A resposta curta é: Deve se comportar como todas as outras famílias, com reverência e atenção. A diferença está nos olhares que a família pastoral recebe e a expectativa desta família ser exemplar e inerrante.

Fonte da Imagem : PInterest

Os filhos do pastor devem se comportar? Prestar atenção no pregador? Obedecer aos oficiais? Sim, sim e sim! Da mesma forma a sua família (que não é de pastor) deve fazer o mesmo.

Qual a diferença então? O pai geralmente está lá no púlpito, domingo após domingo. A mãe e os filhos estão no banco. Se um chora, a mãe levanta com um e deixa os outros, na esperança de que irão se comportar. Se um não aguenta segurar o xixi, a mãe levanta e leva no banheiro, deixando os outros na esperança de que não irão começar a conversar e chamar a atenção. Às vezes deixar não é uma opção, então lá vai a mãe com todos pra fora e depois pra dentro de novo.

Muitas vezes, com nenê pequeno, tive que sair do local de culto e pedir ajuda às famílias ao meu redor, para que dessem uma olhada nos que ficariam pra trás. E assim seguimos, a família do pastor sendo amparada pela família da fé. Tem muitas mulheres que vão sozinhas pra igreja e poderiam receber este olhar de ajuda de outras mulheres e famílias.

Mas o que fazer de fato, para que as crianças fiquem quietas?

Vou dar algumas dicas que funcionaram para nossa família. Desde bem nova, treinamos nossa primogênita a ficar no templo conosco. Tínhamos a “bolsinha do domingo”. Dentro da bolsa, uma variedade de itens que auxiliavam nos momentos de comichão, aquele momento em que a criança não para quieta: giz de cera, papel, massinha, boneca de pano, livros com histórias bíblicas, adesivos, biscoito e água.
Já viu o poder de uma cartela de adesivos? A criança desenvolvendo a coordenação motora leva alguns minutos pra tirar um adesivo da cartela, depois mais um minuto pra descolar do dedo e colocar no papel e assim vai. Cada minuto que ela luta com o adesivo, você tem chance de ouvir um pouquinho mais da pregação. Os itens da nossa bolsinha só poderiam ser utilizados aos domingos. Você pode colocar inúmeras coisas lá dentro, mas lembre-se de não levar nada que faça barulho, tipo brinquedos com som. Não é fácil, mas tente interagir com a criança, “traduzindo” o sermão para ela, sempre que possível.

Claro que a bolsinha de domingo tem uma idade limite. Penso que ela é muito útil para ajudar a criança a ficar em silêncio no lugar onde a família está. Porém, depois de certa idade não faz sentido levar uma bolsinha para uma criança já alfabetizada ficar colorindo. Eles amadurecem e tem condições de prestar atenção ao que o pastor está falando, podendo inclusive tomar notas do sermão.

Com criança pequena cada domingo é uma luta, mas também é uma vitória se pensarmos que estamos ensinando-os a louvar e cultuar ao Deus verdadeiro. Não desistam de levar seus pequenos à Casa do Senhor, a pequenez deles passa, a fé inculcada é eterna.

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Natalie Campos é colaboradora do blog Voltemos ao Evangelho. É formada em Publicidade e Propaganda, mas tem o privilégio e escolha de ser dona de casa em tempo integral. Desenvolve um trabalho, juntamente com outras mulheres, voltado para esposas de seminaristas no Seminário Presbiteriano em SP. Natalie é esposa de Heber Campos Jr., com quem tem três filhos: Bianca, Samuel e Nicole.