Pais não são perfeitos. Crianças não são perfeitas. Famílias estão longe de serem perfeitas. Muitas coisas tristes e ruins podem acontecer nas famílias. Mas a graça de Deus pode reluzir de modo tão vívido através das famílias também. É isso o que nós vemos nos primeiros anos da vida de José.
José foi o décimo primeiro filho de Jacó, e o primeiro filho de Raquel. Quando ele era ainda jovem, ele se mudou com sua família para longe da fazenda do seu avô Labão, onde ele sempre havia morado. Eles se mudaram para a estranha terra de Canaã. Isto foi uma grande mudança para o jovem José. Ele se mudou porque Deus tinha dito a seu pai: “Torna-te á terra de teus pais… e Eu serei contigo.” (Gênesis 31:3). Às vezes Deus chama pais para se mudar para outro lugar e temos que ir com eles. Mas quando Deus chama os pais para se mudar, Ele também sabe o que é melhor para as crianças.
Depois de estarem alguns anos em Canaã, a mãe de José, Raquel, morreu enquanto dava à luz Benjamim. Deve ter sido difícil para o jovem José ver o corpo de sua mãe ser carregado para a sepultura. Ela havia partido. Se você ainda tem uma mãe, você agradece a Deus por ela? Você ora por aqueles que não as tem?
Raquel aparenta ter sido uma pessoa egoísta que nunca estava contente. Ela também levou ídolos de seu pai Labão junto com ela. Dessa forma, ela não foi um bom exemplo para José. Às vezes nós vemos coisas erradas em nossos pais. Nós precisamos ser pacientes com suas fraquezas, mas nunca devemos segui-los no pecado.
Nós também não devemos acompanhar os pecados de irmãos e irmãs. Imagina ter dez irmãos mais velhos, como José! Muitas vezes os mais novos admiram seus irmãos mais velhos. Mas infelizmente, estes irmãos fizeram bastantes coisas pecaminosas. Eles também não eram bons exemplos. Quando José estava com dezessete anos de idade, ele estava com seus irmãos cuidando dos rebanhos de seu pai. Mas ele foi para casa contar ao seu pai sobre as coisas más que eles faziam. (Gênesis 37:2)
Nós precisamos ser cuidadosos para não sermos fofoqueiros. Às vezes contamos algo que os outros fizeram de errado para colocá-los em problemas, ou queremos que as pessoas pensem mal deles e bem sobre nós. Mas José estava perturbado acerca do pecado de seus irmãos. Ele também sentiu que podia compartilhar suas dificuldades com seu pai, Jacó, porque ele sabia que seu pai também não gostava do pecado.
José tinha um vínculo especial com seu pai. Nós lemos que “Israel” (o nome que Deus deu para Jacó quando lhe deu sua graça) amou José mais que aos seus outros filhos. Pais devem ter cautela ao revelar favoritismo. Seu pai ter-lhe dado uma túnica especial de muitas cores causou problemas. Mas o vínculo de amor era especial porque era um vínculo espiritual. Deus tinha mostrado misericórdia salvadora tanto para Jacó quanto para José. Nós sabemos disso porque Deus mostrou a José coisas por meio de sonhos.
Depois, na casa de Potifar, no Egito, José estava com muito medo de pecar contra Deus. E depois ele continuou confiando no Senhor, mesmo na prisão. Jacó deve ter sentido um apego especial com seu filho José, diferentemente de alguns de seus outros filhos, que seguiram caminhos pecaminosos. O melhor vínculo é quando você não apenas faz parte da mesma família terrena, mas também da mesma família espiritual de Deus.
Amar a Deus também pode levar outras pessoas a odiá-lo. Quando você não se junta a eles nos seus pecados, mas pede para que eles não façam o que é errado, eles podem ficar chateados. Os irmãos de José também “odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente.” (Gênesis 37:4). Depois eles até o lançaram num poço e o venderam como um escravo. Esse ódio foi parcialmente culpa de Jacó e José, mas também porque estes irmãos não queriam dar ouvidos a repreensões ou ao que Deus havia revelado a José.
Quando você deseja seguir ao Senhor, você pode esperar que algumas pessoas sejam más com você. Mas é melhor ter Deus com você e pessoas contra você do que ter pessoas com você e Deus contra você.
O jovem José era um pecador como todos nós somos. Ele passou por muitas dificuldades: mudar para lugares estranhos, perder sua mãe, ser odiado por seus irmãos e ver os maus exemplos da sua mãe e irmãos. Deus, porém, foi misericordioso para com José e o guardou de andar no pecado. Em vez disso, Ele o fez desejar temê-lo e servi-lo. Deus abençoou José e depois ele pôde ver que Deus havia conduzido todas as coisas para o bem. Quaisquer que sejam as dificuldades pelas quais você venha a passar, ore a Deus por sua graça. Ele é socorro e refúgio.
Fonte da Imagem: movimentorosadesaron
*Rev. David Kranendonk é pastor da Free Refomed Church do condado de Oxford, Ontario.
*Esse artigo foi originalmente publicado na revista The Banner of Sovereign Grace Truth. Edição de Julho/Agosto de 2017.
Tradução: Jéssica Marinho