Fonte: mymommymanners.com

Nunca me esquecerei do dia fatídico em que fiquei cara a cara com minha própria raiva. Enquanto crescia, eu nunca havia lutado contra a raiva. Eu pensava ingenuamente que isso tinha a ver com meu respeito consciente pelo caráter. Mas eu estava prestes a ter isso mudado!

Você veja, embora eu me visse como uma pessoa tranquila, eu nunca enfrentara as dificuldades de ser mãe. Eu nunca considerei que poderia ficar tão frustrada com meus filhos que chegaria a gritar com eles ou atingiria o limite lidando com eles.

Percorrendo o Caminho da Raiva

Atualmente, os pais são influenciados por tantas crenças confusas e contraditórias sobre criação de filhos, vindas de todos os lados, que não é novidade alguma que não saibamos o que fazer. Muitos de nossa geração cresceram sem ver boas práticas parentais de perto. Com aparentemente poucas boas ferramentas parentais confiáveis, gritar parece ser a única opção. Tantos estão fazendo isso que conseguimos até nos sentir “bem” por gritarmos constantemente.

Entretanto, a atmosfera que os gritos cria pode desmoralizar a criança e pô-la para baixo. Falar muito severamente e com a voz excessivamente alta desgasta o corpo da criança. Assim que a voz da mãe ou do pai sobe, a defesa da criança também aumenta. Gritar faz o exato oposto do que pais cristãos querem ver acontecer em seu filho. Em vez de aproximar o filho para ver o problema em questão, ele é afastado da sua admoestação.

Se você grita, por favor, saiba que eu me simpatizo com você. Minha intenção é ajudar todos nós a olhar essa situação de raiva e gritos e descobrir o que ela realmente está fazendo conosco e com nossos filhos. Precisamos ver claramente o dano que um estilo de vida contínuo de raiva está causando. Só assim veremos a necessidade desesperada que temos do trabalhar de Deus em nós.

Libertando-se

Eu sei que esse pode ser um tópico angustiante. Eu conheci muitas mamães e papais que se desesperavam com a raiva que parece controlá-los. Eles odeiam essa raiva que os enjaula, que nunca os deixa sair de suas amarras. A raiva é sufocante para todos os envolvidos.

Olhe para essas palavras:

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.” (2 Co 4:7-11).

É uma ótima notícia saber que a vida de Deus pode ser manifestada em nós — fracos mortais que somos. E a raiva nos mostra nossa fraqueza em cores vívidas. Ela cria uma situação que nos enjaula, deixando-nos escravos de nossos próprios temperamentos. Mas não é nesse lugar que Jesus quer nos manter.

Seu chamado é sempre para virmos a Ele, como pecadores pobres e necessitados que somos (porque sim, raiva expressada habitualmente para com aqueles que nós amamos é pecado), e nos arrependermos. Seu poder purificador, que se fez possível através da cruz, é o que torna possível para nós superarmos as atitudes raivosas que advêm de dentro (2 Pe 1:3-4). Sua redenção não é uma máscara que esconde o pecado da raiva com uma fachada, mas Sua graça entra em nós e nos transforma de dentro para fora.

“Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2 Co 12:9).

Onde conseguimos essa graça?

“Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4:6).

Libertarmo-nos das amarras da raiva começa com abrandarmos nossos corações. Tornarmo-nos humildes. Reconhecer que realmente necessitamos do Salvador.

Como Acabar com esse Hábito

Aqui estão alguns passos importantes a serem tomados para acabar com o hábito de gritar. Eles incluem várias dicas práticas — mas as dicas só ajudam até um ponto. Qualquer um pode aprender estratégias como morder a língua ou abaixar a voz. Deixar o Espírito Santo trabalhar em nós deve ser nosso ponto de partida, nosso ponto de chegada e tudo que está entre esses dois.

  1. Reconheça que você necessita do Deus que o ama mesmo quando você está perdido em seu pecado (Rm 5:6, 8). Peça deliberadamente a Ele que faça sua obra transformadora em você. Arrependa-se de qualquer e toda raiva injusta que se arraigou em sua vida.
  2. Memorize a verdade poderosa encontrada em Tiago 1:19-20:

“Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.”

Muitas vezes a razão pela qual gritamos com nossos filhos é porque pensamos que os ajudará a aprender obedecer. Deus usou esse versículo para me ajudar a perceber que minha raiva nunca irá trazer os resultados que eu espero ver.

  1. Planeje antes o que você deseja fazer diferente na próxima vez que você sentir vontade de elevar sua voz. Faça o oposto do que seu instinto diz e fale bem calmamente. Você está se contendo para controlar seu volume.
  2. Fique próximo de seu filho. É bem difícil gritar com alguém que está a 30 centímetros de distância!
  3. Guarde os gritos para tempos de perigo imediato (“Pare de correr em direção à rua!”).
  4. Pare se você se encontrar gritando. Se você precisar tirar 5 minutos num cômodo separado, faça isso.
  5. Se seu filho for desobediente, trate isso logo que acontecer. Consistência e perseverança são importantes na comunicação de suas expectativas. Se você se encontrar repetindo constantemente suas instruções, ore por paciência no seu tom de voz, por sabedoria para saber como melhor se comunicar — e por um espírito obediente em seu filho.
  6. Se seus filhos são velhos o suficiente para ler, escreva suas instruções. Você provavelmente será mais conciso, e isso pode ser útil enquanto você altera seus padrões antigos. Os filhos precisam saber o que está sendo requerido deles, e ter as responsabilidades deles em escrito geralmente tira o fator do “esquecimento” ou a desculpa “eu não sabia disso”.
  7. Confesse a seus filhos quando você falhar. Eles sabem que perder a calma não é muito maduro, mas pode fazê-los muito bem ouvir você reconhecer isso e pedir por perdão.
  8. Certifique-se que você tire um tempo todo dia (preferencialmente antes de seus filhos acordarem) para ficar a sós com Jesus. Leia Sua Palavra e passe tempo orando. Peça a Deus para ajudá-la a andar de acordo com Seu Espírito (Gl 5:16).
  9. Esteja disposta a prestar contas para um mentor piedoso (preferencialmente uma mulher mais velha de sua igreja local).

 

Raiva e gritaria habituais podem ser superadas pelo poder do Espírito de Deus e conforme você aprende a andar em arrependimento e humildade.

Quais são os gatilhos da sua raiva? Você pode identificar situações recorrentes ou cenários previsíveis que podem deixá-la mais inclinada a reagir com raiva?

Para quem você pode pedir oração por você e acompanhamento na sua luta para superar a raiva?

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*Esse artigo foi originalmente publicado www.reviveourhearts.com/true-woman, traduzido mediante permissão. Adaptado de “Pitchin’ A Fit! Overcoming Angry & Stressed-Out Parenting” [Explodindo! Superando a Raiva e o Estresse como Pais]
**Brook Wayne é a co-autora do livro “Pitchin’ A Fit! Overcoming Angry & Stressed-Out Parenting” [Explodindo! Superando a Raiva e o Estresse como Pais]. Ela é autora, conferencista, mãe de nove filhos e co-fundadora do Family Renewal Ministries [Ministério de Renovação Familiar].

***Tradução: Rebeca Romero