newbabySabe aqueles momentos na vida em que você precisa rever todos os seus conceitos? Quando parece que todos os seus esforços até ali foram em vão e você precisa mudar radicalmente o rumo?  Não estou me referindo ao momento da conversão, mas já como uma cristã, você descobre pela Palavra de Deus que o curso de uma área específica precisa ser alterado e isto afetará sua vida por completo.

Eu passei por um momento desses há meses atrás e, gostaria de compartilhar alguns aspectos importantes sobre esta decisão, pois acredito que possa existir outras mulheres com o mesmo dilema. Espero auxiliar outras irmãs e famílias por meio deste texto.

Afinal, a mulher cristã pode trabalhar fora? Pode se dedicar à uma carreira profissional?

Eis meu dilema de outrora…

Lar Edificado x Carreira Bem Sucedida

Quando pensamos no que venha a ser um lar edificado, muitas coisas podem vir às nossas mentes. Como cristãos, sabemos que um lar feliz só pode ser aquele que está edificado sobre a rocha que é Cristo. Direcionando a mulher, lembremos de Provérbios 14.1: A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba. Quem é esta mulher sábia que vive neste lar, no qual ela tem influência direta em sua edificação?

Uma irmã chamada Rosana Greco forneceu uma descrição interessante do que seria o lar edificado com epor uma mulher sábia: “Um lar edificado se dá quando a esposa reconhece em Deus seu papel e, com alegria e temor decide submeter-se, amando e respeitando seu marido, exercendo sua função de mãe com dedicação integral aos seus filhos, visando a correção e a transformação dos corações, e com grande empenho e zelo, administra as tarefas de seu lar.”

Mas, muitas mulheres não estão preocupadas em edificar seus lares e no bem-estar primeiramente de seus familiares. Estão focadas em sua autorealização com suas formações acadêmicas e carreiras profissionais.

Eis quem eu era…

Cresci em um lar não cristão e, desde que me lembro, sempre almejei trabalhar em uma grande empresa. Todos os meus esforços foram motivados por isto: dedicação nos estudos, cursos de idiomas desde a pré-adolescência, colegial técnico para adiantar o ingresso ao mercado de trabalho, faculdade, pós-graduação. E neste ínterim, trabalhei em duas multinacionais, passando na última, 10 anos exercendo uma atividade que me trazia satisfação e um ótimo salário, o qual nunca imaginei que um dia receberia.

Fui convertida a Cristo antes de me casar, já trabalhando na segunda empresa. O meu esposo e eu esperamos por cerca de quatro anos para ter nossa primeira filha, afinal eu estava focada em continuar trabalhando muito e aproveitar a vida a dois. Mas, chegou o dia em que engravidei!

Quem somos?

Costumeiramente, quando alguém nos pergunta “O que você é?”, respondemos concernente à nossa formação acadêmica e/ou profissão: sou médico, sou professor, sou pastor, etc. Mas, em 1 Pedro 2.9 diz algo bem diferente: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.

Podemos ser cristãos formados e exercendo as mais diversas profissões, mas sempre seremos primeiro filhos e servos do Deus Altíssimo, somos primeiramente dEle! O crente deve viver de maneira a expressar isso. O propósito maior de nossas vidas é glorificar a Deus e fazer que Jesus seja conhecido. E por consequência, seremos bênção para todos que nos rodeiam (Gn. 12.2), tendo uma vida não meramente por necessidade, mas sim por expressão de louvor a Deus.

Prestes a me tornar mãe, cristã há anos, chegou um dia em que me perguntei: Quem sou eu? Uma profissional em uma grande empresa…  Isso define quem eu sou?  Boa parte dos meus esforços e investimentos até então foi para chegar até ali… Mas, qual é a vontade de Deus para a mulher cristã? Como saber?

Os Três grandes chamados

Dentro do casamento, Deus estabeleceu pelo menos três papéis a serem desenvolvidos pela mulher. A mulher sábia edifica seu lar quando os desenvolve de maneira agradável a Deus. Para isso, vamos ter por base dois textos iniciais:

Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência. 1 Timóteo 5.14 (grifo meu)

Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada. Tito 2. 3 – 5 (grifo meu)

Já tinha lido algumas vezes esses versículos, mas lembro-me quando me deparei seriamente com eles. Minha filha já estava com meses de vida e, então percebi que não estava vivendo plenamente a vontade de Deus, não estava atendendo com integridade aos três grandes chamados da mulher cristã.

1. Unir-se ao seu Marido

A mulher foi criada para o homem, não o contrário (1Co. 11:7-9). Como princípio criacional, a mulher passou a existir para ser auxílio ao homem. Deus criou todas as coisas as quais eram boas, porém havia uma coisa que não era boa  – como está em Gênesis 2.18, não era bom que o homem estivesse só, ou seja, sem a companhia de alguém igual a ele, mas que ao mesmo tempo lhe completasse. Por isso, Deus criou uma auxiliadora que lhe fosse idônea.

O propósito principal de toda a humanidade é glorificar a Deus. No contexto do casamento, não seria diferente: marido e mulher unem-se (Gn. 2.24 e 1Pe. 3.5-6) com o único propósito de juntos honrar e glorificar a Deus por meio deste relacionamento.

E a maneira como um cônjuge se relaciona com o outro também deve espelhar o padrão estabelecido por Deus em sua Palavra. As esposas devem ser submissas em amor aos seus próprios maridos como ao Senhor, conforme é belamente exposto em Efésios 5. 21 – 24.

Em um mundo onde o feminismo dita que as mulheres têm que ser iguais em tudo ao homem, submissão soa como xingamento.  E temos de encarar o fato de que infelizmente, a igreja recebe massiva e continuamente influências da maneira de agir e pensar do mundo, além da nossa natureza caída que concorda facilmente com os enganos do presente século. Por isso, apesar de ter a instrução bíblica correta, sempre estive consciente de que a caminhada de parecer-se com Cristo é árdua, mas possível no poder do Espírito.

Na continuação, veremos os outros dois chamados da mulher cristã.

Continua…

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CarolAna Carolina Oliveira é casada há seis anos com Eduardo R. Oliveira, Presbítero da Igreja Presbiteriana de Poá. Mãe da Sara, 1 ano e 7 meses. Formou-se em Comunicação Social. Na igreja em que congrega, participa do Ministério de Discipulado e Aconselhamento, atua na SAF e ministra palestras para mulheres.