Texto originalmente postado no blog Teomidia

É estranho notar como o afastamento de Deus pode alterar nossa cultura de modo profundo e definitivo. Observamos esta verdade em diversos aspectos. Um dos que me chamam a atenção é na maneira que lidamos com a morte, e consequentemente, ensinamos nossos filhos sobre ela. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, em sua palestra: A morte como um quase acontecimento, desvelou com precisão, que nossa cultura enlouqueceu a ponto de esconder o que deveria ser visto- a morte, e mostrar o que deveria ser ocultado- a sexualidade. Parafraseando parte de sua palestra, ele diz que antigamente a morte era algo público. As pessoas morriam cercadas de pessoas que ouviam suas últimas palavras. Pouco a pouco, no entanto, a morte foi se tornando um evento privado e secreto, que deve ser escondido, como se não pudéssemos vê-la.
Esta forma de abordar e encarar a morte nos confronta de maneira dolorosa com a podridão em que vivemos. O mundo jaz no maligno e sua maneira de pensar anda na contramão da vontade de Deus mostrada em sua Palavra. Inclusive com relação à morte.
Antes de pensar em como ajudar as mamães a falar sobre a morte com seus pequenos, devemos desfazer alguns equívocos que, talvez , povoem nossas mentes. Estabelecer as verdades bíblicas sobre o tema, nos ajudará a repensar e a colocar em nossos corações a certeza das promessas de Deus.
A morte é um fato
Não podemos nos esquecer que, por mais que não gostemos de falar do assunto, ele está sempre diante de nós. Como diz o salmista :
“Que homem há, que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma das garras do sepulcro?” Salmo 89.48
Depois que o pecado entrou no mundo, a morte se tornou uma certeza.
“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.” Gênesis 3.19
Nunca se esqueça disso e nunca deixe de dizer isso a seus filhos. A Bíblia fala desta verdade de forma clara e rica. E se a Bíblia fala tão abertamente sobre a morte e nos ensina tantas verdades sobre ela, por que deixaríamos de meditar nestas coisas?
A vida é como uma névoa, que logo passa
“O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece…” Jó 14.1-2
Esta é outra verdade irrevogável! Talvez não gastemos muito tempo por dia (ou não gastemos nenhum) pensando sobre a brevidade da nossa vida. Mas deveríamos fazê-lo! Muitas vezes temos vivido nossa agitada rotina de esposas, mães e donas de casa atarefadíssimas, sem nos recordar do fato que não estamos neste mundo para sempre. A morte nos alcançará em cheio. Mais dia menos dia. Esta é uma realidade inexorável. Se é assim, a melhor forma de enfrentar este fato é de frente. Sabendo o que a Palavra de Deus nos diz.
“Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. Com efeito, passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará.” Salmos 39.4-6
Este lindo Salmo nos encoraja a perceber a transitoriedade da vida e como somos sombra diante do Todo- Poderoso. Sabendo disso, teremos sempre a eternidade diante dos nossos olhos, não nos apegaremos em demasia a esta vida, nem valorizaremos demais as posses neste mundo. Esta lição nos foi deixada na parábola contada por Jesus:
“O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Lucas 12.16-20
Provavelmente você já experimentou a sensação de que a vida está passando rápido demais. Isto não é só uma impressão. Se você olhar para a história da humanidade, sentirá rapidamente como aqueles grandes vultos, tão imponentes em suas épocas, passaram. Morreram e se tornaram apenas uma lembrança.
“Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” Salmo 90.9-10
Não importa o que façamos, a morte chegará
É claro que devemos cuidar do nosso corpo e da nossa saúde de forma dedicada. Não agir desta forma, constitui-se quebra do 6º mandamento. No entanto, não podemos nos esquecer que não cabe a nós acrescentar sequer um côvado ao curso da nossa vida, por mais que desejemos fazê-lo! Cada um de nós tem suas vidas depositadas nas mãos do nosso amável Pai e Criador!
“… no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.” Salmo 139.16
Não fomos criados para morrer
Não obstante a morte ser tão presente, não foi sempre assim! Devemos nos recordar que o homem não foi criado para morrer. A morte foi a consequência direta da queda. O significado da palavra já nos dá esta pista: morte significa separação. Portanto, a dor que a morte traz é inevitável.
