Minha amiga querida, quando me pediram que eu escrevesse uma carta e que você a leria em algum momento durante seus anos de casamento, pensei em escrever sobre algo que aprendi nesses meus dois primeiros anos de casada e que creio que muitas mulheres recém-casadas podem enfrentar dificuldades nesse assunto.

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Mas antes de começar, acho importante te lembrar da benção que é poder viver um casamento que mostra a glória de Deus e que representa Cristo e a Igreja. Muitas vezes sabemos disso, mas não refletimos de fato na responsabilidade e no privilégio que é viver um casamento com esse alvo glorioso: Fazer com que as pessoas olhem pra nós e vejam como Cristo e a Igreja se relacionam – Liderança, submissão, amor sacrificial, perdão, enfim são muitos aspectos que envolvem essa missão, e o meu desejo é que vocês estejam vivendo isso e passando por dias muito felizes com a graça de Deus!

Tendo isso em mente, posso dizer que uma coisa que aprendi logo nos primeiros meses, foi a dificuldade muitas vezes de entender hábitos e visões sobre coisas do dia a dia que o nosso cônjuge pode ter e que são diferentes das nossas. Isso é algo perfeitamente normal, pois fomos criados por famílias diferentes, com hábitos diferentes e, no nosso caso, em cidades diferentes, e em algum momento coisas pequenas como, por exemplo, a hora de ir dormir e a hora de acordar, pode causar algum tipo de atrito entre os cônjuges. Eu e meu esposo somos muito diferentes em algumas áreas, ele é aventureiro, despreocupado (da maneira certa), e que gosta de dormir até mais tarde (kkk), já eu não sou nada aventureira, muitas vezes preocupada demais com as coisas e que acorda cedo sempre!

No início, quis e tentei que alguns desses hábitos dele fossem diferentes. Nunca tornei isso um grande problema, mas sei que para algumas pessoas isso pode se tornar um problema a partir do momento que queremos que o cônjuge satisfaça as nossas necessidades e seja do nosso jeito, e isso revela no fundo uma raiz pecaminosa no nosso coração. Como Nancy DeMoss diz: “… temos a mania de consertar, mas a noção de que é nossa responsabilidade mudar os outros leva invariavelmente a frustrações e conflitos. […] O fato é que não podemos mudar o coração do nosso marido. No entanto, podemos cooperar com o Espírito Santo em mudar o próprio coração” (grifo meu).

Com o tempo, fui percebendo que a forma como lidamos com as diferenças é o que mais importa. Se tivermos um coração manso, disposto a entender como o nosso cônjuge pensa e age podemos na verdade não só o compreender melhor, mas aprender com ele, e a nos mudar a partir dessas diferenças. Por exemplo, tenho aprendido a cada dia a descansar em Deus todas as vezes que ele vai surfar e extrapola um pouquinho do horário. Preciso entender que a vida dele está nas mãos de Deus e que nada que acontece está fora do Seu controle e eu não preciso me desesperar. Por outro lado, ele também entendeu essa minha limitação e sempre me avisa quando chega na praia e quando sai da praia pra que eu fique mais tranquila.

Se o caso for algo mais sério como algum pecado dele, lembre-se que “Não é sua responsabilidade mudar seu marido, essa responsabilidade é de Deus. Diga ao seu marido o que está em seu coração, depois recue e deixe que Deus faça o resto.”

A chave para esses conflitos ou diferenças está na forma como reagimos a elas. Se demonstramos um coração compreensivo, que entende que alguns hábitos diferentes não devem, e não precisam, se tornar um problema maior do que é, nós vamos saber lidar com as situações a cada dia e encontrar soluções juntos para lidar com as diferenças e viver em paz. “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.2,3

Espero que você tenha recebido essa palavra em ocasião oportuna pela providência de Deus.

Amo você e que Deus os abençoe a cada dia.

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Rebecca Gueiros tem 26 anos, é casada há 2 anos com o presbítero Caio Gueiros e estão à espera de seu primeiro filho. Nascida em Salvador, atualmente mora em Maceió, é professora de inglês, congrega na Igreja Presbiteriana Castelo Forte. Atualmente, é uma das Revisoras de textos do Mulheres Piedosas.