estaremos obedecendo ao Senhor e contribuindo para o fortalecimento da Igreja de Cristo neste mundo. Por isso as mulheres mais velhas devem sair de seu conforto e oferecer seus anos de experiência como ajuda à nova geração. Devem ser abnegadas e amorosas, cuidadosas e pacientes em ensinar às mais novas a arte de serem boas esposas e boas mães. Elas receberão do Senhor a recompensa!

“Acaso, não erram os que maquinam o mal?

Mas amor e fidelidade haverá para os que planejam o bem.” Pv 14.22 

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Simone Quaresma é casada há 28 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia, no Cachambi, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas, casado com Ana Talitha, pais da linda Rebeca; Israel, casado com Larissa e pais da linda Elisa; Davi e Júlia. Trabalha com aconselhamento e Palestras para mulheres e é autora dos livros: “O que toda mãe gostaria de saber sobre disciplina bíblica” e “A mulher piedosa e a quebra do 9º mandamento”. Livros disponíveis no site: www.simonequaresma.com.br