Por outro lado, a forma como nós, cristãos lidamos com a morte é absolutamente distinta. Para o crente a morte é a libertação de uma vida de luta contra o pecado. A morte é a entrada para a vida, a vida eterna. Como deve ser consolador dizer isso aos nossos filhos! Como devemos meditar mais amiúde sobre estas verdades, para que possamos dar o valor certo às coisas e às pessoas. Tudo muda de proporção frente a morte, não é mesmo? É por isso que o sábio nos ensina que:
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.” Eclesiastes 7.2
“O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos na casa da alegria.” Eclesiastes 7.4
Estas palavras nos confrontam com nosso modo de vida, que visa basicamente o entretenimento, a diversão e sempre que possível, evitar estradas dolorosas, infortúnios e vicissitudes. Lembre-se que não há como fugir desta realidade. Quando ela bater à nossa porta, deveremos estar firmadas na Rocha, para enfrentar as tempestades.
Enfrentando a morte pela perspectiva bíblica
A vida pode estar em seu curso normal, seguindo a rotina e o script planejado por nós, até que o telefone toca… A notícia de um exame que deu positivo para câncer, um acidente, um assalto, uma doença até então desconhecida, uma bala perdida. São tantas as possibilidades de adversidades que podem nos acalnçar de repente, que só mesmo conhecendo de perto ao Deus verdadeiro, poderemos nos manter de pé, caso sua soberana mão amorosa reserve dias maus para nós. E nestes dias, não podemos nos esquecer que Ele continua sendo o nosso Deus, continua nos amando e continua sendo bom. Nestes momentos, a nossa teologia será duramente provada. Tudo que cremos sobre Deus virá à tona: se cremos em pressupostos errados, vindos da nossa própria concepção, talvez pequemos contra Ele. Se cremos e entendemos o nosso Deus como a Bíblia nos revela, então, e só então, poderemos atravessar seguros o vale da sombra da morte, sendo gratos e sabendo que cada ação do Pai, visa um bem maior: a nossa salvação e santificação. Não foi isso que aconteceu com o povo de Deus no deserto? Leia o trecho abaixo com atenção, para entender a preciosa verdade que está no final:
“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem.” Deuteronômio 8.2-3

“Guarda-te não te esqueças do SENHOR, teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão, que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões e de secura, em que não havia água; e te fez sair água da pederneira; que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheciam; para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem.” Deuteronômio 8.11-16
Que verdades ricas e benfazejas! O próprio Deus nos provando, não para mostrar nada a si mesmo, mas para que nós conheçamos nossa limitação, nosso coração pecaminoso e nos voltemos exclusivamente para Ele, dependendo apenas dEle! É o desenvolvimento da nossa salvação, nossa aproximação do Senhor que está em jogo. E na maioria das vezes, por causa do pecado, isto é feito nos momentos de dor. Se lembra, do exemplo de Jó?
O exemplo de Jó
A Bíblia o descreve como um homem reto, íntegro, temente a Deus e que se desviava do mal. Não obstante, com o fim de peneirá-lo, de provar o que estava em seu coração, o Senhor permite que Satanás o toque (apenas até a medida que o próprio Deus definia!). Primeiramente tocando em tudo quanto ele tinha, menos nele. Depois tocando nele, sem tirar-lhe a vida.
Logo no começo do livro, Jó nos ensina uma proveitosa lição sobre a morte.Os primeiros versos o descrevem como um homem bem sucedido em todos os aspectos:
“Nasceram-lhe sete filhos e três filhas. Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.” Jó 1.2-3
Mas eis que tudo mudou de repente. Ele recebeu as piores notícias possíveis. Todos os seus animais, seus servos e seus filhos e filhas estavam mortos. Ele perdera absolutamente tudo. E sua reação nos ensina uma bela lição:
“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Jó 1.20-22
E apenas no final do livro, temos a pista que faltava! Jó precisava conhecer mais de perto o seu Deus. Todo o sofrimento não havia sido sem motivo. Não era uma provação aleatória. O Senhor o estava burilando. Jó reconhece esta verdade:
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” Jó 42.5
O Senhor fez este dia!
Eclesiaste 7.14 nos ensina esta verdade tão consoladora:
“No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.”
Podemos descansar confiados nAquele que traçou cada um dos nossos dias, sabendo que quando o dia mau chegar, Ele estará conosco!
E como tratar deste assunto com nossos filhos?
Sabedores que a morte é inevitável, que é consequência do pecado, que sobrevirá a todos nós e que o Senhor é governante absoluto sobre tudo, precisamos nos posicionar fielmemente neste assunto com as crianças. Se a morte não nos assusta, se temos a perspectiva bíblica dela, então se tornará mais fácil falar deste doloroso assunto quando a hora chegar.
Em primeiro lugar, precisamos saber que todos os assuntos que chegarem aos nossos filhos, pelo menos os mais importantes, devem chegar por nós, não por estranhos! Nós somos aqueles a quem Deus responsabilizou para instruir nossos filhos nos caminhos do Evangelho e nas grandes verdades da vida. E a morte é uma delas. A mais certa.
Em seu livro O Evangelho para os filhos da aliança, Joel Beeke nos estimula e nos incentiva para que falemos de TODO o Evangelho aos nossos filhos:
“Se Deus, ao longo das eras do Antigo Testamento, repetidamente ordenou que as crianças ouvissem o evangelho, (Ex 12.25-27; Dt 30.19; Josué 4.21-24) não deveríamos nós, na plenitude da era do Novo Testamento, ensinar o evangelho aos nossos filhos? (pg 23)
O dever dos pais é ensinar aos seus filhos TODO o evangelho.” (pg 25)
E o que é mais básico no Evangelho do que dizer às crianças que o pecado trouxe a morte, mas que há reconciliação pelo sangue de Cristo e que a morte física será vencida na ressurreição? Não ensinar sobre a morte aos nossos filhos é negar-lhes a base do Evangelho! É não contar-lher sobre BOAS NOVAS! O que são boas novas? Por que são Boas Novas, senão, porque somos livres da morte eterna e que depois da morte física viveremos eternamente com corpos transformados, glorificados e incorruptíveis? Estes assuntos precisam ser ensinados desde a mais tenra idade. Deve ser falado em nossas conversas triviais, em nossos cultos domésticos, enfatizado nas histórias bíblicas que contamos. Se assim fizermos, não ocultando das crianças a morte, dando a perspectiva bíblica para eles, ficará mais fácil tratar do assunto quando a morte bater à porta da nossa casa.
Quando a morte chega à nossa casa
Este dia chegará, talvez mais rápido do que gostaríamos ou esperaríamos. E precisamos, acima de tudo, tratar dele com verdade! Este é o grande desafio. Tratar de um problema grave, falando sempre a verdade e dando aos nossos filhos informações suficientes para dirimir suas dúvidas quanto ao que está acontecendo.
Se, por exemplo, vocês se depararem com um caso de morte iminente na família, como um vovô enfermo, com uma doença que sabidamente não poderá ser curada, você deve explicar cuidadosamente isso aos filhos. Preparar a criança para uma morte próxima, a ajudará a se preparar para lidar com a dor do momento e a saudade que sentirá.
Você não precisa evitar falar deste assunto perto deles. Se você tornar a morte o que ela é, um fato, seus filhos aprenderão a lidar com ela de forma mais natural também. Falar a verdade em amor com o doente, com as crianças, ter a família reunida sem máscaras em volta do ente querido que está para partir é um remédio amargo que tornará a partida menos traumática para todos os envolvidos.
Não evite chorar perto de seus filhos quando estiver com o coração apertado. Chorar não é vergonhoso, demonstrar amor e saudade não é repugnante, errado ou algo que se deva esconder. Não tente poupá-lo de algo que a vida não o poupará. Chore com ele, console-o quando ele chorar, deixe esta ponte aberta entre vocês! Se ele nunca a vir chorando, pode pensar que você é mais forte do que realmente é, e pode se sentir mal por ter vontade de desabar! Como é lindo quando a criança confia seus sentimentos à seus pais, porque os vêm confiar seus sentimentos a eles também. Esta relação se torna mais próxima, mais verdadeira, mais confiável, mais chegada. Seu filho terá em você e no papai aqueles a quem ele pode recorrer quando quiser abrir o coração e chorar, e mostrar seu lado mais vulnerável.
Deixe-o participar das conversas, deixe-o perceber o agravamento da situação. Não o pegue de surpresa! Leve-o para as visitas no hospital e, sim, leve-o ao velório e ao enterro. Nossas crianças podem e devem ser apresentados à realidade da morte o quanto antes. Privá-los de participar destes momentos não trará consolo e pior, atrasará um momento que ela terá que enfrentar, mais cedo ou mais tarde. Lembre o texto que lemos anteriormente, que nos ensina que é melhor está na casa que há luto, pois lá vemos o fim de todo homem. Expor a veradade da morte a seus filhos é a melhor maneira de exemplificar a seriedade e a brevidade da vida. Diante de um esquife, é momento de ensinar preciosas lições a seus filhos: lições de como confiar no Senhor, mesmo diante da morte; lições sobre como a vida é passageira e nós voamos; lições sobre como o pecado traz sempre consequências danosas, e que se não fosse o pecado de Adão, não precisaríamos passar pela morte; Lições sobre esperança! Sobre a vitória de Cristo sobre a morte, sobre ressurreição, sobre o Reinado vindouro e eterno de Cristo, onde não haverá mais morte! É a oprtunidade certa para expor textos tão profundos e lindos quanto estes:
´”Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” I Tessalonicenses 4.13-18
Que maravilha podermos consolar-nos com estas doces palavras de esperança! E por que negaríamos este consolo a nossos pequenos, eles, que são nossos irmãos na fé? Nós devemos isto a eles! E o que dizer das lindas promessas de Apocalipse 21.3-4?
“Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.”
Bendita esperança a nossa! Estaremos todos juntos outra vez, e a morte jamais nos ameaçará novamente quando o último inimigo for vencido!
“O último inimigo a ser destruído é a morte.” I Coríntios 15.26
Nunca use a mentira para contornar uma situação
Jamais devemos mentir aos nossos filhos, em qualquer que seja a situação. Mentira é pecado e não podemos achar que escaparemos de dar maiores explicações embaraçosas, pecando contra Deus e contra nossos filhos. A mentira nunca é a melhor solução.
Entretanto, não estou sugerindo que você deva dizer tudo nos mínimos detalhes. Muitas vezes a maturidade de seu filho não será capaz de alcançar o que você pretende explicar. Diga as coisas à medida de sua capacidade de entendimento. Não dê informações demais (e isso vale para todas as áreas!). Dê as informações necessárias, de uma doença ou acindente, de acordo com o tamanho da dúvida e a idade da criança. Explicações demais para crianças muito pequenas podem confundir suas cabecinhas. Use o bom senso e o conhecimento do nível de compreensão que você sabe que seu filho tem.
Mas lembre-se: não dar todos os detalhes é bem diferente de mentir, ou de usar eufemismos duvidosos do tipo: “vovô virou uma estrelinha”. Uma hora você terá que desfazer esta “mentirinha” gerando dúvidas no coração de seus pequenos sobre se ele deve mesmo confiar nas suas explicações.
Mesmo quando você perder alguém da família que não ame e tema ao Senhor, não engane seu filho dizendo que tal pessoa está, agora, morando no céu. O máximo que você pode fazer é se calar sobre a questão. Mas não afirme algo que você sabe que não aconteceu. Se seu filho for mais velho, talvez também já seja hora de falar sobre o inferno e sobre a gravidade que é viver uma vida de desobediência e alheia à vontade de Deus. A condenação dos ímpios ao inferno também é parte do Evangelho! Não esconda esta verdade de seus filhos! Nossa gratidão e louvor a Ele está nesta verdade: merecíamos o inferno, mas fomos resgatados por sua graça. Diga isso a eles! E deixe claro o destino eterno de todos quantos não são salvos pelo sangue de Cristo.
Lembro-me de ter que falar sobre a morte do bisavô de nossos filhos. E como foi doloroso ver a tristeza deles ao se lembrarem que o “biso” não amava ao Senhor e nunca demosntrou nenhum tipo de arrependimento. Mas o conhecimento prévio sobre as verdades eternas do Evangelho deu a eles consolo e a certeza de que podiam confiar no julgamento de um Deus totalmente justo!
Portanto, minhas irmãs, não tenham medo de tratar de todo e qualquer assunto com seus filhos. Quando sua base é a verdade eterna das escrituras, seu fundamento é firme e isso será segurança para seus pequenos!

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simone* Simone Quaresma é casada há 25 anos com o Rev. Orebe Quaresma, pastor da Igreja Presbiteriana de Ponta da Areia em Niterói, Rio de Janeiro. Professora de educação infantil, deixou a profissão para ser mãe em tempo integral de 4 preciosidades: Lucas (23 anos), Israel (22 anos), Davi (19 anos) e Júlia (17 anos). Ela trabalha com aconselhamento e estudos bíblicos com as mulheres da Congregação.